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Museu suíço fecha acordo sobre arte adquirida na Era Nazista

O Kunstmuseum Basel, na Suíça, chegou a um acordo com os descendentes de Curt Glaser, um historiador de arte judeu alemão, confirmando que havia comprado obras de arte da coleção pessoal de Glaser em um leilão, em 1933, por um preço muito baixo.

Agora, o museu dedicará uma exposição a Curt Glaser em 2022 e pagará uma compensação financeira a seus herdeiros. Em troca, o museu mantém as obras de arte.

O museu possui mais de 100 desenhos e gravuras que pertenceram a Glaser, incluindo a litografia “Madonna”, do pintor norueguês Edvard Munch, que vale milhões de dólares.

Quando os nazistas tomaram o poder em 1933, Glaser foi forçado a se aposentar como diretor da Kunstbibliothek de Berlim, a biblioteca de arte histórica da cidade, e teve que leiloar grande parte das obras de sua coleção pessoal, algumas das quais foram compradas pelo Museu de Arte de Basileia.

Glaser conseguiu emigrar para os EUA, onde morreu em 1943.

Em 2008, os descendentes de Glaser apresentaram pedidos de restituição, citando as circunstâncias em que o museu de Basileia havia adquirido as obras de arte.

O museu rejeitou as alegações, na época, mas depois retomou as conversas com os descendentes de Glaser quando documentos revelaram que os funcionários do museu, em 1933, sabiam que estavam comprando as obras de Glaser a um “preço barato”, pois os judeus na Alemanha nazista enfrentavam uma crescente opressão.

“Estamos muito felizes por eles terem reaberto o caso”, disse Valerie Sattler, descendente de Glaser. “Passaram-se quase dez anos depois que eles se recusaram a falar sobre qualquer tipo de acordo”.

Vários descendentes de Glaser na Alemanha, Brasil e EUA solicitaram com sucesso que museus e proprietários privados devolvessem obras de arte saqueadas pelos nazistas, incluindo o Museu Ludwig de Colônia e o Rijksmuseum de Amsterdã.

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