Opinião

700 dias de dor, resistência e solidariedade

Por Gmach Brasil e Kehilat Or Israel

Israel completa 700 dias desde o maior atentado contra judeus desde o Holocausto. A tragédia de 7 de outubro de 2023 deixou marcas profundas: mais de 1.200 assassinados, 251 sequestrados, 350 mil deslocados, milhares de feridos e 900 chayalim caídos. Em meio à guerra, surgiu também uma rede de solidariedade que mobilizou voluntários, instituições e apoiadores no Brasil e em Israel.

O maior atentado desde o Holocausto

Foram mais de 12 mil foguetes lançados contra Israel. Famílias destruídas, jovens amputados, uma dor sem fim. E, ao longo desses 700 dias, a população israelense precisou se proteger de ataques vindos do Hamas, ao sul; do Hezbollah, ao norte; dos Houthis, do Iêmen; até chegar à guerra aberta contra o Irã.

O cotidiano se transformou em espera angustiante diante da televisão: a cada dia, a notícia de mais um chayal caído, de um sequestrado resgatado ou da recuperação de um ferido.

A resposta da comunidade

No dia 8 de outubro de 2023, duas instituições se uniram: Gmach Brasil e Kehilat Or Israel. O objetivo inicial era apoiar os soldados israelenses de origem brasileira, que careciam até do básico – de meias a casacos, de pasta de dente a água limpa. Rapidamente, um exército de voluntários passou a atender não apenas esses soldados, mas todos os que requisitavam ajuda: de um remédio em Naharia a um par de tefilin no Hermon.

O esforço se expandiu para milhares de famílias deslocadas, expulsas de suas casas apenas com a roupa do corpo. Foram distribuídas cestas básicas, produtos de higiene, leite para recém-nascidos, até mesmo a organização de cerimônias de Brit Milá.

Solidariedade em todas as frentes

Voluntárias produziram milhares de refeições levadas aos soldados durante os shabatot. Foram providenciados casacos, luvas e equipamentos de proteção: capacetes, coletes, óculos, localizadores com GPS e drones para aumentar a segurança.

Nos hospitais, voluntários cuidaram de feridos, ofereceram apoio psicológico e transmitiram carinho. Em Chanucá, milhares de sufganiot foram entregues a famílias abrigadas em hotéis espalhados por Israel, levando um pouco de alegria em meio à dor.

Reação política e memória

A mobilização também chegou ao campo político. Após declarações do governo brasileiro que compararam Israel aos nazistas, foi articulada a vinda dos governadores de São Paulo e Goiás a Israel, em março de 2024. Houve ainda protestos contra o silêncio do governo e de sua embaixada diante do sequestro de Michel Nisembaum Z”L.

Uma rede de gratidão

Dois grupos foram fundamentais: os voluntários – cuja dedicação tornou tudo possível – e os apoiadores, que confiaram às instituições a missão de representá-los nessa grande mitzvá de ajudar quem mais precisava.

Compromisso até o fim

A lista de ações é interminável, e certamente muitos detalhes ficam de fora. Mas estes 700 dias mudaram a vida de Israel e de todos os judeus ao redor do mundo.

E o compromisso segue: lutar até que o último sequestrado volte para casa, até que todos os chayalim possam retomar suas vidas normais e até que a guerra finalmente termine.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.

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