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Primeira terapia biológica para substituir os antibióticos

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv desenvolveram um substituto biológico para o tratamento da tuberculose, que no futuro poderá servir como alternativa à tradicional antibioticoterapia “química”.

No curso do novo e inovador estudo, liderado pela Dra. Natalia Freund e a doutoranda Avia Waston na Sackler Medical Faculty, o grupo de pesquisa conseguiu isolar anticorpos monoclonais, derivados de células únicas, que impediram o crescimento de germes da tuberculose em ratos de laboratório. Os anticorpos foram isolados de um paciente que havia contraído tuberculose, mas havia se recuperado.

Esta é, de fato, a primeira vez na história que pesquisadores conseguiram desenvolver um “antibiótico biológico” e demonstrar que os anticorpos monoclonais humanos podem atuar como substitutos dos antibióticos químicos tradicionais e proteger camundongos do desafio bacteriano patogênico.

O estudo foi realizado em colaboração com dois laboratórios dos Estados Unidos e da China.

No último século, os antibióticos têm servido como principal tratamento contra os germes, sendo eficientes e baratos.

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Os antibióticos são agentes químicos concebidos para bloquear e destruir células específicas, como as células microbianas. No entanto, como alguns mecanismos biológicos são comuns às células humanas e microbianas, a gama de antibióticos que podem ser usados com segurança sem prejudicar o paciente é limitada. Além disso, nos últimos anos, o número de cepas microbianas que são resistentes aos antibióticos aumentou, apresentando novos desafios de como defender o corpo dos micróbios na era pós-antibióticos.

Por essas razões, a Dra. Natalia Freund e sua equipe de laboratório passaram os últimos anos procurando um substituto biológico para os antibióticos conhecidos.

A equipe de investigação escolheu a tuberculose, que é causada pela infecção do bacilo mycobacterium tuberculosis, como modelo de teste e conseguiu, pela primeira vez, conceber um tratamento eficaz com base em anticorpos antibacterianos naturalmente desenvolvidos durante a infecção.

Outra razão para a escolha da tuberculose é que embora a vacina contra a tuberculose tenha sido desenvolvida há 100 anos e seja baseada na cepa atenuada do bacilo bovis (BCG), ela não é eficaz em adultos e não previne a infecção.

Atualmente, as taxas de cepas de tuberculose resistentes a medicamentos estão chegando a 40% em alguns países. Em Israel, ocorrem cerca de 200 casos ativos de tuberculose por ano.

A Dra. Natalia Freund explicou que “novas maneiras de matar bactérias são urgentemente necessárias. Os avanços na medicina biológica nos permitiram encaminhar os germes de novas maneiras que não são baseadas apenas em antibióticos e, portanto, permitem uma solução para o desafio representado pelos germes resistentes”.

Tendo em vista o sucesso do estudo, o laboratório do Dr. Freund está investigando a possibilidade de estender o substituto “biológico” dos antibióticos para incluir outras doenças.

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