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Tombamento do Cemitério Israelita de Óbidos – PA

O prefeito da cidade de Óbidos, no Pará, Jaime Silva, recebeu na manhã desta terça-feira, a visita do representante do Comitê Israelita do Pará (CIP), José Jayme Belicha, acompanhado da historiadora Fabiana Fábio, do empresário Marcos Jayme Belicha e de Alegria Gabbay Belicha.

Foto: José Jayme Belicha

Durante o encontro, foi discutida a importância do projeto, que tramita na Câmara de Óbidos, do tombamento do Cemitério Israelita, construído há mais de 100 anos no bairro Santa Terezinha.

“Conseguimos dar início a este importante trabalho, com autorização do CIP. Agradeço a recomendação feita pelo nosso Presidente Jayme Bentes, que há anos se dedica a nossa Comunidade, além das instruções adicionais de Leão Azulay, que nos orientou como seguir e formalizar os procedimentos, devido a expertise já vinda dos casos dos cemitérios judaicos do estado do Amazonas. Com esperança de que possamos concluir brevemente este processo, além dos outros 7-8 cemitérios judaicos que existem no Estado do Pará”, disse José Jayme Belicha.

O prefeito Jaime Silva garantiu apoio ao projeto, “que após aprovado e sancionado, deverá expressar a gratidão dos cidadãos de Óbidos, a essa comunidade que faz parte da nossa história”, disse ele.

Óbidos é um município brasileiro do estado do Pará, com uma população de 52.300 habitantes. A comunidade judaica está presente em Óbidos há mais de um século, como partícipes da história local na cidade.

A trajetória judaica na cidade está no livro “Judeus em Óbidos, na Amazônia: imigração, história e ressignificação”, da historiadora Fabiana Gomes Fábio.

Fábio diz que as comprovações históricas até agora encontradas indicam que os primeiros judeus chegaram na cidade de Óbidos nas primeira década do século XX. Esses judeus, que eram imigrantes vindo principalmente de Marrocos, com exceção de uma família que veio do Egito, escolheram estrategicamente o reduto urbano mais movimentado, à época chamado de Rua da Beira.

Muitos judeus ainda foram regatões, ou seja, iam até as comunidades ribeirinhas para vender o que os mesmos precisavam, bem como para comprar objetos que pudessem ser vendidos para além dos limites locais. Exercendo o comércio pelos rios e passando por uma acentuada mobilidade social se tornaram prósperos empresários. Tendo como resultado indústrias da castanha-do-brasil. Das três empresas da calha norte, duas estão em Óbidos e são de judeus.

O livro de Fabiana Gomes Fábio pode ser adquirido no site da Paco Editorial: https://www.pacolivros.com.br/judeus-em-obidos-na-amazonia

Foto do cemitério: Salomão Laredo

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