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Não há cessar-fogo nem troca de reféns antes de sexta-feira

Em um anúncio surpresa perto da meia-noite desta quarta-feira, o presidente do Conselho de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, disse que a tão esperada libertação do primeiro grupo de 50 sequestrados israelenses detidos pelo Hamas em Gaza, como parte de um acordo com o grupo terrorista, não ocorreria na quinta-feira, como anunciado anteriormente, mas apenas sexta-feira.

Hanegbi divulgou um comunicado dizendo que as negociações para libertação dos reféns “estão em constante progresso” e “a libertação começará segundo o acordo original entre as partes, e não antes de sexta-feira”.

Uma fonte israelense também disse que a pausa de quatro dias nos combates seria suspensa e que as operações militares israelenses em Gaza continuariam enquanto o acordo não fosse finalizado, informou o Haaretz.

O atraso é um golpe para as famílias que estão desesperadas por verem seus entes queridos raptados regressarem depois de quase 50 dias como reféns do Hamas.

O acordo previsto, conforme detalhado pelo gabinete de Israel, trocaria 50 reféns israelenses vivos, crianças, suas mães e outras mulheres em grupos de 12 a 13 pessoas, por uma pausa de quatro dias nos combates e pela libertação de até 150 prisioneiras palestinas e menores de idade.

O acordo permitiria também a entrada de combustível e fornecimentos humanitários para Gaza durante a pausa.

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Uma autoridade israelense explicou o atraso na noite desta quarta-feira, dizendo que, ao contrário do que foi entendido anteriormente em Jerusalém, tanto Israel quanto o Hamas precisam assinar um documento ratificando o acordo para que ele entre em vigor.

Espera-se que o documento seja assinado nas próximas 24 horas, a tempo da libertação dos primeiros reféns na sexta-feira, disse a autoridade israelense.

O responsável também disse que, ao contrário de uma reportagem do Canal 12, que afirmava que o chefe da Mossad, David Barnea, havia recebido uma lista do primeiro lote de reféns previsto para libertação, nenhuma lista foi recebida ainda.

Israel não publicará os nomes antes da sua libertação para evitar qualquer falsa esperança entre as famílias caso o acordo fracasse.

Em uma reportagem sem citar fontes, o Canal 12 disse, na noite de quarta-feira, que o atraso se deveu à falta de entendimento mútuo sobre as “regras do jogo” durante a calmaria nos combates pelo acordo de trégua de quatro dias.

O anúncio surpresa de Hanegbi na noite de quarta-feira ocorreu horas depois de um representante israelense ter dito que a libertação de cerca de 50 reféns israelenses começaria na quinta-feira e confirmado detalhes do acordo com o Hamas em uma coletiva de imprensa.

A coletiva seguiu-se a um anúncio do representante do Hamas, Moussa Abu Marzouk, que disse que o acordo entraria em vigor às 10h de quinta-feira.

Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro do gabinete de guerra, Benny Gantz, realizaram uma longa reunião com imprensa sobre os méritos do acordo na noite de quarta-feira.

Se concluído, o acordo será o maior avanço diplomático desde que a guerra eclodiu no mês passado.

Segundo o acordo, se o Hamas conseguir localizar outros reféns que sejam menores ou mulheres não combatentes para libertar, o acordo pode ser estendido para até 10 dias, com um dia extra de pausa nos combates para cada 10 reféns libertados. Mais três prisioneiros palestinos seriam libertados para cada refém libertado.

Na coletiva de imprensa, a fonte israelense disse que Israel acredita que o principal interesse do Hamas nas negociações era maximizar a duração da pausa nas hostilidades, e que o combustível e a ajuda humanitária não são a preocupação central do Hamas.

Inicialmente, o Hamas queria uma suspensão dos combates durante um mês, mas reduziu as suas exigências para quatro dias. No entanto, acrescentou a fonte israelense, prolongar a pausa para além de quatro dias é um objetivo central do Hamas.

O Hamas disse que mantém 210 reféns dos 240 sequestrados em Israel em 7 de outubro, com a Jihad Islâmica e outras facções detendo cerca de 30. O Hamas comunicou que precisa de tempo para localizar os reféns que não são detidos pelo grupo.

De acordo com estimativas israelenses, o Hamas mantém um total de 98 mulheres e crianças, 40 das quais têm menos de 19 anos. No início, o Hamas tinha mais de 100 mulheres e crianças vivas, mas depois dos assassinatos de Yehudit Weiss e Noa Marciano em cativeiro, esse número caiu. Além disso, o grupo terrorista libertou quatro mulheres e uma quinta foi libertada numa operação militar israelense.

Entre as mulheres, há cinco soldadas no serviço ativo que não estão incluídas no acordo.

A fonte israelense também disse que, para além do potencial máximo de 80 mulheres e crianças que poderão ser libertadas nos próximos dias, o Hamas tem de “recolher” mulheres e crianças de outras partes da Faixa para serem potencialmente libertadas em trocas subsequentes.

É por isso que Israel concordou em não recolher informações aéreas com drones durante seis horas todos os dias durante a trégua, permitindo ao Hamas e aos seus agentes reunir mulheres e crianças reféns de diferentes locais da Faixa, disse a fonte.

Na terça-feira, autoridades israelenses informaram aos repórteres que Israel não enfrentaria um blecaute total de inteligência durante as janelas durante as quais não pode realizar missões, já que outros mecanismos de coleta de inteligência não especificados estão em vigor.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Ynet
Foto: Board of Deputies of British Jews

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