Israel revogará vistos de diplomatas australianos
O deputado pelo partido Sionismo Religioso Simcha Rothman (foto), que deveria participar de dois eventos públicos em Sydney e Melbourne e de dois eventos privados anunciados como uma “turnê de solidariedade”, em agosto, teve sua entrada negada na Austrália.
O ministro do Interior da Austrália, Tony Burke, confirmou que o pedido de visto de Rothman foi negado e que ele não poderia solicitar outro por três anos. “Nosso governo adota uma linha dura com pessoas que tentam vir ao nosso país e espalhar a divisão”, disse Burke. “Se você está vindo para a Austrália para espalhar uma mensagem de ódio e divisão, não queremos você aqui”.
Rothman respondeu ao cancelamento do visto nas redes sociais. “Na decisão de negar o visto, o ministro australiano alega que minha presença e minhas palavras terão um sério impacto na paz e no Estado de Direito na Austrália, o que significa que a multidão islâmica que pede a destruição de Israel nas ruas de Sydney e Melbourne não ficará feliz com minha presença”, postou ele.
“A decisão do governo australiano de me negar a oportunidade falar com meu povo, por expressar posições simples e claras, é um antissemitismo claro e flagrante que impulsiona o terrorismo”.
A negativa do visto de Rothman é a primeira grande ação contra um membro da Knesset desde o anúncio do governo de que reconheceria um estado palestino na reunião da ONU mês que vem.
Em resposta aos vistos negados, Israel informou à Austrália que revogará os vistos de residência de representantes australianos junto à Autoridade Palestina, em resposta à recusa de Camberra em dar vistos à ex-ministra da Justiça, Ayelet Shaked, e ao presidente do Comitê Constitucional, Simcha Rothman, bem como a intenção de reconhecer um Estado palestino.
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O ministro do Exterior, Gideon Saar, comunicou a decisão ao embaixador da Austrália em Israel. Saar instruiu a embaixada israelense em Canberra a examinar minuciosamente todos os pedidos oficiais de visto para Israel.
Embora os diplomatas australianos estejam baseados em Israel, seu escritório fica em Ramallah, e eles se deslocam diariamente. “A Austrália age contra Israel e a Austrália também ataca israelenses com suas decisões”, disse Saar.
Ele acusou Camberra de alimentar o antissemitismo ao afirmar que visitantes israelenses poderiam causar agitação entre a população muçulmana australiana. “Em vez de lidar com o antissemitismo que assola a Austrália hoje, incluindo ataques a judeus e instituições judaicas, eles estão inflamando-o com falsas acusações”, disse Sa’ar.
A decisão gerou polêmica na Austrália, com críticos acusando o Partido Trabalhista de ser leniente com os apoiadores do Hamas, enquanto barra a presença de um importante parlamentar israelense. Autoridades disseram que a visita de Rothman corria o risco de ofender os muçulmanos no país.
Fonte: Revista Bras.il a partir de ABC e Ynet
Foto: Captura de tela (Arutz7)