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Nós vamos dançar de novo

Por Mary Kirschbaum

UAU!! Quem não mora aqui não acredita… Quantas vidas já vivemos, quantas fases, metamorfoses. Digo, o povo brasileiro que divide redes sociais, vizinhanças, grupos de Whatsapp, amizades.

Não sei se deixamos nossos compatriotas que ainda não apagaram a luz e que permanecem na terra brazilis com inveja ou medo do excesso de excitação. Só sei que de queixo caído, boquiabertos, como estamos todos.

Assim como com a guerra do Irã, que do nada, fez-se a paz, agora também, este dia determinado pelo “deus Trump”, se fez. E não com pouca “folia” eu diria. Acordamos alvoroçados no dia 13 de outubro. Uns crédulos e outros nem tanto, pusemos nossas “vestimentas” de “AM ISRAEL CHAI” e fomos para a Praça dos Reféns em Tel Aviv, ou aos centros das outras cidades de Israel, ou às nossas TVs e os canais 11, 12, 13, 14… para verificar com nossos próprios olhos “O MILAGRE”!

20 reféns foram devolvidos com vida, após ficarem dois anos nas mãos do Hamas.

Todos aqui, brasileiros, israelenses e todo o resto de Am israel Chai estavam prontos às 7 da manhã e acompanhando “de alma” todos os detalhes da soltura destes reféns: Estes meninos, na sua maioria soldados capturados que sobraram, além dos que já haviam sido devolvidos, e que de verdade, não sabíamos se iriam retornar. Assim como muitos foram mortos em cativeiro.

Eles retornaram à casa. A casa de seus pais, filhos, famílias. Retornaram para nós, povo israelense que esperou ansiosamente por este dia. Este lindo dia que se fez de abraços, emoção, comoção, lágrimas de todos os lados.

Nossa alegria não cabia em nós. Ver que apesar de tudo, e dos corpos que não estão mais aqui, conseguimos salvar algumas vidas. Digo conseguimos, pois o povo de Israel várias vezes se desculpou por não poder fazer nada e “ter” que seguir as suas vidas, enquanto nossos irmãos passavam fome, privação, torturas etc., longe de seus amados e aterrorizados por estes monstros terroristas.

No dia seguinte, pudemos, em paz, e com a alegria que cabe a este Chag, comemorarmos Simchat Torah e, para quem não acreditou, nós dançamos novamente! Quem não se lembra quando Mia Schem, que havia sido sequestrada no festival Nova, ao ser libertada, tatuou a frase “Vamos dançar de novo” (We will dance again) em seu braço, como um grito de protesto, e escreveu em seu Instagram: “Nunca esqueceremos 7/10/23. A dor e o medo, as imagens difíceis, os amigos que não vão voltar e aqueles que devemos trazer de volta. Mas vamos vencer. Vamos dançar de novo! Os terroristas do Hamas querem extinguir a nossa luz. Mas eles nunca terão sucesso. Ressurgiremos das cinzas. Nós iremos viver. Esta é a história do nosso povo. O povo de Israel vive. Am Israel Chai”.

Seguimos em frente. Hoje dia 15 de outubro, passados os chaguim, a euforia do retorno dos reféns e a tão proclamada esperança de paz para este povo tão cansado, sofrido, enlutado.

Voltamos para os nossos escritórios, as crianças voltam à escola, as donas de casa aos seus afazeres. Os passarinhos continuam assobiando no início e no fim do dia. O sol volta a brilhar e iluminar nossos caminhos, assim como a nossa fé, resiliência e como o Leão de Judá, com sua força, volta a reinar.

Leat, leat como diz o típico israelense, e sacudindo a poeira estamos novamente na estrada da vida. Dançando.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.

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