Roger Waters se veste de oficial da SS em Berlim

O ex-Pink Floyd, Roger Waters, se vestiu de oficial da SS e comparou Anne Frank à jornalista da Al-Jazeera Shireen Abu Akleh, durante um show na Mercedes-Benz Arena, em Berlim, na semana passada.

No início do show, um anúncio foi exibido em uma tela que dizia “sobre uma questão de interesse público: um tribunal de Frankfurt decidiu que eu não sou antissemita”, provocando aplausos da multidão. “Só para ficar claro, eu condeno o antissemitismo sem reservas”, continuou o anúncio.

Waters, o ex-baixista e vocalista da banda Pink Floyd, foi repetidamente criticado por declarações e ações antissionistas e antissemitas, com a condenação de seus ex-companheiros de banda.

Waters também expressou apoio à Rússia em meio à invasão da Ucrânia.

Logo após o início do show, um gráfico exibido em uma tela em forma de crucifixo pendurada acima do palco mostrava balões de fala dizendo “Eles devem pensar que somos estúpidos!” e “Quem você quer dizer com eles?”

“Eles, lá na cobertura, a p… da oligarquia”, exibiam os balões de fala. “Ah, você quer dizer os poderes constituídos”, acrescentou outro balão de fala enquanto um homem de terno bebendo vinho e policiais de choque com escudos com um símbolo de martelos cruzados eram exibidos na tela. Ao longo do show, porcos humanóides e empresários obscuros “puxando os cordões” foram exibidos na tela. Usuários de mídia social e ativistas classificaram as imagens como “antissemitas”.

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A tela passou a exibir os nomes de Sophie Scholl, uma ativista antinazista assassinada pelos nazistas, Mahsa Amini, que foi assassinado pela “polícia da moralidade” iraniana, George Floyd, baleado por um policial em Minneapolis, e Anne Frank, que foi assassinada pelos nazistas em Bergen-Belsen, entre outros indivíduos assassinados por diversas autoridades e regimes ao longo do século passado.

A lista também incluía Abu Akleh, que se acredita ter sido morta por tiros disparados por soldados israelenses durante um tiroteio com terroristas palestinos em Jenin, e Rachel Corrie, que foi esmagada por um trator blindado no sul da Faixa de Gaza em 2003. Em ambos os casos, os palestinos afirmam que as vítimas foram alvos diretos das FDI, enquanto  as FDI dizem que as mortes foram um acidente.

O nome de Abu Akleh foi listado logo antes de Anne Frank, provocando indignação de ativistas e autoridades israelenses e judaicas em todo o mundo.

A conta @Israel no Twitter administrada pelo Ministério do Exterior criticou Waters na quarta-feira, twittando “Bom dia a todos, exceto Roger Waters, que passou a noite em Berlim (sim, Berlim) profanando a memória de Anne Frank e dos 6 milhões de judeus assassinados no Holocausto”.

Após a lista de nomes, um gráfico na tela afirmava que “eles” são tão brutais “porque querem esmagar nossa resistência e continuar governando o mundo”.

Após um intervalo, Waters subiu ao palco em um uniforme da SS enquanto um porco inflável com várias palavras e símbolos e olhos brilhantes flutuava sobre a multidão e faixas no estilo do Terceiro Reich, mas com martelos cruzados em vez de uma suástica pendurada no teto. Waters começou a disparar uma metralhadora falsa em direção ao público.

Mais tarde na apresentação, Waters exibiu as palavras “F$%e a ocupação” enquanto cantava “Lay Down Jerusalem (If I Had Been God)”.

Manifestações do BDS também foram realizados fora da arena.

O Centro Simon Wiesenthal Center condenou a apresentação, twittando “Que vergonha para as autoridades de Frankfurt e a arena Mercedes Benz em Berlim – um lugar de onde os judeus foram deportados pelos nazistas – por fornecer ao antissemita Roger Waters este local para seu show sem preocupação ou cuidado com a comunidade judaica”.

Fonte: The Jerusalem Post
Fotos:  Twitter