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Notas de repúdio por suspensão de Feira na Unicamp

Os protestos que impediram a realização da “Feira das Universidades Israelenses” na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na segunda feira, dia 3 de março, receberam notas de repúdio de diversas entidades judaicas e de políticos.

A reitoria da Unicamp confirmou que o evento precisou ser cancelado “por força de manifestações contrárias à sua ocorrência”, quando manifestantes liderados pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e Juventude Palestina (Sanaud) se posicionaram contra a feira.

A fachada do prédio da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), local em que a feira seria realizada, foi pichada pelos manifestantes com a frase “Palestina Livre”, de acordo com informações da CBN Campinas.

A StandWithUs Brasil, entidade ligada ao governo de Israel, divulgou nota de repúdio sobre o ocorrido. Segundo a organização, “mais de 200 universitários inscritos” para participar do evento “tiveram seu direito cerceado”. Ainda de acordo com a StandWithUs Brasil, membros da equipe teriam testemunhado supostas “agressões contra seguranças e funcionários ligados às universidades participantes” por parte dos manifestantes.

Segundo a entidade, a feira é um evento anual promovido em parceria com grandes universidades brasileiras, visando a cooperação e o intercâmbio acadêmico com estudantes brasileiros. “A mobilização e protestos de hoje extrapolaram qualquer limite compreendido como liberdade de expressão, desrespeitando não só as instituições educacionais ali presentes, mas, sobretudo, os jovens que desejavam participar do evento”, afirmou a StandWithUs Brasil.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) também divulgou nota de repúdio e afirmou que houve violência durante os protestos contra a realização da feira.

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A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) divulgou uma carta, em 23 de março, na qual solicitou o cancelamento do evento na universidade. Para a Fepal, a realização da feira das universidades israelenses no campus da Unicamp “implica em sua adesão ao apartheid na Palestina”.

“As universidades israelenses estão fortemente implicadas na construção do regime colonial e de apartheid de Israel, gerando conhecimento e tecnologias aplicadas na Palestina ocupada e testadas sobre o povo palestino”, criticou a entidade palestina.

Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira, o presidente da Fepal, Ualid Rabah, afirmou que a carta “gerou um grande movimento de solidariedade” e uma “grande mobilização” de movimentos sociais que apoiam a Palestina, o que, segundo ele, fez com que a Unicamp retrocedesse e cancelasse o evento.

O Deputado Federal Kim Kataguiri escreveu no seu Twitter que “o cancelamento da Feira Israelense na UNICAMP por conta de manifestações contrárias é um episódio muito triste. Inviabilizaram um evento só pela participação de Israel. Isso é inaceitável. Há muito tempo, nossas Universidades deixaram de ser ambientes democráticos. Não é de hoje que militantes travestidos de estudantes vêm impondo todo o seu totalitarismo. Eu mesmo já sofri com isso na UNIFESP. São intolerantes, covardes e antidemocráticos que perderam completamente a capacidade de conviver com o contraditório. É uma pena que nossas Universidades, espaços que deveriam fomentar a pluralidade de ideias, tenham se tornado um ambiente tão hostil. Já passou da hora de cobrarmos as reitorias e o poder público em relação a isso. Toda a minha solidariedade aos estudantes que foram vítimas desse lamentável episódio”.

Fontes: guiame e Gazeta do Povo
Foto: Captura de tela R7 (guiame)

3 thoughts on “Notas de repúdio por suspensão de Feira na Unicamp

  • Flavio

    As universidades palestinas deveriam ter sido também convidadas para apresentarem-se aos estudantes brasileiros ansiosos por educação de qualidade, que os colocariam nas primeiras posições nas listas de recrutamente de empresas globais; também para compartilharem suas relevantes pesquisas e métodos com universidades de ponta brasileiras. Um intercâmbio importante!!!
    Infelizmente, é mais fácil destruir o que o outro aporta do que contruir algo de mesmo nível…

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    • José Cosme Batista da Silva

      Israel está muito a frente em vários setores, principalmente na área de Tecnologia, é lamentável que este episódio ocorra no Brasil em uma das principais Universidades do país, este intercâmbio seria muito importante, é triste que o Reitor cedeu a pressão do movimento Árabe para a não realização do evento, poderia ter uma participação mútua para o bem comum, o Brasil perde com este episódio, muitos investimentos poderiam ser feitos no pais em várias áreas.

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