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Israel revela documentos da Guerra do Yom Kipur

Os Arquivos do Estado de Israel publicaram documentos oficiais desclassificados sobre as negociações que o governo de Golda Meir realizou em 1974 com a Síria para pôr fim às hostilidades desencadeadas com a Guerra do Yom Kipur em 1973.

“Há 50 anos, esta semana, em 27 de fevereiro de 1974, o secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, deu à primeira-ministra Golda Meir uma lista de prisioneiros israelenses detidos pelos sírios. Isto encerrou a primeira fase de conversações com a Síria após a guerra do Yom Kipur e abriu caminho para uma troca de prisioneiros e um acordo de retirada da força na frente norte”, anunciou o Governo israelense.

A publicação de um resumo dessas negociações, ocorridas entre janeiro e maio de 1974, foi acompanhada de cerca de 40 documentos do acervo do arquivo, incluindo transcrições de reuniões governamentais do período.

Essa documentação sobre as negociações, recentemente aberta para revisão, figura no Arquivo como o capítulo que conclui a publicação completa dos arquivos comemorativos do 50º aniversário da Guerra do Yom Kipur, ocorrida em outubro passado.

Após os erros da inteligência israelense que permitiram o ataque surpresa do inimigo que desencadeou a Guerra do Yom Kipur, Meir teve que lidar com questões delicadas, como a presença de tropas das Forças de Defesa de Israel no Egito e na Síria, e o perigo de uma guerra de desgaste, além do risco de crise econômica devido à necessidade de mobilização contínua de reservistas e rearmamento de tropas.

Para acabar com a guerra, as conversações com os egípcios começaram no final de outubro de 1973 e uma troca de prisioneiros com o Egito ocorreu em novembro, quando Kissinger tomou a iniciativa de ampliar o acordo de distensão também no norte com a Síria, já que queria neutralizar a influência dos soviéticos, principais patrocinadores dos árabes.

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No Acordo de Separação de Forças com a Síria, assinado em Janeiro de 1974, Israel concordou pela primeira vez em retirar-se dos territórios que capturou em 1967, após negociações muito mais complexas do que com o Egito e que só foram seladas em maio.

“A Síria estava interessada na retirada de Israel dos territórios que capturou durante a guerra, mas recusou-se a entregar a Israel a lista de cativos que tinha em mãos e a permitir visitas da Cruz Vermelha, condição exigida por Israel em troca de recuar para uma nova linha de separação”, explica o Arquivo.

Após pressão sobre o presidente Hafez al Assad por parte dos EUA e de países árabes, principalmente Arábia Saudita e Egito, o presidente sírio autorizou Kissinger a entregar a lista de nomes a Israel e há exatos 50 anos, em 1º de março de 1974, representantes da Cruz Vermelha visitaram os prisioneiros.

As transcrições das discussões governamentais expressam as controvérsias sobre a retirada das Colinas de Golan para além da linha roxa, a linha do armistício da Guerra dos Seis Dias de 1967, quando Israel conquistou aquele território. Israel desistiu apenas da comunidade de Quneitra.

Depois de serem atacadas pela Síria, as Colinas de Golan foram conquistadas por Israel em 1967 e anexadas em 1981.

As negociações culminaram num acordo, aprovado por unanimidade pelo governo e depois pelo Parlamento, que foi assinado em 31 de maio em Genebra, no mesmo dia em que o cessar-fogo entrou em vigor.

Os prisioneiros feridos foram devolvidos a Israel no dia seguinte e em 3 de junho, Itzhak Rabin formou um novo governo após a renúncia de Meir. Em 6 de junho de 1974, ambos foram ao aeroporto de Tel Aviv para receber o restante dos cativos retornados.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Aurora
Foto: FDI. CC BY-SA 3.0 (Wikimedia Commons)

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