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A Guerra Espadas de Ferro vai longe

Por David S. Moran

A guerra que foi imposta ao Estado de Israel pela organização terrorista Hamas já está no seu 63º dia e ainda tem muito chão pela frente. Israel já está combatendo no sul da Faixa de Gaza, em Khan Yunes, cidade do líder do Hamas, Yahya Sinwar. Os combates travados são árduos. Até o momento em que escrevo 412 soldados israelenses foram mortos. As dificuldades no combate se notam no grande número de oficiais e soldados de unidades de comando que tombaram.

A cidade de Khan Yunes é a segunda maior na Faixa de Gaza e é de lá a atual liderança do Hamas. Tanto Sinwar quanto Mohammed Deif nasceram e vivem nesta cidade. Israel supõe que pelo menos parte dos reféns israelenses vivos – 138 – estão nos túneis debaixo da cidade.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) agem contrariando as “regras” de guerra, que é de surpreender o inimigo, e revelam antecipadamente à população civil (que os terroristas acompanham também) para onde avançarão. Isto para resguardá-los e para que saiam a tempo para as proximidades da fronteira egípcia e da praia, onde nada lhes acontecerá. Nenhum exército se importa tanto com os civis.

As forças israelenses já descobriram mais de 800 poços de túneis, destruindo mais de 500. A cautela é também devido a possibilidade de que parte dos reféns esteja presa nos túneis.

A história se repete. O Hamas recebeu bilhões de dólares, principalmente do Catar, mas não utilizou o dinheiro para o bem do povo sob seu regime. Usou o dinheiro para se armar e construir uma rede de túneis de fazer inveja ao sistema de metrô de qualquer cidade para o seu uso. Infelizmente, os governos israelenses se apoiavam no Catar para lidar com o Hamas e os regentes deste pequeníssimo e riquíssimo país, zombaram dos israelenses. Não têm pretensão de ajudar nenhum país que não seja do extremo e radical islão, bem como a organizações terroristas que praticam essas ideias radicais.

O Hamas pode dizer quantas vezes quiser que luta para criar um estado palestino, mas isto é papo furado. O Hamas deseja construir um califado de islamismo radical. O Hamas pouco se importa com os indivíduos. A esta organização terrorista é santificado ser “shahid” (mártir) pois eles santificam a morte, enquanto os judeus e os cristãos santificam a vida.

O cessar fogo foi violado quando o Hamas não atendeu aos pedidos de devolver a Israel 15 mulheres e duas crianças sequestradas. Israel estaria disposto a soltar da prisão três vezes mais terroristas condenados. O vice-líder do Hamas, Salah Aruri, disse que enquanto houver combates não será discutida a soltura de reféns. Foram devolvidos 115 sequestrados, entre eles 84 mulheres e crianças, cinco foram soltos anteriormente e 28 trabalhadores da Tailândia e 1 das Filipinas. Ainda estão no cativeiro 118 pessoas e não se sabe se estão todos vivos.

Pelo que se apurou com os reféns libertados, suas condições foram terríveis. Batiam neles, estupraram mulheres e homens, não havia comida suficiente. Um tailandês disse que pedia papel higiênico para o banheiro, mas o molhava na umidade do túnel e comia o papel molhado. Perderam peso.

Os combates se intensificam, enquanto as tropas israelenses vão avançando. O problema dos túneis como era conhecido na luta dos vietcongs contra os EUA, no Vietnã, se repete. Os terroristas saem de túneis que ainda não foram destruídos e fogem para dentro. Israel avança pelos túneis com grande cautela para não atingir reféns que podem estar nestes túneis e pelo perigo que nos túneis haja emboscadas previamente preparadas.

No avanço em Khan Yunis repetiu-se a cena de encontrar vasto material bélico escondido nas proximidades de jardins, mesquitas, escolas e hospitais. Lá armazenaram centenas de mísseis RPG, vários tipos de drones, dezenas de explosivos, misseis de longo alcance apontados para o centro do Estado de Israel e dezenas de granadas. A unidade Oketz (Picada) é formada por soldados e seus cães adestrados, que se juntam a outras unidades de combate como os paraquedistas, comandos, engenharia e blindados. Os cães e seus treinadores militares ajudam na localização de explosivos, material bélico e até achar soldados desaparecidos e ou falecidos. Também conseguem localizar inimigos em seus esconderijos. Os cães levam nas costas mini câmara que transmitem sua trajetória. Quando descobre algo, fica ao lado sem se mexer até que os soldados cheguem e tomem as devidas previdências. Assim foram descobertos muitos túneis e material bélico. Esses cães são tratados como soldados, tem equipamento especial, quando são mortos (e quatro já morreram nesta guerra) têm enterro com honras militares num cemitério especial. A cadela Mike, retornou de combate na Faixa de Gaza com muitos ferimentos na cabeça. Foi levada ao hospital Shamir Assaf Harofé, onde há câmara hiperbárica (de pressão), “como qualquer soldado na sua condição”. Ela corria perigo de vida e está sendo tratada no hospital com ajuda de pessoal de hospital veterinário.

