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A política na Copa do Mundo

Por David S. Moran

Dizem que esporte e política não se misturam. Será? A Copa do Mundo no Catar mostra que esta declaração não tem fundamento. Nesta Copa tudo é política. Começando pela escolha totalmente inexplicável da FIFA por este país sem nenhuma tradição futebolística, num clima super quente e fora da estação do ano, para sediar o mundial. Só pode ser pela grana que tem e não se importando pelos direitos humanos, da mulher, dos gays, da escravidão, enfim representa a hipocrisia mundial.

Poucos tentaram demonstrar o seu desgosto com a escolha. Um exemplo é a seleção alemã, que protestou, tirando foto em que os jogadores tapam as bocas. Aliás, na Alemanha muitos boicotaram a Copa e não transmitiram os jogos. Até nos bares com muita cerveja (que foi proibida em Catar), optaram para não ver os jogos.

No primeiro jogo da seleção iraniana, os futebolistas optaram, como protesto, não cantar o hino nacional. As autoridades logo os ameaçaram que se repetissem esta atitude, suas famílias seriam presas e repreendidas. Não tiveram alternativa e a contra gosto cantaram. Na partida da seleção iraniana quando perdeu para a dos EUA, em muitas residências e até em Teerã, torcedores exprimiram seu contentamento e alegria por que sua seleção nacional foi derrotada. Os protestos no Irã continuam e até a sobrinha do líder iraniano, a Farideh Moradkhani, disse no canal iraniano CP12, do YouTube, em 2.11.22, que o tempo atual no país é muito sensível. “O povo iraniano combate as forças satânicas do mal com coragem”. Ela comparou o tio ditador, Ali Khamenei, ao seu antecessor Khomeini, a Hitler, Mussolini, Kadhafi e Saddam Hussein. Ela apoia as sanções impostas contra o atual regime iraniano. Foi presa no dia seguinte, seu paradeiro não é conhecido.

A partida entre Portugal e Uruguai, foi interrompida por alguns minutos. A TV da Fifa evitou transmitir o porquê. Mas, quem prestou bem atenção e depois leu nos jornais, soube a razão. O homem conhecido por “super-homem”, Mário Ferri, por protestar em muitas competições esportivas, usando a camisa do super homem, pulou para dentro do campo fazendo triplo protesto. Com camiseta azul e inscrição na frente com os dizeres “salve a Ucrânia” e nas costas “respeito as mulheres do Irã”. Se não bastassem estes protestos, conseguiu correr no campo com uma bandeira do movimento LGBT em apoio a estes, que são “criminosos” no Catar.

A única exceção aos protestos são os palestinos. O Catar que apoia os radicais como a organizações terroristas Hamas e a Jihad Islâmica e a Irmandade Muçulmana, deu mão livre aos palestinos, contrariando as regras da FIFA. Esta permite a entrada com bandeiras de nações independente que integram a ONU. Mas, nas tribunas viu-se faixas hasteadas com as cores da Palestina, com os dizeres “liberte a Palestina”. Esta á uma atitude política proibida pela FIFA, mas permitida pelo xeque reinante do Catar. Se desse parte do que foi gasto para trazer a Copa do Mundo ao seu país e obrigasse os palestinos a fazer a paz com Israel, já o teria conseguido.

Para aumentar o mau gosto e a hostilidade em relação a Israel, foi visto no final da partida entre o Marrocos e a Espanha. A seleção marroquina conseguiu uma façanha espetacular ao vencer a partida nos pênaltis, após 120 minutos zerados. A seleção do Marrocos foi a única entre os países árabes e os representou bem. Todos os torcedores sauditas, egípcios e de outros países árabes, acrescentados, naturalmente, pelos marroquinos, vibraram com o sucesso da seleção marroquina. Esta esteve no auge. Vibrante. Mas, ao invés de portar a bandeira nacional, fotografou-se com uma bandeira palestina. Aliás, parece que este fato não passou desapercebido e a FIFA tomará atitude.

A FIFA não tomou nenhuma providência contra o uso da política pró-palestina no Catar. Não foi a única atitude contrária às normas dos mundiais. O Catar quer catar também crentes para o islamismo. Para tanto, as autoridades promovem campanhas islâmicas interativas. Montaram exposições sobre o islamismo, tem centros para torcedores e imprimiu livros, nos mais variados idiomas para explicar o que são o islão e os livros do Corão.

O “The DailyTelegraph”, jornal britânico, publicou no final de novembro uma reportagem de fonte que não quis identificar, ligado a Talibã e que vivia em Doha. Segundo ele, líderes da Talibã que tinham instrumentos de construção pesados, os alugaram para as construções dos estádios e hotéis, a serem utilizados na Copa do Mundo. Cada guindaste, ou outro veiculo para construção era alugado por 10.000 libras esterlinas por mês. Eles faturaram uma grande nota. Vale a pena relembrar que a família Bin Laden é uma grande construtora. Sim, esta que um dos filhos se tornou terrorista-mor super conhecido. O Telegraph revela, que as autoridades americanas e com o conhecimento da ONU aprovaram os pagamentos. No começo foi em espécie e depois através de transferência bancárias. Foi ali, em Doha, que os americanos e a liderança do Talibã negociaram suas “conversações de paz”.

É uma grande pena, que mesmo dezenas de anos após assinarem tratados de paz e trocar embaixadores, os países árabes como o Egito, a Jordânia, Marrocos etc, os acordos só ficaram entre os líderes árabes e não introduzidos às populações. Estas continuam sendo abastecidas desde a escola primária até as universidades e pelos meios de comunicação com ódio aos israelenses.

Um bom meio que poderia dar uma alavancada para tentar mudar um pouco esta situação seria numa Copa do Mundo, onde esporte combina com confraternização. A seleção israelense não jogou e a grande multidão de israelenses que viajaria, no fim ficou em casa diante das televisões.

Foto: Captura de tela

One thought on “A política na Copa do Mundo

  • Paulo Desmond

    “Foi ali, em Doha, que os americanos e a liderança do Talibã negociaram suas “conversações de paz”.
    O que se poderia esperar de um governo “democrata” americano liderado por Obama e Biden???!!!
    Esses esquerdistas progressistas sao os piores cretinos que existem no Mundo!! e nao somente nos EUA , aqui em Israel sao a mesma m…. com cheiro diferente..

    Resposta

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