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Israel avança lentamente, o mundo impaciente

Por David S. Moran

No 42º dia de combates em Gaza, Israel já está controlando todo o norte da Faixa de Gaza e já entra no Hospital Shifa, o maior da região, sob o qual está o Quartel General do Hamas, e para o qual se entra por vários túneis. Aqui o avanço é mais meticuloso, pois as Forças de Defesa de Israel querem evitar ao máximo atingir pessoas não envolvidas na luta.

O diretor e funcionários do hospital foram advertidos antecipadamente de que as FDI entrariam no hospital para tentar eliminar o perigo que o Hamas representa para os habitantes de Israel e mesmo da Faixa de Gaza. Sob o hospital há uma rede de túneis, arsenal de material bélico e munição. Foi escolhido devido ao pensamento que “Israel não bombardeará um hospital”. De fato, a entrada no hospital foi lenta e talvez o aviso prévio do exército tenha afugentado terroristas do Hamas, que podem ter levado consigo reféns capturados no dia 7 de outubro.

Já na segunda-feira (12), forças israelenses conquistaram o parlamento do Hamas na Cidade de Gaza. O porta-voz militar mostrou que ao lado do hospital Rantisi (há 35 hospitais) havia entrada para túneis e lá encontraram fraldas e cordas, que se supunha foram de sequestrados levados do lugar com o avanço das tropas israelenses.

Israel preocupa-se com os doentes palestinos. Levou consigo 100 médicos que falam árabe, incubadoras e farto material médico. Além disso, pediu a alguns países para absorver doentes de Shifa e outros hospitais. A Itália enviou navio hospital que ficará na costa de Gaza. O mesmo foi declarado pela França e Grécia. Os Emirados Árabe Unidos estão construindo hospital de campanha com 150 leitos. O Egito também.

Muitos antagonistas de Israel podem criticar o Estado Judeu, mas esta preocupação com a vida de civis e jovens que estavam curtindo numa festa ao ar livre, não estava no pensamento dos 3.000 terroristas do Hamas que invadiram Israel. Atiravam em tudo e todos que viam pela frente, mutilaram os cadáveres, queimaram e até estupraram e decapitaram. Na terça feira o exército comunicou aos pais de uma jovem soldada de 19 anos, que sua filha dada como sequestrada foi morta pelo Hamas. Isto evidencia o estado irreconhecível em que ficou e só agora o IML israelense conseguiu identificar (pelo DNA). O número de mortos israelenses baixou para 1.200, depois que a perícia concluiu que outros 200 são de terroristas do Hamas.

O filme de 42 minutos que o governo exibiu para embaixadores, jornalistas e enviou para o exterior, deixou todos que o viram atônitos. Muitos não puderam vê-lo até o fim de tão chocante que é.

Agora, que a organização terrorista Hamas está em retirada, pois boa parte do seu comando foi exterminado e seus quarteis destruídos, o volume de misseis disparados contra Israel diminuiu muito. O Hamas esperava que o mundo árabe e principalmente o Irã e sua proxy, o Hizballah, abrisse uma frente adicional e assim o exército israelense teria mais dificuldades.

Isto não aconteceu. Em países como o Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Bahrein, Emirados Árabe Unidos, eles solidarizam-se com o Hamas verbalmente e torcem para que Israel lhes faça o serviço e o destrua. Eles conhecem bem a influência nociva da Irmandade Muçulmana e dos males que fez em seus países. O Hizballah, que significa “o partido de Allah” é uma organização terrorista xiita, radical. Que partido de Deus tem como símbolo uma arma? Ele lança misseis contra as aldeias e cidades no norte de Israel, só para mostrar solidariedade com o Hamas. Seu líder Nasrallah, vê o que Israel faz em Gaza e teme que Israel o faça no Líbano também e isto o retêm. Além disso tanto ele quanto o Irã foram surpreendidos com o ataque do Hamas, no sábado 7/10. O líder do Irã, Khamenei, encontrou-se na quarta (15) com o líder do Hamas, Hanie e lhe disse: “vocês não nos informaram do que fariam, por isso não nos envolveremos”.

