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Aonde vamos com esta guerra

Por David S. Moran

O último plano de acordo entre a organização terrorista Hamas e Israel foi novamente apresentado pelo presidente Trump. Israel o aceitou e a Hamas recusou. Ante a ameaça e as ações das Forças de Defesa de Israel em Gaza, Netanyahu resolveu que iria a cova dos leões, atacar os líderes do Hamas no Catar. Esta ideia já foi apresentada algumas vezes e rejeitada por motivos diplomáticos. Desta vez também o chefe do Estado Maior, o líder do Conselho de segurança Nacional e o chefe provisório do Shabak, se opuseram ao ataque nesta hora. O Mossad, que tem boas relações em Catar, não estava presente. Apesar desta oposição, Netanyahu resolveu levar o ataque adiante. O motivo principal foi a noticia que os líderes do Hamas no exterior estariam no Catar para discutir o plano de Trump.

Então, todos se reuniram e a ordem foi dada. Trinta caças da Força Aérea percorreram 1.800 km sendo abastecidos em pleno ar, chegaram ao alvo e lançaram suas bombas certeiras, esperando pelo sucesso. Até o momento em que escrevo, ninguém oficialmente informou quem foi atingido. Os caças poderiam lançar bombas mais destrutivas, mas não o fizeram, para não atingir pessoas não envolvidas. Vale a pena ressaltar que as pessoas que o Serviço de Inteligência de Israel, sabia que estão reunidos, são os que planejaram o atentado de 7/10.

Evidentemente, Israel informou os Estados Unidos de que faria este ataque e recebeu luz verde. Este aviso é necessário, pois os EUA têm no Catar a maior base aérea da região. Esta área lhe foi dada para proteger o Catar também. Este riquíssimo país, tem apenas 300.000 habitantes nativos e mais de dois milhões de servos estrangeiros.

Pelo que se sabe, os EUA avisaram as autoridades do Catar do iminente ataque israelense. O fato de que, após quatro dias, ainda não se sabe se os terroristas foram eliminados ou não, levanta a hipótese de que talvez as autoridades do Catar os tenham avisado e eles saíram do recinto onde estavam reunidos. Israel ainda não comunicou quem foram os atingidos e o mesmo ocorre com o Hamas. No Hamas isto é compreensível, pois sempre que um dos seus líderes é eliminado, como foram Sinwar e Deff, eles só comunicaram depois de semanas.

Logo depois das informações do ataque, o presidente Trump disse que a decisão foi do Netanyahu e que que foi informado antecipadamente. Com o passar das horas e as críticas de alguns países, seu tom mudou e o presidente americano disse estar muito desconfortável com este incidente lamentável. O presidente Trump recebeu há poucos meses um avião no valor de 400 milhões de dólares do Catar.

Este país enche os bolsos de muitas autoridades que depois lhes ficam devendo solidariedade. Assim, países rivais do Catar, como a Arábia Saudita, Egito, outros do Golfo Pérsico e a Jordânia prestaram solidariedade ao Catar, apesar de ter pavor da Irmandade Muçulmana, que é financiada por Doha e promove manifestações nestes países. O emir dos Emirados Árabe Unidos até viajou a Doha prestar solidariedade. Até o presidente da FIFA condenou o ataque. O que é que ele tem a ver com a política. Ainda não foi claramente informado o que levou a FIFA organizar a Copa do Mundo em 2022 num país longínquo e que nem time decente de futebol tem. Hipocrisia pura.

Quem acompanha as minhas resenhas, já leu diversas vezes sobre o perigo que esta pequena nação, em tamanho e população, representa. O seu valor é devido às montanhas de dinheiro que tem e com este dinheiro compra políticos, universidades, formadores de opinião pública e ao mesmo tempo financia organizações terroristas como Hamas, Jihad Islâmica, ISIS, etc. Usa sua mídia, Al Jazeera para espalhar o islamismo, o antissemitismo e valores anti-ocidentais. Sua fortuna é originária do gás e petróleo. Ao mesmo tempo que tem boas relações com os EUA, mantem boas relações com o Irã, através do qual financia as comunidades islâmicas na Europa e nos EUA.

Voltando ao ataque israelense no Catar. Se ele tiver sido bem sucedido e Israel tiver conseguido matar os idealizadores do 7/10, o Hamas entenderá que sua liderança não está salva em nenhum lugar. Talvez isto incentive seus líderes em Gaza, a depor as armas, soltar os reféns e sair da área. O Hamas já conseguiu destruir a faixa de Gaza e fez sua população sofrer bastante. Ao mesmo tempo, o ataque surpreendeu os países árabes e islâmicos da redondeza e lhes mostrou mais uma vez a capacidade militar das FDI e da sua precisão.

Foto: Casa Branca. Presidente Trump se encontra com o emir do Catar (2019)

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.

Um comentário sobre “Aonde vamos com esta guerra

  • Gostei muito do artigo.
    Só não concordo com o termo “cova dos leões “ quando se refere a Gaza. Deveria estar escrito “covil da hienas” pois essas riem da morte, principalmente da morte desejadas ( lembrem-se que Hamas construiu a mais fabulosa rede de abrigos subterrâneos ( 500km x 350 do metro de NY) num território de 360 km2 (2 bairros de Parelheiros) e nunca permitiram q um único civil (não só “crianças, mulheres e idosos) entrasse neles. )

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