Seguindo em frente em Eretz Israel
Por Mary Kirschbaum
Sob o calor escaldante, observo as pessoas em Eretz Israel. Elas são reais. O suor escorre de seus rostos, no fim do expediente a espera do transporte público. Uma semana depois do cessar fogo e a vida parece respirar normalmente, novamente. Não com menos resiliência. Este é o nosso povo. Agora não estamos correndo para o bunker. Estamos trabalhando para movimentar a economia. Os shoppings estão lotados. As crianças estão de férias. Na verdade não sei quantas vezes as pobres tiveram que ir para o zoom assistir aula. Enquanto o resto do mundo fez isto na época do corona, nossas crianças continuam neste método em tempos de guerras e ataques. Triste, verdade. As nossas crianças vão ter que lidar com pós trauma.
Bem, este relato que fiz agora foi referente a mais ou menos um mês e meio atrás ou mais, já não me lembro, logo que terminou a guerra de Israel com o Irã.
Hoje, 01/09, começam as aulas, logo depois de um período de férias das nossas crianças, metade em guerra, metade mais tranquilas.
Ao ler o jornal me deparo com uma linda e triste notícia: “O comissário de Polícia, superintendente-chefe Dany Levy acompanhou Eva, filha do falecido Igor Pivnev, até a primeira série. Pivnev foi o policial que eliminou sozinho 13 terroristas, em 7/10, e tirou a própria vida há cerca de quatro meses. A história de Pivnev tornou-se um símbolo do heroísmo policial. Levy acompanhou sua filha, juntamente com sua irmã Emilia que está entrando na segunda série, e sua mãe, Chen Pivnev”.
Ontem, conversando com minha irmã que mora aqui há 30 anos, ela me dizia que tem pessoas que admira muito. Uma delas a que se referiu foi um CEO, dono de uma das maiores e mais proeminentes empresas de Israel, que perdeu a filha e o namorado dela no 7/10. E ela me conta que ele continua investindo em sua empresa e sobrevivendo resilientemente.
No mesmo jornal de hoje leio outra manchete: Lishi Lavi Miran, esposa de Omri Miran, que está refém em Gaza, acompanhou suas filhas, Roni e Alma, ao jardim de infância. Miran declarou: “Eu esperava tanto que começássemos este ano como uma família completa, queria que Omri as levasse ao jardim de infância como o pai orgulhoso que ele é. Mas a realidade é que o pai, Omri, ainda está em Gaza”. Porque ele ainda está lá? Perguntam as crianças.
Esta mesma pergunta fizemos na nossa passeata com milhares de pessoas, que aconteceu há duas semanas para tentar trazer os reféns de volta.
A verdade é que eu escrevo este texto, sem lições de moral, sem culpabilizar este ou aquele. Esta não é minha intenção aqui.
Só quis trazer a realidade do nosso povo, nosso dia a dia dolorido, desde que esta coisa cruel invadiu nossa Eretz Israel, sem dó nem piedade, e agora somos cidadãos, indivíduos, tentando viver nossas histórias.
Sim, alguns são heróis, alguns serão tratados como mártires, e alguns estão tentando sobreviver, entender, ou até mesmo sentar e esperar seus papais, enquanto aprendem o alfabeto hebraico.
Foto: Mãe de soldado ingressando no exército (cortesia)
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Crônica tocante e muito bem escrita! Parabéns, Mary K.!
AM ISRAEL CHAI!❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Mais um excelente texto, como muita sensibiliadade👏