Pelo visto a Hizballah não quer entrar em combate com Israel. Por isso está “pingando” misseis a cada dia e leva o troco. Israel reage imediatamente. O ministro da Defesa, Gallant disse: “não temos interesse em abrir novo front no norte, mas se formos forçados a isso, saberemos como reagir. A maioria da nossa aviação está pronta no norte do país”. Israel neste revide de troca de fogo, está acertando os postos de observação e bases do Hizballah próximos da fronteira e os destrói. A resolução do Conselho de Segurança da ONU, 1701, de Agosto/2006 rege que não haverá nenhuma força ao sul do rio Litani, exceto a força de Paz da ONU (UNIFIL). Esta permitiu o Hizballah aproximar-se da fronteira e foge dos combates.

Isto também ficou evidenciado na Convenção dos 57 países árabes e muçulmanos realizada no sábado (11) em Riad. Os países mais moderados votaram contra a ruptura de relações diplomáticas e sanções contra Israel. O príncipe regente da Arábia Saudita até pediu a libertação dos sequestrados israelenses. O presidente egípcio é contra hospedar refugiados de Gaza, mesmo temporariamente, em seu vasto território, no Sinai. Ele sabe porquê.

No entanto, o Irã está acionando outro proxy, os houtis do Iêmen, que lá de longe lançaram alguns mísseis de longo alcance, que Israel abate ainda sobre o Mar Vermelho com o seu antimísseis. Agora os houtis ameaçam atacar navios israelenses que passam do Golfo Pérsico para o Mar Vermelho. Se o fizerem, terão resposta à altura.

Cessar-fogo. Com o avanço das tropas israelenses, o Hamas está implorando por um cessar fogo, mesmo temporário. Com a intervenção da tuteladora Catar e do Egito estão tratando disso, mas há muitas condições e guerra psicológica. Já na quinta-feira (9) a Jihad Islâmica estava disposta a libertar uma senhora de 77 anos e um jovem de 13, ambos doentes. Desde então nada aconteceu. Prosseguindo nesta guerra de nervos, discute-se quem será libertado, quantos e se os 50 a 100 propostos em primeira etapa (dos 239), serão entregues de uma vez, ou parcelados. O Hamas quer ganhar tempo e dias de trégua para se rearmar e reorganizar. Exige que terroristas menores de idade e mulheres terroristas sejam libertadas. Cada vez que as famílias dos sequestrados nutrem esperanças, o Hamas joga água fria.

As manifestações contra as ações do Estado de Israel, acredito que sejam por pura ignorância e falta de conhecimento, principalmente entre os Ocidentais. Cada um pode escolher sua visão política, mas não precisa ser cego e não ver a realidade. Quando escuto cidadãos do Ocidente cantando com árabes, os slogans “Do rio ao mar, palestina será livre”, eles nem sabem que estão cantando pela destruição do Estado de Israel. Pois entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo há dois países: um prospero que dá inveja – Israel e outro, Palestina. Na geração atual, basta ler manchetes e tomar posição, sem saber a causa do conflito. Pena.

Mas, há outras manifestações, como ocorreu em Paris, quando cerca de 200 mil pessoas (12) marcharam Pela República e contra o Antissemitismo.

Já na terça-feira (14) cerca de 250 mil pessoas fizeram uma gigante e histórica manifestação no chamado Mall frente ao Capitólio, em Washington.

A ministra do Interior do Reino Unido, Suella Braverman acusou a polícia de Londres de ser leniente ao tratar dos vândalos na marcha pró palestina, que foi de “ódio e anti-Israel”. Ante as pressões que sofreu de grupos pró-palestinos, o Primeiro-Ministro Rishi Sunak demitiu-a do cargo, sob alegação de “aumentar a tensão entre palestinos e os pró Israel”. Aliás, Rishi foi dos primeiros mandatários que vieram solidarizar-se com Israel.

Com todos esses dias de combates e o deslocamento de cerca de 200.000 pessoas das áreas próximas da Faixa de Gaza e do norte do país, há falta de mão-de-obra. Para ordenhar as vacas ou colher frutas e verduras e cada um contribui com o que pode. Há os que levam alimentos caseiros aos soldados e peças de roupa que lhes falta. Os israelenses estão unidos e o trabalho voluntário é de praxe. Atualmente, todos compram mais produtos israelenses mesmo para ajudar os agricultores e as indústrias locais.

A guerra e suas consequências em estatísticas

Na economia: Cerca de 19% da mão-de-obra israelense está fora do trabalho devido a guerra Espadas de Ferro. O custo desta guerra está avaliado entre 100 a 200 bilhões de shekels (US$ 26,5 a 53 bilhões). 70% dos israelenses estão dispostos a pagar mais e comprar produtos nacionais. 81% declararam que pretendem boicotar produtos de países anti-israelenses. Aliás, a Turquia do Erdogan é muito anti-israelense e é um dos lugares que o israelense viajava de férias e de onde se importa tudo, desde cimento a produtos agrícolas.

