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ONU aprova resolução exigindo “cessar-fogo imediato”

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, depois de os Estados Unidos terem retirado o seu veto e se absterem na votação.

Os demais 14 conselheiros votaram a favor da resolução, que foi proposta pelos 10 membros eleitos do órgão.

Esta é a primeira vez que o Conselho de Segurança aprova uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza desde o início da guerra.

Washington tinha sido avesso à palavra cessar-fogo no início da guerra de quase seis meses na Faixa de Gaza e usou o seu poder de veto para bloquear resoluções anteriores.

A resolução “exige um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadã, respeitado por todas as partes, conduzindo a um cessar-fogo duradouro e sustentável, e também exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.

Cento e trinta reféns ainda estão detidos por grupos terroristas em Gaza desde o massacre do Hamas em 7 de Outubro, em que milhares de terroristas invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 253, na sua maioria civis, muitas delas por meio de atos horríveis de brutalidade.

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A resolução do Conselho de Segurança também “enfatiza a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis em toda a Faixa de Gaza e reitera a sua exigência de levantamento de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala”.

A votação ocorre depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou cancelar uma delegação planejada a Washington se os EUA não vetassem a resolução.

Os co-patrocinadores da resolução – Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovénia e Suíça – tentaram incluir a frase “cessar-fogo permanente e sustentável” nessa linha, mas os EUA rejeitaram o termo e o texto final usa a frase “cessar-fogo duradouro e sustentável”.

Os EUA já tinham vetado três resoluções que apelavam a um cessar-fogo imediato que não faziam qualquer menção às conversações sobre reféns.

O reconhecimento dessas negociações, embora não as vincule diretamente ao cessar-fogo exigido, parecia ser o compromisso alcançado pelos membros do Conselho de Segurança.

Os EUA também já se tinham abstido duas vezes, permitindo ao conselho adotar resoluções que visavam aumentar a ajuda a Gaza e apelavam a pausas prolongadas nos combates.

A Rússia e a China também vetaram duas resoluções elaboradas pelos EUA sobre o conflito – em outubro e na sexta-feira.

Uma resolução dos EUA rejeitada pelo conselho na sexta-feira vinculou diretamente o cessar-fogo exigido em Gaza com as negociações mediadas pelo Catar, Egito e os EUA.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu cancelou a viagem planejada a Washington de seus assessores Ron Dermer e Tzachi Hanegbi depois que os EUA se abstiveram de usar o veto para bloquear a resolução do Conselho de Segurança da ONU sem condicioná-la à liberação de reféns.

Numa declaração do Gabinete do Primeiro-Ministro, Israel afirmou que os EUA estão prejudicando o esforço de guerra e tentam libertar reféns através da decisão.

A declaração chama a decisão de “um claro recuo da posição consistente dos EUA no Conselho de Segurança desde o início da guerra” e “dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional lhes permitirá obter um cessar-fogo sem libertar os nossos reféns”.

A Embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que teve que se contentar com a abstenção, principalmente porque não incluía uma condenação do Hamas.

Ela reiterou a posição dos EUA de que um cessar-fogo poderia ser alcançado imediatamente se o Hamas libertasse os reféns e instou os membros do Conselho de Segurança a condenarem o grupo terrorista.

“Esta resolução reconhece que, durante o mês do Ramadã, devemos renovar o compromisso com a paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo que está sobre a mesa. Um cessar-fogo pode começar imediatamente com a libertação do primeiro refém. E, portanto, devemos pressionar o Hamas para que faça exatamente isso”, afirmou Thomas-Greenfield.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Nações Unidas (X)

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