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Trump ameaça abandonar Israel se guerra continuar

O governo Trump emitiu um ultimato a Israel, alertando que a continuação das operações militares em Gaza poderia comprometer o apoio dos EUA, informou o Washington Post na segunda-feira.

Uma fonte anônima familiarizada com as discussões afirmou que autoridades americanas comunicaram aos colegas israelenses que a não conclusão da guerra levaria à retirada do apoio americano.

“Os assessores de Trump estão deixando Israel saber: ‘Nós os abandonaremos se vocês não acabarem com esta guerra’”, disse a fonte. “Politicamente, como no passado, Netanyahu tem condições de fazer isso, com uma maioria na Knesset e em Israel, mas não tem vontade política”.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Caroline Leavitt, confirmou que o governo continua a dialogar com todas as partes envolvidas na guerra. “O presidente quer que a guerra em Gaza acabe”, disse ela durante um briefing, observando que o presidente Donald Trump transmitiu uma demanda direta ao Hamas para que liberte todos os reféns mantidos em cativeiro por quase 600 dias.

A declaração foi feita após a libertação surpresa do soldado israelense-americano Edan Alexander, na semana passada, obtida por meio de negociações diretas entre os EUA e o Hamas, sem o envolvimento de Israel.

Autoridades israelenses se mostraram surpresas com os contatos secretos, que começaram por meio do enviado de Trump para assuntos de reféns, Adam Boehler. Jerusalém inicialmente alegou que Boehler agiu sem autoridade, mas o resultado bem-sucedido das negociações revelou posteriormente que ele tinha total apoio de Trump.

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Após crescente pressão, especialmente de republicanos de alto escalão e do próprio Trump, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou a reintrodução de ajuda humanitária em Gaza. Pela primeira vez em meses, cinco caminhões de ajuda humanitária da ONU entraram no enclave na segunda-feira, após passarem pelos controles de segurança israelenses. A medida foi uma reversão da política anterior de Israel, que condicionava a ajuda à libertação de todos os reféns.

Trump criticou publicamente a situação humanitária em Gaza, durante uma recente visita aos Emirados Árabes Unidos, afirmando: “As pessoas estão morrendo de fome. Coisas terríveis estão acontecendo lá”. Ele também disse a repórteres que, durante uma ligação com Netanyahu em abril, pressionou o líder israelense a permitir a entrada de mais alimentos e medicamentos no enclave. “Gaza foi mencionada e eu disse que precisamos ser gentis com Gaza. As pessoas lá estão sofrendo”, relatou Trump.

Apesar disso, Netanyahu teria aprovado a medida de auxílio no Gabinete de Segurança sem votação, sabendo que a maioria dos ministros se opunha a ela. Ele reconheceu estar sob forte pressão tanto de Trump quanto de importantes parlamentares republicanos.

As tensões surgem em meio a uma tensão mais ampla nas relações EUA-Israel. Segundo a NBC News, Netanyahu ficou particularmente irritado com os recentes comentários públicos de Trump, sugerindo que ele ainda não havia decidido se permitiria que o Irã enriquecesse urânio em um potencial novo acordo nuclear. O ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, teria levantado a questão com o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, durante uma reunião na Casa Branca.

Outros pontos críticos incluem a relutância de Trump em apoiar ataques militares israelenses contra instalações nucleares iranianas e sua decisão de interromper as operações militares americanas contra os houthis no Iêmen. Esse anúncio teria pego Netanyahu de surpresa, ocorrendo poucas horas depois de Israel realizar um grande ataque ao Aeroporto de Sanaa em resposta a um míssil houthi que caiu perto do Aeroporto Ben Gurion.

Para agravar essas tensões, autoridades americanas indicaram que Trump não vê mais a normalização com Israel como um pré-requisito para um acordo nuclear com a Arábia Saudita, aprofundando ainda mais as preocupações de Jerusalém sobre a diminuição da influência em Washington.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet
Fotos: Wikimedia Commons

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