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Jornal americano elimina cartoons em suas edições

O jornal norte-americano The New York Times anunciou que decidiu terminar com a prática de publicação de cartoons na sua edição internacional, na sequência da polêmica que envolveu um desenho do cartunista português Antônio Moreira Antunes, considerado antissemita. No cartoon o Presidente dos EUA, Donald Trump, aparece com uma ‘kipá’ (símbolo judaico) e óculos escuros sendo conduzido por um cão-guia com a cara do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Na época, a direção do jornal pediu desculpa pela publicação e justificou-se dizendo que tinha sido o resultado da decisão isolada de um editor, que não reconheceu o potencial de leitura antissemita, e rompeu o contrato com a empresa de serviço de distribuição de cartoons que trabalhava com vários cartunistas internacionais, entre eles o português Antônio Moreira Antunes.

A direção de informação do The New York Times, uma das mais prestigiadas publicações jornalísticas nos Estados Unidos, explicou que, a partir de 1 de julho, a edição internacional adotará a mesma estratégia editorial da edição nacional, que não publica qualquer desenho humorístico.

As reações a esta decisão do The New York Times foram imediatas, em particular do lado de cartunistas, lamentando o desaparecimento desta forma de expressão visual das páginas do jornal. Patrick Chappate, um dos cartunistas que colaborava com o The New York Times, escreveu no seu blog que a decisão não tem apenas a ver com cartoons, “mas também com jornalismo e com a opinião em geral”, dizendo que se vive “num mundo em que a população moralista se junta nas redes sociais e ergue-se como uma tempestade, atacando as Redações dos ‘media’”.

Plantu, conhecido cartunista do diário francês Le Monde e fundador da associação Cartooning for Peace, disse que o jornal “se encolheu perante as redes sociais”, lembrando que o The New York Times já tinha pedido desculpa pelo desenho do português Antônio. “É tão estúpido como se pedíssemos às crianças no Dia das Mães para pararem de fazer desenhos para suas mães”, disse o cartunista, manifestando a sua solidariedade para com os cartunistas afetados pela decisão do jornal. “Humor e imagens perturbadoras fazem parte das nossas democracias”, disse o cartunista do jornal Le Monde.

Fonte: tvi24.iol.pt

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