Yesh Atid inicia processo para dispersar Knesset
O Yesh Atid, partido do líder da oposição Yair Lapid, começou a coletar assinaturas para iniciar um processo para propor um projeto de lei para dispersar a Knesset, o que levaria a uma eleição, anunciou o partido neste domingo.
O partido precisará das assinaturas de pelo menos 61 deputados para apresentar um pedido ao presidente da Knesset, Amir Ohana, para aprovar a nova proposta. Isso porque a tentativa anterior de aprovação do projeto de lei fracassou em 12 de junho e, sem a aprovação de Ohana, um projeto de lei idêntico não poderá ser proposto por seis meses.
Apesar da oposição atual contar com apenas 52 parlamentares, o Yesh Atid espera receber o apoio dos parlamentares ultraortodoxos (haredi), que ameaçaram derrubar o governo devido à demora em aprovar um projeto de lei para regulamentar o serviço haredi nas FDI.
A tentativa anterior falhou na véspera do ataque surpresa de Israel ao Irã, depois que negociadores haredi chegaram a um acordo com o presidente do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, Yuli Edelstein, sobre o conteúdo do projeto de lei de serviços haredi.
Desde então, Edelstein parece ter renegado alguns dos acordos, argumentando em uma entrevista à Rádio Kan, na semana passada, que “não teve escolha” a não ser chegar a um acordo devido ao ataque iminente. Edelstein e outros argumentaram que o ataque poderia ter sido cancelado se o projeto de lei para dispersar a Knesset tivesse sido aprovado em votação preliminar naquela noite.
O New York Times relatou, no fim de semana, que, além de Edelstein e do presidente do Shas, Aryeh Deri, que sabiam do ataque iminente, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também revelou detalhes do ataque ao presidente do Degel Hatorah, Moshe Gafni, em uma tentativa de convencê-lo a não dispersar a Knesset.
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O novo pedido do Yesh Atid à Ohana se baseia em uma “mudança de circunstâncias”. Embora parlamentares haredi boicotem novas propostas de leis de parlamentares privadas desde maio, na semana passada eles começaram a boicotar também o governo e os projetos em andamento. Isso efetivamente paralisou toda o processo legislativo e, portanto, justificou um novo pedido para dissolver o Knesset, explicou um porta-voz do partido.
O projeto de lei para dispersar a Knesset é privado e, portanto, precisaria passar por uma votação preliminar, duas votações em um comitê do Knesset (provavelmente o Comitê Interno da Knesset, presidido pelo deputado líder da coalizão, Ofir Katz) e três votações no plenário da Knesset.
Esse processo pode levar semanas e é improvável que seja concluído antes do recesso da Knesset, que dura aproximadamente três meses e começa em 27 de julho. A Knesset pode se reunir durante o recesso em circunstâncias específicas, mas isso requer outras aprovações, o que prolongaria o processo.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post
Fotos: Canva