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Novo museu do Holocausto inaugurado em Amsterdã

Um novo Museu Nacional do Holocausto na Holanda abriu suas portas na última semana.

Localizado no histórico bairro judeu de Amsterdã, próximo a um memorial inaugurado em 2021 em homenagem às vítimas holandesas da Shoah, o espaço de memória terá uma nova cerimônia no próximo domingo, na qual será inaugurado oficialmente pelo rei Willem-Alexander.

Uma das pessoas que participou da inauguração foi Flip Delmonte, um sobrevivente do Holocausto, de 80 anos, cujos pais foram deportados e assassinados pelos ocupantes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Na inauguração, Delmonte afirmou que “o povo judeu foi assassinado. Há pessoas, crianças que sobreviveram e não podemos esquecê-las. Eles também devem ser lembrados no futuro”.

Ao longo da visita pelo museu, o público poderá conhecer a história do Holocausto na Holanda por meio de material audiovisual, fotografias, maquetes e memórias pessoais.

Três quartos dos judeus holandeses estavam entre os seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas, a maior proporção entre todos os países da Europa.

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A curadora-chefe Annemiek Gringold reuniu salas de exposição que não fogem das atrocidades. Mas o museu também apresenta pequenas lembranças das vidas perdidas: uma boneca, um vestido laranja feito de material de paraquedas e uma coleção de 10 botões escavados no terreno do campo de Sobibor.

“Talvez isso seja o mais próximo que eu possa chegar das milhares e milhares de pessoas anônimas que foram levadas às pressas para a câmara de gás”, disse Gringold. “Isso é algo que eles escolheram vestir e é um dos últimos itens que tocaram”.

Gringold disse que o museu abre num momento “em que a geração que sobreviveu à Shoah está lentamente nos deixando”. Agora ela quer contar a história deles “para saber aonde o antissemitismo pode levar em determinadas circunstâncias”.

As paredes de uma sala estão repletas, do chão ao teto, de textos de centenas de leis discriminatórias contra os judeus que foram promulgadas pelos ocupantes alemães dos Países Baixos, para mostrar como o regime nazista, auxiliado por funcionários públicos holandeses, desumanizou os judeus antes de operações.

O Bairro Cultural Judaico, no antigo bairro judeu no coração de Amsterdã, abriga o Museu Judaico e o Museu Judaico Júnior, a Sinagoga Portuguesa, Hollandsche Schouwburg (Museu da Resistência) e o Museu Nacional do Holocausto. Agrupados em um quilômetro quadrado, estes locais históricos albergam uma coleção única que dá vida a uma história e a uma rica herança judaica que vai de 1600 até aos dias de hoje.

A exposição do museu começa tendo como pano de fundo a guerra de Israel em Gaza que se seguiu às incursões mortais do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.

“Os acontecimentos reais, tal como estão acontecendo em Israel, com a guerra em curso, estão na minha mente. Mas me concentro na história deste lugar em particular”, disse Gringold.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Aurora e AP News
Foto: I amsterdam

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