Força internacional não será estabelecida
Cresce a preocupação, em Israel, de que a Força Internacional de Estabilização para Gaza (ISF), que deveria desarmar o Hamas, não seja de fato criada. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou: “Se não houver intervenção externa, desmilitarizaremos Gaza”.
A criação dessa força é um componente central do plano do presidente Donald Trump para por fim à guerra e foi incluída na Resolução 2803 do Conselho de Segurança, aprovada na semana passada. No entanto, até o momento, nenhum país manifestou disposição em enviar tropas para confrontar diretamente os terroristas do Hamas.
O jornal Israel Hayom apurou que o Azerbaijão, aliado de Israel, que cogitou integrar a força algumas semanas atrás, também transmitiu nos últimos dias a mensagem de que não concordará em arriscar a vida de seus soldados em Gaza. Em Baku, assim como em outros países, fala-se agora em participar das ISF como parte dos processos de reconstrução e manutenção da paz, mas não na fase atual, necessária para o desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza.
Na reunião de gabinete da última quinta-feira, Netanyahu revelou aos ministros, neste contexto, que existe um acordo de princípio entre ele e os representantes do presidente Trump de que, caso nenhuma outra parte seja encontrada para remover o Hamas, e se a organização não o fizer voluntariamente, a tarefa será atribuída a Israel. Tanto Netanyahu quanto os representantes das FDI no quartel-general internacional em Kiryat Gat ouviram explicitamente dos representantes americanos o compromisso destes com a desmobilização de Gaza, conforme estipulado no plano de Trump.
Na reunião, representantes das FDI e do Shin Bet informaram aos ministros que o Hamas não só não está depondo as armas como prometeu, mas também está aproveitando o período para se rearmar e se fortalecer. Segundo um representante do Shin Bet, “o Hamas está usando a cessação dos combates para fortalecer suas forças a fim de se preparar contra nós, caso entremos em ação, bem como para nomear dirigentes para a organização”.
A análise de inteligência enfatizou que a organização está usando materiais de dupla utilização que entram em Gaza, como parte de suprimentos internacionais, para se rearmar.
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Além disso, os terroristas estão coletando destroços de bombas das FDI e convertendo-os para seu próprio uso, inclusive para produzir dispositivos explosivos. O primeiro-ministro disse que, “a cada dia que passa, que os americanos procuram alguém para desescalar Gaza, o Hamas fica mais forte”.
Netanyahu acrescentou que “está claro, por todos os contatos, que se não houver uma força externa, nós atuaremos”. Ele também informou que exigiu que os americanos não iniciem a reconstrução de Gaza enquanto a fase de desmilitarização não for implementada. “Eu disse aos americanos que devemos garantir a desmilitarização no território do Hamas antes de qualquer reconstrução”, afirmou. “Os americanos concordam que não haverá reconstrução no lado verde (controlado pelas FDI, enquanto não houver reconstrução no lado vermelho (controlado pelo Hamas)”.
Segundo fontes próximas à Casa Branca, esse princípio é aceitável para Jared Kushner, que atualmente não espera que a reconstrução de Gaza comece antes que a ameaça militar representada pelo Hamas seja eliminada.
O jornal Israel Hayom apurou que o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, especificou na reunião de gabinete que as FDI não devem se retirar desses pontos na Faixa de Gaza sob nenhuma circunstância. Segundo Zamir, mesmo que o inesperado aconteça e o Hamas deponha as armas, as FDI devem manter presença na região. A posição de Zamir é também a de que nenhuma parte da Faixa deve ser reconstruída sem a desmilitarização.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel Hayom
Foto: FDI

