Terrorista perseguiu diplomatas antes do ataque
O terrorista que assassinou Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim em frente ao Museu Nacional de História Judaica Americana, em Washington, na noite de quarta-feira, os atacou deliberadamente após identificá-los como funcionários da embaixada israelense, disse o embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, na sexta-feira.
De acordo com Leiter, o agressor, Elias Rodriguez , se misturou aos participantes de um evento organizado pelo Comitê Judaico Americano (AJC) naquela noite, coletando informações sobre funcionários da embaixada.
Após despertar suspeitas, Rodriguez foi convidado a se retirar. Mais tarde, ele ficou à espreita do lado de fora do local, emboscou o casal, atirou à queima-roupa e confirmou a morte dos dois, de acordo com a acusação apresentada contra ele.
Leiter disse que as autoridades locais estão investigando se Lischinsky e Milgrim foram alvos específicos por suas funções diplomáticas, ou se foram selecionados aleatoriamente. Ele também revelou que a namorada de Rodriguez já havia sido presa por gritar ameaças no consulado israelense em Chicago e que Rodriguez tinha ligações com uma organização socialista com “características marxistas”.
Após o tiroteio, Rodriguez teria retornado ao museu, escondido sua arma em uma planta e sentado entre os convidados. “Alguns pensaram que ele era testemunha do tiroteio e lhe ofereceram água”, disse Leiter.
“Então ele começou a dizer: ‘Eu fiz isso, eu fiz isso’, e gritou que fez isso ‘por Gaza, pela Palestina'”. Leiter acrescentou que o presidente dos EUA, Donald Trump, ficou chocado com o ataque e comunicou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que estava “cuidando pessoalmente do assunto”.
LEIA TAMBÉM
- 23/05/2025 – Netanyahu nomeia diretor da ISA, violando decisão do Supremo
- 22/05/2025 – Funcionários da Embaixada de Israel são assassinados nos EUA
- 22/05/2025 – “Toda Gaza estará sob controle de segurança israelense”
Fontes do AJC contestaram o relato do embaixador, afirmando que Rodriguez não estava presente durante a conferência e só entrou no museu após os tiros. Elas confirmaram que ele havia se registrado para o evento, mas teve a entrada negada após uma verificação de antecedentes.
Ainda há dúvidas sobre como ele conseguiu entrar no local após atirar, apesar de ter sido barrado anteriormente. O AJC disse que ele só falou com os presentes após o ataque.
Rodriguez, morador de Chicago, de 31 anos, foi acusado na quinta-feira de homicídio premeditado. A acusação descreve como ele abordou Lischinsky e Milgrim por trás quando se aproximavam de uma faixa de pedestres, sacou uma arma da cintura e atirou nas costas deles.
Assim que caíram, ele avançou, disparou repetidamente e confirmou o assassinato. Milgrim, que tentou rastejar para longe, foi baleada novamente ao tentar se sentar. Imagens de câmeras de segurança mostraram Rodriguez recarregando sua arma antes de atirar fatalmente nela à queima-roupa. Ele então se inclinou sobre os corpos e disparou novamente.
De acordo com relatos de testemunhas oculares fornecidos à Ynet, duas cidadãs americanas que trabalham na embaixada israelense escaparam por pouco. As mulheres caminhavam com Lischinsky e Milgrim em direção a um carro próximo quando Rodriguez se aproximou.
Eles disseram que não o reconheceram e não tinham certeza se ele estava mirando em alguém específico, mas ele atirou apenas em Yaron e Sarah à queima-roupa. As mulheres fugiram enquanto ouviam os gritos dos colegas atrás delas.
A acusação também observou que as ações de Rodriguez foram frias e calculadas. Em determinado momento, sua arma pareceu emperrar ou ficar sem balas. Uma testemunha o viu mais cedo, parado na chuva, usando uma capa de chuva azul, tentando acender um cigarro – um comportamento que a testemunha achou estranho.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet
Foto: Divulgação