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Tudo é “kalam fadi”, papo furado

Por David S. Moran

A guerra Espadas de Ferro, que Israel trava contra a organização terrorista Hamas, já está no seu 49º dia. O porta-voz militar informou que até a terça-feira (21) as FDI comunicaram a 392 famílias da morte de seus filhos soldados, dos quais 69 desde o inicio dos combates. Isto significa que 321 soldadas e soldados foram assassinados na invasão do Hamas-Daesh, no sábado, 7 de outubro.

Na terça-feira (21) o porta voz do Ministério do Exterior do Catar, Majid al Ansari, informou que as negociações de um cessar-fogo, em troca de sequestrados israelenses pelo Hamas-Daesh haviam sido concluídas. O gabinete israelense se reuniu e numa esmagadora maioria de 35 contra 3 aprovou o cessar-fogo.

O acordo que o Catar informou consiste em libertar 50 crianças de menos de 18 anos e mães, em 4 etapas e em 4 dias de cessar-fogo. Em troca, Israel libertará 150 presos que atentaram contra Israel, mas não têm sangue nas mãos. Estes seriam menores e mulheres palestinas. Em cada libertação de mais 10 israelenses, o cessar-fogo será estendido por mais um dia. Além disso, Israel permitirá o envio de combustível à ONU, que o entregará aos hospitais em Gaza, e ajuda humanitária.

O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu disse (11): “não haverá nenhum cessar-fogo sem o retorno de todos os sequestrados (239), não pararemos até completar nossa missão. Gaza será desmilitarizada”. Diante da pressão dos EUA e do Egito, o governo israelense abriu a mão, mas sabe que o Hamas joga num “bazar turco” e estica os nervos dos familiares e através deles de toda a população de Israel.

Todos já esperavam que a entrega dos 10 primeiros sequestrados seria na quinta, daí passou para sexta-feira e agora parece que será novamente adiada. Isto quando se trata dos 10 primeiros sequestrados. Se der tudo certo e os primeiros 50 voltarem para Israel, a tarefa de receber os demais, cada vez será mais difícil. Principalmente quando chegar o momento de trocar os soldados israelenses sequestrados. O Hamas sabe brincar com os nervos. Em seu poder estão os restos mortais de 2 soldados, Oron Shaul e Hadar Goldin, desde 2017 e dois civis que passaram para Gaza, o beduíno Hisham a Said (2015) e Evera Mengisto (2014), de origem etíope. Até hoje, o Hamas não consentiu em devolvê-los.

Todos sabem que não dá para confiar nos terroristas do Hamas e ou da Jihad Islâmica. Eles levaram consigo reféns vivos, que depois foram achados mortos. Há cerca de duas semanas, a Jihad Islâmica informou que libertaria uma senhora de 77 anos e um jovem de 13 anos, ambos doentes e até hoje não o fez. Anteontem informou que a senhora de 77 anos havia falecido.

Nesta guerra psicológica também entra a “diarreia bucal”. Todas as estações de radio e TV trazem dia e noite especialistas para dar sua opinião e parecer. O inimigo vê e escuta e aproveita desta situação para o seu próprio benefício. Também o regime democrático de Israel perde para a ditadura do Hamas. Os debates dentro do gabinete, muitas vezes são vazados e estampados nos jornais, levando o Hamas-Daesh a saber das pretensões das futuras manobras de Israel.

A Cruz Vermelha não viu os sequestrados, nem sabe em que estado e condições estão. Os doentes recebem os seus remédios? É de conhecimento público que não dá para confiar nas organizações terroristas palestinas. Mas, os órgãos internacionais como a ONU, ou mesmo a UNICEF, que trata de crianças e até o Me Too, que luta pelas mulheres, não se manifestaram contra os horrores que crianças passaram e mulheres israelenses que foram estupradas e queimadas.

Há muitas vozes que dizem “melhor seria ir até alcançar a meta final de derrubar o Hamas e então tratar de trazer de volta todos os sequestrados”. Israel foi chantageada por Yahya Sinwar. Hamas vê na trégua, mesmo parcial, uma vitória. As Forças de Defesa de Israel, que estavam num momento de avançar até o fim, perderão este avanço a cada dia de cessar-fogo. O Hamas aproveitará estes dias para se organizar, abastecer suas forças com combustível (necessário para os túneis onde está), água e comida.

Não se sabe se o Hamas tem controle sobre outras organizações, como a Jihad Islâmica e as famílias criminosas, que detêm sequestrados e poderá negociar por eles.

