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Bibi fala da reforma judicial em mensagem à nação

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez um discurso à nação na noite desta quinta-feira, em seguida à reunião que teve com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que pediu que os projetos de reforma judicial fossem adiados até a próxima sessão da Knesset.

Gallant deixou claro a Netanyahu que dar continuidade à legislação em debate, provavelmente levaria a grandes danos às Forças Armadas e a seus ideias e o ambiente entre oficiais e soldados.

“Haverá consequências imediatas para a prontidão e o nível de alerta da segurança nacional, assim como há evidências claras, concretas e atualizadas de crescentes ameaças à segurança e à população de Israel”, disse Gallant.

Galant ia fazer um pronunciamento mas, após a reunião de urgência, atendeu a um pedido pessoal de Netanyahu para que não o fizesse.

Netanyahu fez então um pronunciamento à nação.

Em seu discurso, o primeiro-ministro deixou claro que as reformas judiciais não serão arquivadas e disse que as alterações na comissão de seleção judicial poderão ser aprovadas já na próxima semana.

Ele também declarou que, após a aprovação da lei que impede a procuradora-geral e o Supremo Tribunal de declarar um primeiro-ministro inapto, ele está livre para se envolver nos esforços para realizar negociações sobre as reformas judiciais.

Netanyahu foi proibido de se envolver pela procuradora-geral Gali Baharav-Miara por um suposto conflito de interesses relacionado ao seu julgamento por corrupção.

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“Cidadãos de Israel, alguns meses atrás, assim que os resultados das eleições foram anunciados, eu disse que ‘pretendo ser o primeiro-ministro de todos os cidadãos de Israel’. Eu quis dizer isso na época e quero dizer hoje”, disse Netanyahu no início de seu discurso.

“Temos um país e devemos fazer tudo para protegê-lo de ameaças externas e de uma divisão interna irreconciliável. Não podemos permitir que nenhuma disputa, por mais aguda que seja, coloque em risco nosso futuro comum”.

“Tanto os favoráveis à reforma quanto os oponentes não são traidores ou fascistas, e a maioria dos israelenses ama seu país e quer a democracia”, disse ele.

Netanyahu abordou também as diferentes posições sobre a democracia. “Os que defendem a reforma acreditam que Israel não tem uma verdadeira democracia devido à presença de um tribunal todo-poderoso. Os opositores da reforma temem que a democracia seja ameaçada por uma Knesset e um governo que agem sem freios e sem contrafreios, colocando em risco os direitos individuais”.

“Em todas as democracias, inclusive nos Estados Unidos, são os representantes do povo que escolhem os juízes. Quase não há exceções a isso, muito poucas. Então os EUA não são uma democracia? A Nova Zelândia não é uma democracia? O Canadá não é uma democracia? O notável jurista, professor Alan Dershowitz, da Universidade de Harvard, que na verdade se opõe a partes da reforma, disse que se a reforma fosse aprovada em seu formato atual, antes do ‘abrandamento’, então Israel não seria uma ditadura, seria como Nova Zelândia, Canadá e, em grau considerável, os EUA também. Este não é o fim da democracia, mas o fortalecimento da democracia”.

Sobre a cláusula de substituição abrangente e irrestrita que levaria a uma pequena maioria da Knesset a ser capaz de invalidar qualquer decisão do tribunal, Netanyahu disse que “isso não vai acontecer. Pelo contrário, pretendemos, e pretendo, ancorar na lei os direitos individuais. Garantiremos os direitos básicos de todos os cidadãos israelenses – judeus e não judeus, seculares e religiosos, mulheres, o setor LGBTQ, todos – sem exceção. Toda a legislação será regida por estes princípios. Não estou dizendo isso em abstrato. Pretendemos apresentar legislação explícita sobre esta questão. Eu cuidarei disso pessoalmente”.

O primeiro-ministro afirmou que os israelenses devem se unir e trabalhar juntos para proteger Israel.

Netanyahu concluiu o discurso com uma mensagem de unidade, “somos irmãos”.

O líder da oposição Yair Lapid respondeu à declaração do primeiro-ministro Netanyahu, dizendo que “em vez de interromper a legislação e acalmar o público, Netanyahu voltou a reclamar e continuou a espalhar mentiras vergonhosas contra o sistema de justiça que nada têm a ver com a realidade. A voz é a voz de Netanyahu, mas as mãos são as mãos de Yariv Levin” disse Lapid.

O ex-ministro da Justiça Gideon Sa’ar respondeu à declaração de Netanyahu, dizendo: “O discurso de Netanyahu esta noite conseguiu decepcionar até mesmo aqueles que não esperavam nada dele. Na prática, ele anunciou que pretende trazer, como planejado, a lei para assumir a seleção de juízes. Ao longo do caminho, ele anunciou solenemente que iria atropelar o acordo de conflito de interesses que se aplicava a ele como réu. Outra oportunidade perdida que alarga a divisão no povo. A resposta é intensificar o protesto”, disse Sa’ar.

O líder do Unidade Nacional, Benny Gantz, comentou que “Netanyahu é o mesmo. Netanyahu deveria fazer uma coisa simples: parar para discussão. Muitos membros da Knesset da coalizão, liderados pelo Ministro da Defesa, veem a legislação como causadora de lesões graves na democracia e na sociedade israelenses, bem como um erro histórico”, disse ele.

Avigdor Lieberman, líder do Ysrael Beiteinu disse que “o pacto entre Netanhyahu e Levin levará à destruição do Terceiro Templo”.

Fonte: GPO, Israel Bational News e Ynet
Foto: GPO

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