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“Empresariado brasileiro não quer sair da caixa”

O empreendedor e investidor Jon Medved, fundador e CEO do fundo de investimentos israelense OurCrowd responsável pelo OurCrowd Summit 2019, evento de inovação que aconteceu em Jerusalém, há poucas semanas, questionou o empresariado brasileiro sobre a resistência com a adaptação dos seus negócios para a língua inglesa. Na última visita que fez ao Brasil, se surpreendeu negativamente com o pouco interesse das startups nativas em pensar globalmente. “Como os empreendedores esperam chamar a atenção de investidores sem quebrar a barreira da língua?”, pergunta ele.

Medved fala com certa segurança sobre o tema. Seu fundo acaba de superar US$ 1 bilhão arrecadados, divididos nas mais de 170 startups investidas. Ao todo, o fundo conta com investidores de 187 países, o que gabarita o investidor quando o tema é negócios globalizados.

Medved conta que encontrou no Brasil com um grupo de empreendedores, e perguntou: “Quantos de vocês têm planos de negócios e apresentações em inglês?” Ninguém levantou a mão. Então perguntou: “Como vocês esperam conseguir investimento externo?” E ouviu a resposta de que eles talvez não precisassem de um mercado externo por fazer parte de um mercado já muito grande.

Segundo a visão de Medved isso é uma benção e uma maldição. É uma benção, porque você não precisa viajar tanto ou coisas do tipo. Mas infelizmente limita o tamanho da companhia, limita a ambição do empreendedor. Em Israel, nós aprendemos o contrário. Somos um país pequeno, com limitações territoriais. Nós temos que ser globais desde o início. Então o empreendedor aqui já nasce dentro de um avião, com uma apresentação em inglês. A maldição é ter um mercado pequeno e a benção é ser global.

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