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Yerushalaim, a capital de Israel

Por David S. Moran

Nesta segunda-feira (26/05), foi o Yom Yerushalaim (Dia de Jerusalém), comemorado a cada ano no dia 28 de Iyar (pelo calendário judaico), o dia da reunificação de Jerusalém Ocidental (parte judaica) com a parte Oriental (árabe) da cidade em consequência da Guerra dos Seis Dias (1967).

Até então, a cidade que estava dividida, com a fronteira israelo-jordaniana passando no meio dela e com uma população de 250 mil habitantes. Cresceu muito, passando a ter 1 milhão de habitantes, tornando-se a maior cidade de Israel. Segundo o Prof. Sergio Della Pergola (fins de 2023), Jerusalém tinha 1.028.400 habitantes, dos quais 577 mil são judeus. Destes 47% são ultraortodoxos (haredim), 15% seculares (no resto do país 45% seculares e 16% haredim), 24% religiosos e 12% tradicionalistas, 4% outros.

Esta composição deve-se à migração de ultraortodoxos de outras cidades para a eterna Jerusalém, que agora se tornou a maior cidade de haredim do país. Ao mesmo tempo, a parte árabe de Jerusalém tornou-se a maior cidade palestina em toda a área do Mar Mediterrâneo até o Rio Jordão. A população árabe de Jerusalém é de aproximadamente 40% do total da cidade unificada, que é a Capital do país.

A população árabe de Jerusalém também está passando por uma transformação. Antes, os homens é que saiam trabalhar, aprendiam o hebraico para lidar com os colegas e não o aprendiam nas escolas palestinas que, até os dias atuais, têm o currículo palestino. Por este motivo, as jovens quase nada sabiam de hebraico. Aos poucos, foram estudar a língua e começaram a sair de casa a procura de trabalho. Atualmente 30% das mulheres árabes trabalham e a família árabe passou a ter pelo menos dois salários e o nível de pobreza diminuiu. A modernidade também afeta a natalidade da população árabe e se antes tinham em média 8 filhos, passaram a ter 4,5 filhos, em 2004, e 2,3 filhos, em 2023.

Atualmente, são metade dos estudantes universitários de Jerusalém Oriental. Estudam em universidades israelenses, 70% deles são mulheres e preferem as universidades israelenses do que estudar em Bir Zeit ou Nablus, também devido a distância e aos muros e postos que têm que passar de Jerusalém para a Cisjordânia. Palestinos estão integrados à sociedade jerusalemita e trabalham nos bancos israelenses, supermercados, lojas em shopping centers, motoristas de ônibus, salva vidas em piscinas, etc.

Em 2025, somente 40% dos árabes que viviam em Jerusalém, quando a cidade foi reunificada, em 1967, ainda vivem lá. Assim, a maioria da população árabe já nasceu e vive num mundo diferente em que Jerusalém é uma cidade unificada.

Jerusalém é o coração do povo judeu. É mencionada na Bíblia pelo menos 564 vezes. Aliás, no Al Quran não é mencionada nenhuma vez. Os judeus de todo o mundo rezam voltados em direção a Jerusalém, nos casamentos o noivo pisa num copo e o quebra em lembrança a destruição de Jerusalém. O Monte Sion (que origina o termo Sionista) é em Jerusalém, portanto Sion é Jerusalém. Herzl, o pai do Sionismo moderno (1860-1904) está enterrado no Monte Herzl, em Jerusalém, para onde o seu corpo foi trazido para sua última trajetória. O Muro das Lamentações é o único remanescente do antigo Templo, que o Rei Salomão construiu em Jerusalém, que seu pai, o rei David transformou na capital das 12 tribos de Israel. O Santo Sepulcro, onde Jesus foi crucificado e enterrado está em Jerusalém e a Igreja do Dominus Flevit (O Senhor Chorou) é localizada no Monte das Oliveiras e, segundo a tradição, lá Jesus sentou e chorou por Jerusalém. Sua cúpula é em forma de lágrima.

Resumindo, em Yerushalaim, a Cidade da Paz (Ir Shalom), um dos seus vários nomes e, Jerusalém, como é conhecida no mundo, cada passo que você dá traz uma recordação histórica. É uma cidade maravilhosa, bem variada e onde estão os lugares mais importantes da nação, como a Knesset (Parlamento), o Tribunal Superior, a Casa do Presidente de Israel, a cidade velha, cercada pelas muralhas construídas há mais de 500 anos, o Museu Nacional de Israel, a Universidade Hebraica de Jerusalém, fundada em 1925 e é a 81ª melhor do mundo e muito mais. Parabéns Yerushalaim.

Resposta às acusações do Chico Buarque De Hollanda

Que lástima ler e saber que o ídolo da minha juventude, o talentoso Chico Buarque, assinou um abaixo assinado com ativistas da extrema esquerda contra o Estado de Israel.

Chico, eu me refiro a ti. Tu que nunca estiveste no Estado Judeu, ou pelo menos nas últimas dezenas de anos, como podes te manifestar contra algo que não conheces. É verdade que há uma guerra e guerra é feia e algo terrível, mas não há genocídio. A organização terrorista Hamas invadiu kibutzim e moshavim e assassinou mais de 1.200 pessoas num dia. Israel revidou e o Hamas poderia terminar esta guerra se depusesse as armas e saísse para o exílio.

Mas não, estes terroristas prezam a morte para se tronar “shahid” (mártir) e continuam a trazer angústia ao seu próprio povo. Você foi atrás da propaganda dos 14.000 bebês prestes a morrer e nem se perguntou como é que nada lhes aconteceu. Israel continua e envia alimentos e outros produtos à Faixa de Gaza. O povo de lá já está começando a se voltar contra a tirania do Hamas. O israelense só deseja uma coisa na sua pátria ancestral, shalom (paz).

Justamente quando comecei a escrever esta resposta (quinta as 21:20h, o alarme soou avisando-nos para buscar o abrigo ante um míssil que foi lançado do Iêmen. Graças à tecnologia israelense, ele foi abatido antes de entrar no espaço aéreo de Israel. Porém, fez correr milhares de pessoas que estavam no Parque Hayarkon em Tel Aviv para assistir a um show musical do Aviv Gefen, assim como os espectadores de futebol que estavam no jogo do final do campeonato israelense entre Beitar Yerushalaim e Hapoel Beer Sheva.

Chico, como está nos escritos sagrados judaicos: “tire o feixe dos teus olhos”. Eu te convido visitar Israel para conhecer o país e me disponho de ser teu cicerone. Depois falaremos.

Foto: Mati Kraw (Wikimedia Commons)

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