Lula apoia ação da África do Sul contra Israel
O Itamaraty divulgou nota, nesta quarta-feira, na qual afirma que o presidente Lula apoia a ação apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça.
Segundo a agência de notícias Reuters, a ação sul-africana pede à Corte que declare que Israel violou, no conflito contra o Hamas, obrigações previstas na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Israel refuta as alegações da África do Sul.
Fundada em 1945, a Corte (ou Tribunal) Internacional de Justiça está sediada em Haia, na Holanda. A Corte julga disputas entre Estados e responde a consultas de órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas (ONU).
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Lula externou o apoio à iniciativa sul-africana durante reunião nesta quarta com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, hoje, o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Samaria e Judeia, depois de decorridos mais de três meses da presente crise”, diz trecho do comunicado do Itamaraty.
O Ministério afirma na nota que Lula apoia a iniciativa sul-africana para que a Corte Internacional de Justiça “determine” a Israel que pare atos e medidas que possam configurar genocídio.
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“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”, completa o documento.
No comunicado divulgado pelo Itamaraty após a reunião de Lula com o embaixador da Palestina, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que, no encontro, o petista lembrou que o Brasil condenou de forma imediata os “ataques terroristas” do Hamas.
“Lula reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis”, diz a nota.
Lula também citou os esforços brasileiros para a paz no Oriente Médio e para a formação de corredores humanitários.
“O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, finaliza a nota do Itamaraty.
Em nota divulgada à imprensa, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a decisão de Lula de apoiar a ação sul-africana na Corte Internacional de Justiça de Haia.
Para a entidade, a posição “diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira”.
“A ação sul-africana é uma inversão da realidade. O conflito atual começou depois das atrocidades dos terroristas do Hamas contra a população de Israel, que matou indiscriminada e barbaramente mais de 1.200 pessoas, no ataque mais mortal contra o povo judeu desde o Holocausto. Israel está apenas se defendendo de um inimigo, ele sim, genocida, que manifesta abertamente seu desejo genocida de exterminar Israel e os judeus”, afirma o comunicado.
A Conib afirma ainda que forças israelenses têm tomado precauções para preservar a população civil da Faixa de Gaza. “O Hamas se esconde covarde e deliberadamente atrás dos civis de Gaza porque suas mortes são usadas como arma contra Israel na opinião pública mundial”, declara a Confederação.
“É frustrante ver o governo brasileiro apoiar uma ação cínica e perversa como essa, que visa impedir Israel de se defender de seus inimigos genocidas”, finaliza a entidade no comunicado.
Fonte: Revista Bras.il a partir de G1
Foto: Ricardo Stuckert/PR (Wikimedia Commons). Foto oficial do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva