BlogsDavid Moran

A singularidade de Israel, aos 75 anos

Por David S. Moran

O Estado de Israel está na mídia muito mais do que qualquer outro, apesar de ser um país minúsculo. Muito se ouve de Israel, mas relativamente poucos no mundo o conhecem e muito menos conhecem os benefícios que Israel e israelenses trouxeram ao mundo.

Foi nesta região desértica que os judeus fundaram sua pátria e há 3.000 anos, e em Jerusalém que o rei David fundou sua Capital. Sempre foi e até os dias de hoje, os judeus se voltam em direção a Jerusalém três vezes por dia nas suas rezas. Jerusalém é chamada em hebraico de Yerushalayim e tem vários significados, inclusive a Cidade da Paz. Jerusalém é mencionada na Bíblia 623 vezes (no Corão, nenhuma vez). Jerusalém é a Capital de Israel e é a cidade com maior população do país.

Em Jerusalém localiza-se o Monte Sion. Por isto todos os amantes de Israel são chamados de Sionistas. Nesta cidade também está o Monte das Oliveiras. De lá Jesus olhou para o Monte Moriá, onde estava o Templo e chorou prevendo a destruição da cidade. O judaísmo e o cristianismo tiveram sua fundação em Israel.

O Estado de Israel é um país minúsculo, comparado a outros países, mas é gigante na qualidade de sua população, que tantos benefícios trouxe ao mundo.

Por estar cercado de inimigos, numa região árida, muitas de suas invenções derivam das necessidades do país e dos cérebros que ali se desenvolveram. Israel tem 10 universidades, geralmente uma ou duas entre os 100 primeiros do mundo e todas estão entre os 500 melhores.

Mas, antes de festejarmos o Dia da Independência de Israel, no dia anterior, o povo todo relembra os soldados e civis que morreram nas guerras e nos atentados terroristas perpetrados contra os judeus desde 1860, quando levas de judeus vieram a Israel, onde uma comunidade judaica sempre sobreviveu, apesar da dispersão realizada pelo Império Romano, há 2.000 anos. Nas duras guerras e conflitos armados perderam suas vidas 24.213 soldados e nos atentados terroristas morreram 4.255 civis.

As 11:00h da manhã as sirenes ecoaram por todo o país, parando-o por dois minutos (também algo que só ocorre em Israel). Logo depois começam cerimonias em 52 cemitérios no país inteiro, com a presença de familiares, colegas do exército e amigos. É um dia muito comovente e emocionante.

No dia seguinte a explosão de alegria enche os pulmões e corações dos israelenses e é comemorado o Yom Há’Atzmaut (Dia da Independência). A atual população de Israel é de 9,7 milhões, dos quais 7,1 milhões são judeus (73,3%), 2,0 milhões (21%) são árabes israelenses e 534 mil (5,5%) são considerados “outros”. A população de Israel é considerada jovem, pois 28% têm até 14 anos e 12% têm mais de 65 anos. No ano passado nasceram no país 183 mil bebês e chegaram 79 mil novos imigrantes, crescimento de 2,3%. Aliás, Israel tem uma das maiores taxas de natalidade do mundo Ocidental.

No Dia da Independência, há inúmeras atividades em todo o país. Em Jerusalém acontece o Concurso Internacional de Conhecimento da Bíblia e um dos pontos altos é a passagem por todo o país de vários tipos de caças e helicópteros da Força Aérea de Israel. Este ano foram 100 aviões e também participaram caças dos EUA, Inglaterra, Itália e Alemanha. Um caça alemão foi pintado com as bandeiras de Israel e da Alemanha, como sinal da amizade entre os dois países.

Em 1948, quando David Ben-Gurion declarou a independência de Israel, viviam no país 806 mil pessoas. Desde então até hoje, a população multiplicou-se 12 vezes.

Logo de início, apesar do país ser pobre e ter que absorver centenas de milhares de sobreviventes do Holocausto e de judeus expulsos de países árabes e também ter que adquirir armamento para se defender dos países vizinhos, Israel já foi se destacando. Foi nos ramos da agricultura, nos kibutzim, moshavim. Seguro social e seguro de saúde a todos. Educação primária, ginásio e colegial gratuitos.

Na agricultura, Israel teve destaque com as laranjas Jaffa. Os kibutzim e moshavim produziram especialistas nos vários ramos da agricultura e Israel aproveitou esta vantagem para também reatar relações com vários países. Enviava especialistas para a África e Ásia. Sendo país com pouca água, Israel trouxe ao mundo o sistema de irrigação por gotas e métodos de cultivo de plantações agrícolas no deserto. Em Israel foi inventado o método de separação de terra e pedras dos produtos agrícolas. Também o sistema de dessalinização para aproveitar água do mar e transformá-la em água potável foi inventado em Israel. Com o passar do tempo e melhorias, Israel inventou um sistema robótico que automaticamente executa trabalhos agrícolas, como a polinização, poda e colheita do produto. Na área dos laticínios, a vaca israelense é recordista mundial na produção de leite.

Na alta tecnologia Israel se destaca. Foi um israelense que inventou e vendeu ao mundo o pen drive (Disk on Key), outro, o sistema de navegação Waze, que não deixa ninguém se perder quando dirige. O ICQ, que foi dos primeiros sistemas de mensagens e o Wix, que é plataforma para construir sites de Internet foram desenvolvidos por israelenses. O primeiro processador de software para computadores pessoais, o Intel 8088, foi desenvolvido nos laboratórios da Intel em Haifa, bem como grande parte dos sistemas Windows NT e XP, foram desenvolvidos no centro da Microsoft em Israel. O primeiro “firewall” (protetor de informações, redes e computadores) foi elaborado na Check Point de Israel.

Jogos populares como o Rummikub, Taki, Picolo entre outros foram inventadas em Israel.

Medicina. O Copacson, que combate esclerose múltipla, foi inventado no Instituto Weizmann. O nano remédio, Doxil, que teve aprovação do FDA, há 20 anos, foi usado em mais de 700.000 doentes de câncer, é produto da Universidade Hebraica de Jerusalém. Também a mini capsula PillCam, com nano máquina fotográfica para detectar o sistema gástrico, além da Rewalk que é um kit especial que põe paralíticos a caminhar e os óculos especiais da OrCam, para deficientes da visão ver, são de Israel.

Satélites. Israel está entre os únicos oito países do mundo com capacidade de construir e lançar seus próprios satélites. Só os EUA, Rússia, China e Israel tem satélites espiões circulando no espaço. Israel lidera no mundo em veículos não tripulados e também é grande exportador de vários tipos de drones.

Mesmo os produtos bélicos que recebeu ou comprou de outros países, foi aprimorando. Desenvolveu equipamentos de comunicação e até a melhor sub metralhadora do mundo por décadas, a UZI. Depois foram rifles, misseis, satélites, drones e alta tecnologia. O míssil mar-mar Gabriel, ar-ar Piton, míssil de longo alcance, Popeye, o Domo de Ferro-terra-ar, o Chetz (Arrow) – primeiro sistema no mundo contra misseis balísticos e até Music, que é sistema de defesa de aviões civis, baseado em infravermelho e laser. Israel também fabrica navios de guerra, tanque Mercava, considerado dos melhores do mundo e satélites.

Turismo. Em Israel se encontra o Mar Morto, que é o lugar mais baixo do mundo (400 metros abaixo do nível do mar), cujas águas tem poderes terapêuticos. Por ser um pequeno país, pode-se viajar de Eilat, no sul, às margens do Mar Vermelho, até o planalto do Golan, no norte em poucas horas, passando pelo Mar da Galileia. No caminho vale a pena passar em Jerusalém, em Tel Aviv e em muitos lugares atrativos. Vale a pena conhecer e se aprofundar num país que tanto se fala nele e se inteirar pessoalmente de sua realidade.

Ecologia. Muito antes de se falar neste assunto, o Fundo Nacional Judaico, que foi fundado no 5º Congresso Sionista, em 1905, teve como objetivo a compra de terras, fundar novas áreas de habitação e reflorestar o deserto. Até hoje, já plantou 240 milhões de árvores, tornando o país, o primeiro do mundo, que plantou mais árvores do que tinha há décadas.

Israel é um país que investe muito na educação e se coloca apenas atrás da Coreia do Sul, no investimento pelo PIB, em pesquisas e desenvolvimento.

Israel é talvez o único país do mundo que tem um país a 3.000km – o Irã – membro da ONU, que declara abertamente seu objetivo de destruí-lo e os demais países do mundo fazem de conta que nada acontece. O Irã usa suas proxies como a Hamas, Jihad Islâmica, Hizballah e o território sírio para atacar Israel de vez em quando.

Com tantos problemas e inimigos que o querem destruir e com vizinhos que destroem, Israel continua a construir e desenvolver maravilhas para si e para o mundo.

Israel é um sonho que se tornou realidade, é um país numa região de vizinhos hostis, mas sabe se desenvolver e servir de orgulho para todos os judeus e para as pessoas de boa vontade.

Nota especial

Ao contrário do que disse o presidente Lula em Madrid, no Dia da Independência de Israel (26), Israel não foi criado pela ONU. Já em 1917, o Lorde Balfour reconheceu que os judeus tinham direito ao Lar Nacional na Palestina – Eretz Israel. Depois que os ingleses avisaram que iam deixar a área do Mandato Britânico foram criadas comissões e em 29/11/1947, a ONU passou resolução (sob a presidência do brasileiro Osvaldo Aranha) da Partilha da Palestina, em duas nações: uma judia e a outra árabe (naquela época ninguém falava em palestinos, termo que surgiu décadas depois). Os judeus aceitaram, os árabes não. O Egito, a Síria, o Líbano, a Jordânia e o Iraque começaram uma guerra contra o pequeno “ishuv” judeu. Este venceu a guerra, criando o Estado de Israel.

Foto: Canva

One thought on “A singularidade de Israel, aos 75 anos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo