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Estátua de esportista antissemita será removida

A onda de remoção de estátuas chegou ao esporte. Em busca de reparar possíveis erros históricos reconhecendo pessoas ligadas ao racismo e outros atos depreciativos, um movimento global tem visado à derrubada de estátuas que homenageiam estes indivíduos. Algumas destas ações têm sido marcadas por ataques e vandalismos, outras por ações governamentais mais organizadas e civilizadas.

A primeira estátua do esporte a ser atingida por este movimento é a estátua do ex-Presidente do Comitê Olímpico Internacional, o americano Avery Brundage. A direção do Asian Art Museum de San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, já tinha previsto remover a estátua há alguns meses, mas com a Pandemia o trabalho foi adiado. Mesmo assim, a remoção já está confirmada.

Avery Brundage presidiu o Comitê Olímpico Internacional de 1952 a 1972. Antes disso, foi atleta olímpico em 1912, nos Jogos de Estocolmo onde competiu no pentatlo e no decatlo. Antes de chegar ao COI, foi o Presidente do Comitê Olímpico Americano.

Nas duas entidades ficou famoso por inúmeras ações racistas, sexistas e antissemitas. No mundo esportivo era conhecido como “Slavery Avery” numa composição com seu nome e a palavra escravidão em inglês. Nos Jogos de 1968, Brundage foi que exigiu a expulsão dos atletas americanos John Carlos e Tommie Smith que levantaram o punho cerrado com uma luva preta no pódio dos 200 metros rasos.

Anos antes, já havia tido problemas com atletas negros e com as mulheres. Chegou a propor uma redução de provas olímpicas femininas nos Jogos, que segundo ele “não despertavam interesse”.

Seu passado antissemita foi evidenciado quando era Presidente do Comitê Olímpico Americano e evitou o boicote aos Jogos de Berlim, em 1936. Na volta, após a grande propaganda política que Adolf Hitler fez daquela Olimpíada, Brundage chegou a mencionar que “temos muito a copiar dos alemães”.

A estátua de Avery Brundage deve ser removida em algumas semanas.

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