Trump: “Israel ganhou a guerra, é hora da paz”
O presidente Donald Trump desembarcou em Israel, nesta segunda-feira, sendo recebido com honras oficiais pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e pelo presidente Isaac Herzog e suas esposas, além dos mediadores do acordo.
Após a breve cerimônia de boas-vindas no Aeroporto Ben Gurion, Trump seguiu para Jerusalém, onde foi recebido na Knesset (parlamento israelense).
Contrariando o protocolo normal, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sua esposa foram convidados a embarcar na limusine do presidente dos EUA, Donald Trump, e viajar juntos para a Knesset, em um movimento que simboliza o relacionamento próximo entre os dois.
Trump escreveu no livro de visitas da Knesset: “É uma grande honra para mim. E este é um lindo dia, um novo começo. Com grande respeito”.
Nos corredores da Knesset repórteres perguntaram a Trump se a guerra entre Israel e o Hamas havia acabado. “Sim”, respondeu o presidente enfaticamente. “É um grande dia. Um novo começo. Nunca houve um evento como este. É um grande dia”, comentou Trump. “Estou muito feliz pelos reféns e suas famílias”, acrescentou.
Em seguida Trump foi conduzido ao plenário da Knesset, onde o presidente Amir Ohana, deu boas-vindas aos presentes e se referiu a Trump como o maior amigo da história de Israel.
LEIA TAMBÉM
- 13/10/2025 – Dia histórico: todos os 20 reféns vivos retornam a Israel
- 13/10/2025 – Sete reféns libertados já estão em Israel
- 13/10/2025 – Libertação de reféns acontecerá em três locais
Ohana iniciou os discursos dizendo que Trump não é apenas “mais um presidente americano”, mas um “gigante da história judaica, alguém para quem precisamos olhar dois milênios e meio atrás, nas brumas do tempo, para encontrar um paralelo em Ciro, o Grande”.
Ohana então se dirigiu a Netanyahu em hebraico, elogiando-o e expressando gratidão por seus esforços durante a guerra. “Não teríamos chegado a este ponto se o primeiro-ministro Netanyahu não tivesse feito os esforços que fez”.
Em seu discurso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, por sua proposta “que põe fim à guerra ao atingir todos os nossos objetivos”. Ele disse que a proposta “abre as portas para uma expansão histórica da paz em nossa região e além dela”.
“Você está comprometido com esta paz, eu estou comprometido com esta paz”, disse ele a Trump. “Juntos, Sr. Presidente, alcançaremos esta paz.”. Netanyahu também agradeceu a Trump por reconhecer a soberania sobre as Colinas de Golan e se posicionar contra as “mentiras contra Israel” nas Nações Unidas.
Esta é a primeira visita de Trump a Israel desde que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada durante seu primeiro governo, mencionou Netanyahu.
O primeiro-ministro também agradeceu a Trump por intermediar os Acordos de Abraão em 2020 e pelas Operações Am Kelavi (Leão Ascendente), Martelo da Meia-Noite e pelos ataques aéreos de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã em junho.
O primeiro-ministro disse que hoje, pelo calendário judaico, “marca o fim de dois anos de guerra”.
Netanyahu disse que Israel se lembra do ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra, na qual milhares de terroristas invadiram Israel e assassinaram 1.200 pessoas, cometeram inúmeras atrocidades e fizeram 251 reféns, incluindo muitas crianças. “Esses monstros fazem bebês como reféns”, diz Netanyahu. Em resposta, “Israel fez o que tinha que fazer. Com coragem indomável, partimos para defender nosso povo, derrotar nossos inimigos e libertar nossos reféns”. Israel alcançou “vitórias surpreendentes sobre o Hamas e todo o eixo terrorista iraniano”, disse ele.
Netanyahu também se dirigiu a Trump em hebraico dizendo que “você ficará gravado na história do nosso povo”.
“Você já está gravado na história da humanidade”, disse Netanyahu a Trump. “Lembramos dos nossos amigos e sabemos do seu papel importante e decisivo em trazer de volta o restante dos nossos reféns. Obrigado, Presidente Trump”, disse Netanyahu. “Obrigado”.
“Donald Trump é o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca”, completou Netanyahu.
Logo após a fala de Netanyahu, Trump se dirigiu ao plenário, dizendo que era uma “grande honra” estar neste local, em seguida disse que era um dia para agradecer ao “Deus todo-poderoso de Abraão, Isaac e Jacó”.
“Hoje o céu está calmo, as armas estão silenciosas, as sirenes estão paradas e o sol nasce em uma Terra Santa que finalmente está em paz”, disse Trump, após elogiar a bravura dos 20 reféns vivos que retornaram para suas famílias esta manhã.
Não é apenas o fim da guerra, disse ele, “é também o fim de uma era de terror e morte e o início da era da fé, da esperança e de Deus”. É o início de uma “era de concórdia” para Israel e os países da região, prometeu. “É o alvorecer histórico do novo Oriente Médio”, afirmou.
“Quero agradecer a alguém que trabalhou duro, defendeu seu povo e seu país, como ninguém. Vocês sabem de quem estou falando. Parabéns, Bibi. Ele não é fácil. Bem duro negociar com ele. Mas isso faz dele o grande líder que ele é hoje”.
“Assim como os EUA estão agora, esta será a era de ouro para Israel”, comentou o presidente.
Neste momento dois membros do parlamento de Israel, o líder do partido árabe Hadash, Ayman Odeh, e Ofer Cassif, um parlamentar do partido, interromperam Trump. Eles levantaram dois cartazes, um dos quais dizia “Genocídio” e o outro “Reconheça a Palestina”. Em 30 segundos os dois foram retirados da sala pela segurança.
Após a breve interrupção, o presidente Trump disse que “Israel conquistou tudo o que pode ser conquistado pela força das armas. Agora, é hora de traduzir essas vitórias no prêmio máximo de paz e prosperidade para todo o Oriente Médio”. “As pessoas estão dançando nas ruas, não apenas em Israel”, disse ele. “Esta longa e difícil guerra acabou, embora apenas a primeira fase de um acordo de cessar-fogo tenha sido negociada”. Os comentários de Trump foram recebidos com aplausos frequentes e ovações de pé.
Muitos na plateia usavam chapéus estilo MAGA (Make America Great Again) com os dizeres “Trump, o Presidente da Paz”.
Na Knesset para o discurso de Trump estavam sua filha Ivanka e seu genro Jared Kushner, um dos responsáveis pelas negociações com o Hamas,, assim como o enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee.
Em seguida, Trump viajará para o Egito, onde ele e o presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi copresidirão uma cúpula internacional pela paz.
Fonte: Revista Bras.il a partir de ABC News, The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto: Knesset