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Reformas avançam na Knesset e povo protesta nas ruas

Os israelenses que protestam contra as polêmicas reformas judiciais estão, desde hoje cedo, bloqueando estradas e ferrovias no dia denominado “Dia do Protesto Nacional”.

Em Tel Aviv, a Polícia usou granadas de efeito moral e canhões de água. Um policial foi filmado ajoelhado no pescoço de um manifestante enquanto ele era detido.

Imagens ao vivo de Tel Aviv mostraram uma série de brigas enquanto a polícia arrastava os manifestantes. Oficiais a cavalo tentaram impedir algumas barricadas.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que apoiou as medidas adotadas disse que a Polícia “deve usar todos os meios à sua disposição para manter a ordem pública e a rotina diária dos cidadãos israelenses e que a Polícia foi muito paciente, enquanto manifestantes atiravam pedras contra eles.

Os manifestantes acreditam que as mudanças radicais no sistema judicial minarão a independência do judiciário e ameaçarão a democracia, enquanto que os ministros, que descreveram os manifestantes como “anarquistas” dizem que vão restaurar o equilíbrio entre os poderes do governo.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu escreveu no Twitter que, “o direito de protestar não é o direito à anarquia.”

Na Knesset, membros da oposição boicotaram uma votação do comitê de constituição, justiça e direito, que deu a aprovação inicial a mais propostas no plano de reformas judiciais, que agora serão enviadas para sua primeira leitura no plenário da Knesset, em meio à indignação da oposição dirigida ao presidente do comitê, Simcha Rothman, por sua gestão do processo.

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Rothman tentou apressar o debate e o procedimento antes da votação e foi atacado por deputados da oposição, fazendo com que pedisse a expulsão do plenário do comitê de vários membros da oposição, entre eles Gilad Kariv, do Avodá e Elazar Stern,  Yoav Segalovitz, Meir Cohen, Orna Barbivay e Yorai Lahav Hertzanu, do Yesh Atid.

Vários parlamentares também exigiram que Rothman permitisse um debate sobre quais Leis Básicas seriam afetadas pelo projeto de lei, o que ele recusou, levando a mais alvoroço.

Mudanças no sistema de justiça são parte fundamental da política da nova coalizão liderada por Netanyahu. Elas visam dar ao governo eleito influência decisiva sobre a escolha dos juízes e limitar o poder da Suprema Corte de decidir contra o executivo ou derrubar a legislação.

Os críticos dizem que isso põe em perigo o sistema político de freios e contrapesos, uma vez que Israel não tem constituição e apenas uma câmara parlamentar controlada pela coalizão governista.

Aliados estrangeiros de Israel expressaram preocupação com a nova legislação. “Desacelere um pouco, talvez reúna as pessoas, tente construir algum consenso”, disse o embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides.

Veteranos da Unidade 8200, unidade de inteligência militar de elite, se juntaram a uma lista de reservistas que ameaçam se recusar a prestar serviço de reserva.

Trabalhadores de alta tecnologia, advogados e banqueiros também expressaram preocupação com o impacto, inclusive na economia.

Netanyahu, no entanto, afirma o contrário. Segundo ele que as mudanças impulsionarão os negócios.

Fontes: BBC, The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto: PxHere

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