Confiança nos árabes: A pergunta, se você acredita que os terroristas do Hamas assassinaram 1.200 cidadãos israelenses, com tiros, estupros, decapitações e fogo, de famílias inteiras, ou se é mentira? 83% responderam sim, 17% não. Os mais idosos, são os que dizem sim. Entre a idade de 18-24 (geração da mídia, como Tik Tok e Instagram menos. Assim o é quando se perguntou se o ataque do Hamas foi para atingir soldados ou atiraram centrados em civis sem diferenciação? 74% disseram que visavam a todos, sem distinção, 26% que era contra o exército. Aqui também a variação vai pela idade: os de 65+ 91%, sem distinção e caindo até os de 18 a 24 anos, 53% a 47% (fonte: The Marker 10/11/2023).

Na política, segundo pesquisa feita pela Universidade Reichman, de Herzliya (13/11): a favor de eleições após a guerra, 66% (38% da coalizão e 89% da oposição). Pesquisa do Instituto Kantar (13/11): Netanyahu tem que renunciar, 73%, só 16% que fique no posto. 80% veem no Netanyahu responsável pela catastrófica falha que levou ao massacre. Pesquisa se as eleições ocorressem agora em quem votaria (Yedioth, 13/11):

Hamachané Hamamlachtim 39 (Maariv), 36 (Canal 12). Likud 18 e 17, respectivamente, Yesh Atid 15 em ambos, Shas 8 e 10, Israel Beiteinu 8 e 9, Yahadut Hatorá 7 em ambos, Otzma Yehudit 5 e 7, Hadash-Taal 5 em ambos, Meretz 6 e 5, Raam-5 em ambos, Hatsionut Hadatit 4 em ambos. Haavoda e Balad não alcançam o mínimo de votos para entrar no Knesset.

Curtas

Presidente da Turquia, Erdogan: “Israel é estado terrorista que comete crimes de guerra. Hamas não é organização terrorista e seus militantes são guerreiros da liberdade”. Isto diz o ditador que matou milhares de curdos, que invadiu e não saiu do norte da Síria, cujo país atacou e ocupa a metade da ilha de Chipre. Hipocrisia é palavra amena para ele.

Mania de dizer e voltar atrás. Depois que Macron disse que não há justificativa para os bombardeios de Israel em Gaza, “Cessar fogo lhe fará bem”. Dias depois de alegar que Israel tem direito a autodefesa, a Rússia posicionou-se totalmente com o Irã, Hamas, Hizballah contra Israel. Na quarta-feira (15) o Ministro do Exterior russo, Sergey Lavrov, repentinamente em entrevista disse: “condenamos o ataque do Hamas contra Israel”. Surpresa, surpresa, será que ele condena o ataque russo contra a Ucrânia também?

A ex-ministra da Informação, deputada pelo Likud, Galit Distel Atbaryan, próxima do premier Netanyahu se pronunciou a uma ativista comunitária: “Netanyahu não é o anjo que admirei. Tenho enorme raiva para com ele, que me queima por dentro. Os dias deste governo estão contados. Eu me calo com grande esforço, só porque Israel está em perigo… a raiva é com os monstros que cresceram sob este governo, no sul e no norte e não aguentei mais e por isso me demiti do governo (em 12/10).

Em todo o país e em casas se vê a bandeira de Israel.

Foto: FDI

One thought on “Israel avança lentamente, o mundo impaciente

  • Eu até poderia elogiar esse texto se não tivesse mais uma vez, como sempre um viés demagógica porque tanto David Moran quantos outros tantos esquerdistas ou ignorantes políticos fingem ignorar o passado covarde, passivo perante os atos terroristas praticados pelo Hamas, Jirad islâmica, financiados por Mahmud Abbas vulgo Abu Mazen terrorista negador do Holocausto que paga para matar judeus! E se Netanyahu obviamente tem que renunciar depois de décadas de apaziguamento e incentivo ao terrorismo, Ganz, esse imoral bajulador do terrorista Abu Mazen também tem que ser expulsos definitivamente da vida pública bem como o sem escrúpulos Lapid que dilapidou o nosso mar territorial e deu uma parte de presente ao inimigo Liba

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