As Forças de Defesa de Israel estão avançando lentamente para tentar resgatar o quanto mais de reféns que estejam nas mãos dos terroristas e também para evitar perdas humanas de não envolvidos.

O problema é que o mundo Ocidental não concebe que Israel esteja fazendo um trabalho que o beneficiará também. Israel tem que liquidar a organização terrorista Hamas e depois fazer o mesmo com a Hizballah no Líbano. A população islâmica está crescendo por imigrantes nos países Ocidentais, que têm outra mentalidade e cultura. Porque não procuram países que tenham os mesmos costumes deles? Quando o Ocidente acordar, poderá ser tarde. Na Holanda já entendem e elegeram um líder que não quer os imigrantes muçulmanos, na Hungria ocorre o mesmo.

A maior potência mundial, os Estados Unidos da América, é ingênua. O presidente Biden quer que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas de 86 anos governe em Gaza também, depois que Israel acabar com o regime do Hamas. Israel se opõe e com razão. Abbas sucedeu a Yasser Arafat em 2004, já governou a Faixa de Gaza e a Autoridade Palestina na Samaria e Judeia. Nas eleições de 2006, o Hamas venceu as eleições e depôs os homens da Autoridade Palestina, inclusive jogando alguns do 8º andar para baixo. Outro problema é que a AP não governa sua região na Samaria e Judeia. Abbas é um velho gagá e não abre mão do governo, que parece uma ditadura, já que não convoca novas eleições desde 2004, por receio de perder.

Então o que fazer no dia de depois da guerra. Israel não pretende ficar nesta região. Parece que prefere que a ONU tome conta temporariamente. A tentativa mais viável é transferir centenas de milhares de palestinos de Gaza, à vasta Península de Sinai e que fiquem no norte da região. O presidente A Sisi, do Egito não quer esta solução, pois não quer dor de cabeça. Porém, o Egito com sua crise econômica, talvez conceda, recebendo ajuda financeira americana e europeia. Outra porção iria a países europeus e a países árabes.

Mesmo aparecendo mais e mais testemunhos do terrível tratamento do Hamas com os sequestrados, inclusive estupros de mulheres e homens, que eles filmaram para se gabar, as organizações femininas como a ONU WOMAN, Me Too e outras não repudiaram as ações contra israelenses. A organização AMMWEC encabeçada pela Anila Ali, que é muçulmana de origem paquistanesa, resolveu agir. Uma comitiva desta organização de direito das mulheres, veio para Israel. “Como é possível não chorar pelas jovens estupradas pelos terroristas? É triste ver o mundo indiferente só porque são israelenses… o mundo demoniza Israel e eu não aceito isso… não é preciso concordar com tudo que ocorre aqui politicamente, mas é preciso dizer a verdade e acabar com esta hipocrisia”. Entre outra acrescentou que o Hamas sequestrou o Islão. “Como muçulmana tenho mais medo de muçulmanos na Califórnia e em Chicago do que dos muçulmanos no Paquistão atual”.

Um enorme absurdo que não dá para entender é o que passou numa sessão especial do Congresso Americano, na quarta-feira (6). Nesta sessão, três reitoras de renomadas universidades americanas – Harvard, MIT e UPenn – foram sabatinadas durante cinco horas. Foram perguntadas sobre antissemitismo no campus e como agiram com estudantes envolvidos em atos antissemitas. Os gritos de “do rio (Jordão) ao mar (Mediterrâneo), a Palestina será libertada” que significa a extinção do Estado de Israel, ou “intifada” foram qualificadas pela presidenta de Harvard, Claudine Gay, como ” fala cheia de ódio, ofensivo, imprudente e desprezível, contrariando os valores de nossa universidade, mas nos empenhados na liberdade de expressão, mesmo quando refletem ódio”. É este tipo de argumento que acabará com a cultura Ocidental. Tudo tem que ter limites. As outras reitoras também enrolaram a língua durante as cinco horas de sabatina, sem condenar o antissemitismo.

Desejo a todos os/as leitores/as Chag Chanuka Sameach.

Foto: FDI

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