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A Guerra Espadas de Ferro já no 77º dia

Por Davis S. Moran

A guerra que começou com a terrível invasão da organização terrorista Hamas, no sábado, 7 de outubro, já está no 77º dia e longe de terminar. Com a surpresa que Israel foi tomado, imediatamente as Forças de Defesa de Israel (FDI) convocaram mais de 300.000 reservistas, que estão empenhados nos combates. A cada dia noticia-se a morte de mais soldados, dos feridos ninguém comenta.

Israel está avançando e dizimando terroristas do Hamas-Daesh, mas ainda não conseguiu libertar reféns, que foram sequestrados há 77 dias. Na sexta-feira passada (15) ocorreu tragédia quando soldados israelenses atingiram e mataram três reféns, que conseguiram chegar até as forças israelenses, mas equivocadamente foram tidos como terroristas. Quando os nervos estão a flor da pele podem (mas não devem) ocorrer tragédias como esta.

Os três reféns saíram de uma das casas no bairro de Sajahiya, onde se travava forte tiroteio. Tiraram suas camisas e num pau penduraram pano branco. Eles conseguiram fugir do cativeiro, ou foram deixados pelos terroristas que foram mortos, ou fugiram das FDI. A tragédia é que os soldados pensaram que eram terroristas disfarçados e atiraram matando-os. A algumas centenas de metros foi localizado depois, um edifício com inscrições em hebraico (feitos com ketchup?): “SALVEM NOS, 3 REFÉNS” e “SOS”.

Cinco dias antes, o comando da brigada Golani combateu terroristas em Sajahiya. Nestes casos, cães adestrados pela unidade Oketz os acompanham. O cão entrou numa casa e foi morto pelos terroristas. Nas costas levava câmara Go Pro que gravava seus movimentos. Esta câmara foi descoberta oito dias depois e três dias depois do incidente com a morte dos três sequestrados pelas FDI. Na câmara ouve-se gritos em hebraico “salvem-nos”, “somos reféns”. Na hora ninguém ouviu. É uma tragédia de erros. Lástima pelos mortos e seus familiares que viverão o fato cada dia e também o pesar dos soldados envolvidos, que queriam salvá-los e saiu tudo errado.

Três dias antes deste trágico acontecimento, no mesmo bairro, a força travou batalha com muitos terroristas do Hamas, camuflados em trajes civis. Neste combate morreram nove soldados das FAI. Em guerra acontecem muitos erros e tragédias. Pela quantidade de forças envolvidas e mesmo tendo comunicação, por “fogo amigo” (que nome) já foram mortos 20 soldados israelenses.

A Faixa de Gaza é um dos lugares mais densamente povoados. O exército incentivou os habitantes das áreas a serem combatidas, antecipadamente, a deixar o local. Nenhum exército o faria. Mas Israel quer preservar a população civil. No entanto, a cada dia que passa descobre-se que a população ajudava o Hamas. Isto vêem à tona quando se nota que mais de 1.500 poços de entrada de túneis já foram descobertos, camuflados em jardins de infância, escolas, hospitais, mesquitas em casas particulares e estabelecimentos da ONU.

Foi descoberto até um túnel de mais de 4 km que chegou a 400 metros da fronteira com Israel, em que podiam transitar carros (foto). Penetrava à profundidade de 50 metros e tinha elevador, ramificações e até salas de descanso e armazenamento de material bélico. Tem infraestrutura com eletricidade, esgoto, comunicação e porta de ferro.

Tsahal (nome das FDI em hebraico) dedica enormes esforços para chegar aos reféns. Já tem vestígios de cinco reféns que foram assassinados e presume que pode haver mais dezenas. O chefe do Mossad, David Barnea, se encontrou no fim de semana com o primeiro ministro do Catar e com o chefe da CIA, na Suíça, que ainda não surtiu o efeito desejado. O Hamas não se importa com os cidadãos de Gaza, não luta por estado palestino, seu objetivo declarado é formar um estado islâmico. Não segue as regras internacionais e não permite que a Cruz Vermelha visite e ajude com medicamentos os reféns israelenses.

O Hamas-Daesh sofre milhares de baixas

Israel já capturou mais de 1.300 terroristas, muitos acusando o Hamas de não permitir que saiam para o Sul e muitos fornecem valiosas informações sobre a organização. O diretor do Hospital Kamal Adwan, em Jabaliyah, Ahmed Kahalot, revelou aos israelenses que foi recrutado em 2011, com a patente de General de Brigada. Revelou aos agentes do Shabak (Serviço de Segurança Geral) que os oficiais militares superiores do Hamas têm leitos especiais e mordomias. Um dos sequestrados israelenses foi levado ao hospital. Lá tem dezenas de funcionários do Hamas, salas de interrogatório, segurança interna e segurança especial. Todos têm linhas telefônicas particulares. Terroristas do Hamas se refugiavam no hospital, onde acreditavam estarem salvos”.

Mas, o Hamas ainda continua lutando. Sim, com menos intensidade, mas de vez em quando, como na quinta feira (21) lançou misseis de longo alcance em direção a Herzliya, Kfar Saba e Raanana, ao norte de Tel Aviv. As residências dos chefões em Khan Yunis foram vasculhados, mas Yahya Sinwar e Mohammad Deff ainda não foram encontrados, mortos ou vivos.

O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diz que as forças vão lutar até acabar com o Hamas e ao mesmo tempo procura um outro nome para a chamada Guerra Espadas de Ferro. Geralmente o nome é tirado do computador, mas Netanyahu quer algo mais simbólico.

No norte do país, a Hizballah continua a dar solidariedade ao Hamas e lança seus foguetes e mísseis para os povoados junto a fronteira com o Líbano. Nasrallah atende ao seu amo, o líder espiritual iraniano, Khamenei, à revelia de muitos libaneses que temem a entrada da Hizballah em guerra e que Israel faça o mesmo que em Gaza no país dos cedros.

Nesta maluquice que cada organização pode ameaçar o mundo, entram os Houtis do Iêmen. Estes, numa revolução interna, conseguiram capturar parte do Iêmen e portos na região estratégica de Bab al Mandeb, na entrada do Oceano Índico ao Mar Vermelho. Nesta região passam cerca de 40% do petróleo mundial. No início parecia que era contra Israel e em solidariedade ao Hamas, mas não é. Quem se prejudica é o Egito, que está numa crise econômica e este embargo pode lhe prover de cerca de 9 bilhões de dólares dos tributos para passar no Canal de Suez. Os Estados Unidos formaram uma Força Tarefa com marinhas da Inglaterra, França, Canadá, Holanda, Itália, Noruega, Espanha, Bahrein e Ilhas Seicheles. Israel não participa. Os Houtis também seguem instruções do Irã, que está presente também na Síria, mantendo-a fora.

Foto: FDI

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