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Israel rejeita nova proposta de acordo de cessar-fogo

Respondendo a uma reportagem da mídia libanesa de que uma nova proposta de acordo de reféns e cessar-fogo havia sido aceita, em princípio, por Israel, uma alta autoridade israelense disse, nesta segunda-feira, que a proposta foi rejeitada.

“A proposta recebida por Israel não pode ser aceita por nenhum governo responsável”, disse a autoridade à mídia, sem dar mais detalhes. “O Hamas está impondo condições impossíveis que significam um fracasso total no cumprimento dos objetivos da guerra e uma incapacidade de libertar os reféns”, disse ele.

A principal organização que representa as famílias dos reféns também rejeitou o acordo relatado, dizendo que ele não incluiria o retorno de todos os sequestrados e o fim definitivo da guerra.

Uma série de reportagens citou fontes dizendo que um novo acordo de cessar-fogo estava próximo, semelhante a acordos anteriores, segundo o qual os combates na Faixa de Gaza seriam interrompidos por um período de tempo durante o qual os reféns israelenses seriam libertados e a ajuda humanitária ao enclave seria reforçada.

O canal de notícias em árabe Sky News Arabia citou fontes não identificadas dizendo que o presidente dos EUA, Donald Trump, provavelmente anunciaria tal acordo dentro de alguns dias.

O jornal libanês Al-Mayadeen, afiliado ao Hezbollah, informou que Israel concordou em princípio com uma proposta preliminar que previa um cessar-fogo de cerca de 70 dias, durante o qual 10 reféns vivos seriam libertados em duas fases, modificando o chamado plano Witkoff, que estabelecia um cessar-fogo mais curto para a libertação de cerca de 10 reféns vivos.

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Mas a autoridade israelense descreveu a proposta como algo que “não indica um desejo real de diminuir as diferenças entre as partes” e disse que ela estava “muito longe” daquela apresentada originalmente pelo enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

“Não há disposição genuína por parte do Hamas para avançar com um acordo. Israel continua comprometido com o plano de Witkoff”, disse ele.

Segundo a reportagem do Al-Mayadeen, baseada em uma fonte palestina “sênior” não identificada, as últimas discussões, mediadas por Witkoff e o empresário palestino-americano Bishara Bahbah, foram concluídas na manhã desta segunda-feira. Não foi informado onde essas negociações foram realizadas nem quem estava envolvido

A proposta inclui um cessar-fogo com duração de aproximadamente 70 dias, durante o qual 10 reféns vivos seriam libertados em duas fases, cinco no primeiro dia e cinco no sétimo.

O Hamas e outros grupos terroristas se comprometeriam a não tomar ações “hostis” contra Israel e se absteriam de fabricar armas, tentar contrabandeá-las para Gaza ou usá-las.

Além disso, o Hamas exigiu que 1.000 caminhões de ajuda humanitária entrassem em Gaza por dia.

O rascunho também estipula que as negociações para o fim da guerra seriam realizadas durante o período de cessar-fogo, com o objetivo de estabelecer um governo técnico para assumir o controle de Gaza e caminhos para o fim permanente do conflito com Israel.

Os EUA garantiriam a implementação do cessar-fogo desde que as negociações fossem realizadas de boa-fé.

A fonte disse que o Hamas havia sugerido inicialmente uma trégua de 90 dias e a libertação de cinco reféns vivos e cinco mortos, levando os EUA a mirar em 70 dias. Israel concordou com o número de reféns a serem libertados e o cronograma, de acordo com a reportagem.

O canal egípcio Al-Rad noticiou que havia desdobramentos nas negociações mediadas entre Israel e o Hamas, realizadas em Doha. Fontes informaram à emissora sobre um acordo semelhante em andamento, um cessar-fogo de 60 dias em troca da entrega de 10 reféns vivos, bem como dos restos mortais de outros 16. O Hamas, por sua vez, estaria exigindo que Israel libertasse todos os prisioneiros palestinos capturados em Gaza, antes ou depois de 7 de outubro de 2023, quando a guerra começou.

O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos disse em resposta às reportagens que “é novamente o mesmo conceito perigoso que busca continuar a guerra a qualquer preço, por nada”.

“Acordos parciais são uma perda para Israel que pode, e deve ser evitada. Só existe uma solução adequada e desejável: um acordo abrangente que traga de volta todos os 58 reféns e ponha fim à guerra. O governo poderia chegar a esse acordo amanhã de manhã, se assim o desejasse”.

Trump indicou, no domingo que pode haver desdobramentos em relação a Gaza. Em declarações a repórteres sobre o progresso nas negociações com o Irã sobre seu programa nuclear, ele disse que os negociadores fizeram “progresso real” durante conversas “muito boas”.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu continuar a guerra até que Israel alcance os objetivos declarados de destruir o Hamas, derrubar seu regime e libertar os reféns. O Hamas rejeita as exigências israelenses de que seus líderes sejam expulsos, que deponham as armas e que não desempenhem nenhum papel na futura governança de Gaza. Na semana passada, ele também afirmou que a guerra não terminaria até que o plano de Trump para realocar os moradores de Gaza fosse executado.

Israel está sob pressão internacional, inclusive de Washington, para aumentar a entrega de ajuda humanitária a Gaza. Na semana passada, Israel começou a permitir a chegada de ajuda à Faixa de Gaza, após interromper o envio de assistência desde o início de março, quando abandonou um cessar-fogo de dois meses que resultou na entrada de alimentos e outros suprimentos para a Faixa. Esse cessar-fogo resultou na libertação de reféns vivos e mortos.

Nas últimas semanas, especialistas alertaram sobre um alto risco de fome em Gaza, e até mesmo os EUA um aliado fiel, expressaram preocupação com a crise da fome.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Wikimedia Commons

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