Reunião do Conselho de Segurança termina sem declaração final

A reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito em Israel terminou sem declaração final. O encontro a portas fechadas foi presidido pelo Brasil na tarde deste domingo, em Nova York.

A previsão era de que não haveria consenso entre os embaixadores sobre as medidas que a organização deveria tomar neste momento. O Conselho poderá se reunir mais vezes se os membros-integrantes pedirem.

O embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, explicou à rede de TV CNN que o intuito principal da reunião era, na verdade, expor a situação atual de Israel aos integrantes do Conselho de Segurança.

A situação foi relatada por videochamada por um enviado especial da ONU a Israel.

O enviado era um norueguês que participou do acordo de Oslo, firmado entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina, na Noruega e com mediação dos Estados Unidos.

O governo de Israel denunciou o terrorismo cometido pelo Hamas nos últimos dias e alertou que os acontecimentos representam o equivalente aos atentados de 11 de setembro para o país. “Nada será como antes”, declarou Gilad Erdan, embaixador de Israel na ONU, antes da reunião do Conselho. “Esse é nosso 11 de setembro”, afirmou, numa referência aos ataques contra os EUA em 2001.

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Erdan acusou o Hamas de “selvagens”, de agir “da mesma forma que atuaram os nazistas” e equiparou o grupo ao Estado Islâmico e Al Qaeda. “O que vimos são crimes de guerra e faremos de tudo para trazer nossos cidadãos sequestrados de volta”, garantiu.

Para o diplomata, a comunidade internacional não pode continuar a dar recursos para Gaza. “Esse dinheiro não vai para escolas. Todo o território de Gaza faz parte da máquina de terror do Hamas”, disse.

As frases do diplomata israelense foram seguidas por uma coletiva por parte do embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, que disse que “Israel não pode conduzir uma guerra, esperando que haverá paz”.

O embaixador insistiu que a história não começou com o recente ataque do Hamas. “Ano após ano, estamos dizendo que a situação é intolerável”, afirmou. “Nós escolhemos o caminho da paz, que é o que a comunidade internacional aposta. Não nos prove agora que estávamos errados”.

Após os relatos, cada país do Conselho expressou sua opinião sobre o conflito. Questionados pela CNN, os embaixadores disseram que não podem falar sobre as posições dos outros integrantes.

O encontro, que durou duas horas, foi convocado pelo Brasil porque, atualmente, o país ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU. Os brasileiros tentam se colocar como país mediador, que consegue conversar com todos os países.

O embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, afirmou a jornalistas que muitos condenaram os ataques do Hamas e a invasão do território israelense, mas que “obviamente, não todos” fizeram isso.

Brasil e Estados Unidos pretendem fazer um esforço nos próximos dias para conversar com Rússia e China para que cheguem a um acordo numa próxima reunião do órgão da ONU, dizem fontes do Ministério das Relações Exteriores.

A ideia é que pelo menos um comunicado oficial do Conselho de Segurança com críticas aos atentados do Hamas, mas não necessariamente em defesa de Israel, seja emitido em um eventual segundo encontro para discutir a situação de Israel.

Fonte: Revista Bras.il a partir de CNN Brasil
Fotos: Wikimedia Commons