Segundo o Hamas, o acordo com a “entidade Sionista” também rege a entrada de centenas de caminhões com ajuda humanitária, equipamento médico, combustível e a paralisação de voos por completo por quatro dias na parte sul da Faixa de Gaza e de 6 horas no norte. Por outro lado, Israel exige que a Cruz Vermelha veja e assista todos os sequestrados.

O Hamas, para não parecer que cedeu, emitiu uma nota na qual diz: “O Hamas será fiel ao seu sangue, às vítimas e às pretensões de libertação e devolver os direitos e construir um Estado palestino independente, com a capital Jerusalém” (já está ocupada, é a capital de Israel). A Jihad Islâmica também emitiu nota na qual aprova o acordo do Hamas. No entanto, enfatizou veementemente que os sequestrados (“não civis”) não serão devolvidos até a libertação de todos os presos palestinos em prisões israelenses. São cerca de 6.000, inclusive assassinos.

A Hizballah que diariamente lança misseis contra cidades israelenses e que são interceptados pelo Domo de Ferro e outros meios, intensificou os ataques e na quinta-feira (23) cerca de 60 misseis foram lançados, bem mais do que nos dias anteriores. Isto, quando no sul, o Hamas acalmou um pouco os ataques. Nasrallah disse que se houver cessar-fogo entre Israel e Hamas, a Hizballah também respeitara a trégua. Isto para mostrar solidariedade ao Hamas.

Na tarde de quinta-feira (23) o Hamas-Daesh informou que, na sexta-feira (24), às 16:00h, 13 israelenses serão transferidos à Cruz Vermelha e daí ao Egito, que por sua vez os entregará às autoridades militares israelenses. O cessar-fogo iniciará as 7:00h. Não foram dadas mais informações sobre os dias seguintes.

Para quem teve dúvidas sobre as infrações do Hamas-Daesh de todas as normas internacionais, na quarta-feira (22) os repórteres que estão em Israel foram levados por oficiais do Porta-Voz militar para o Hospital A Shifa, o maior na Faixa de Gaza e lhes mostraram os túneis, as bombas, armas, granadas que lá estavam guardadas. Os terroristas, evidentemente, fugiram a tempo. Essa prática, considerada crime contra a Humanidade é repetida em todos os hospitais e até mesmo em escolas e mesquitas. No mundo civilizado estas dependências são limpas de presença militar. Em Gaza serviam como proteção ao Hamas, “pois Israel não atacará estes lugares”. O diretor do Hospital A Shifa, que negou ter presença do Hamas, foi preso e investigado.

Sabe-se que o Exército israelense recebe da unidade 504 do Serviço de Inteligência muitas informações atualizadas. Seus homens têm contatos em Gaza, além disso seus oficiais que falam árabe fluente estão inquirindo mais de 500 terroristas do Hamas, capturados pelas forças israelenses. Durante a Guerra Espadas de Ferro, a unidade 504 recebeu um número de telefonemas de colaboradores nunca visto antes. Estas informações ajudam mapear os túneis, os armazéns de material bélico e até os esforços de terroristas de se misturar entre civis para fugir. Só no Hospital A Shifa foram presos mais de 100 terroristas camuflados como médicos.

3 thoughts on “Tudo é “kalam fadi”, papo furado

  • Concordo com David Moran, que decepção com esse governo israelense que traiu mais uma vez o povo judeu, e os mesmos políticos de sempre não aprenderam com as consequências da troca de Guilad Shalit pelos terroristas que fizeram o massacre de 7 de outubro! Esse gabinete de guerra tem as mãos sujas de sangue por todos que morreram, e como se isso não bastasse, agora vão soltar mais de 300 (de acordo com as últimas declarações de Netanyahu vai soltar mais por causa dos outros reféns) nas ruas das cidades israelenses já que vão morar na Judeia Samaria e Jerusalém! Só nos resta rezar e nas próximas eleições votar no único político que se opôs veementemente a esse acordo: Itamar Ben Gvir.

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    • Moacir Kulisz

      Itamar Ben Gvir!!! Este é um dos maiores responsáveis por este massacre!!! Como ministro da segurança, sendo advogado extremista, nem foi aceito no exército!!! Esse cara é um lixo, escória humana!!!

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      • Márcia Teixeira do Nascimento Xa

        Só acho que Israel está fazendo tudo que pode apesar das muitas pressões que estão sofrendo. Este é um momento de estar todos os israelenses UNIDOS pq tudo afeta a todos! Shalom!

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