Acordo de visto pode prejudicar segurança do país
Autoridades de segurança de Israel alertam que o acordo para admitir Israel no Programa de Isenção de Visto dos EUA pode prejudicar a segurança do país.
Algumas autoridades apontaram para o que afirmam serem cláusulas problemáticas inicialmente desconhecidas no acordo que poderiam, segundo eles, permitir que elementos hostis escapassem das autoridades dos EUA e entrassem em Israel.
Os funcionários expressaram essas preocupações em reuniões a portas fechadas realizadas nos últimos dias envolvendo representantes do ministério do Exterior, outros ministérios e agências de segurança.
Alguns participantes dessas reuniões apontaram cláusulas problemáticas, das quais disseram que as autoridades de segurança não tinham conhecimento anteriormente.
Uma condição primária é a reciprocidade – os cidadãos americanos que entrarem em Israel receberão o mesmo tratamento que os israelenses que entrarem nos Estados Unidos.
Fontes familiarizadas com os detalhes da reunião disseram que esta cláusula incluiria palestinos americanos que vivem na Samaria e Judeia, Faixa de Gaza ou outros países, bem como cidadãos com dupla cidadania de estados inimigos. Oficialmente, os Estados Unidos não tolerarão discriminação com base no país de residência.
Junto com o medo da entrada de elementos hostis em Israel que escaparão das autoridades americanas, existe também a possibilidade de que cidadãos estrangeiros explorem essas condições para realizar protestos.
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Outra demanda norte-americana divisiva é isentar VIPs da Autoridade Palestina de verificações de segurança. A princípio, acreditava-se que cerca de 5.000 pessoas tinham crachás VIP, mas uma análise mais profunda descobriu que pelo menos 20.000 palestinos têm esse status.
O governo israelense terá dificuldade em explicar ao público sua aceitação dessa demanda.
De acordo com fontes com conhecimento das negociações entre israelenses e americanos sobre visto, “o governo Biden tem sido consistente em suas demandas a Israel o tempo todo. Alguns políticos israelenses tentaram minimizar ou encobrir as demandas de reciprocidade, mas é uma demanda significativa, sem a qual será impossível fechar o acordo. Reciprocidade significa tratamento justo e igualitário aos americanos que entram em Israel, sem qualquer discriminação, como Israel espera que seus próprios cidadãos sejam tratados”.
Na semana passada, altos funcionários dos EUA, que visitaram Israel, disseram em conversas privadas com autoridades locais que a recusa de Israel em alterar sua política na Samaria e Judeia poderia enfraquecer as relações entre os dois aliados.
O governo dos EUA também exigiu esclarecimentos sobre o não julgamento de soldados do batalhão Netzah Yehuda envolvidos na morte do palestino-americano Omar Abdalmajeed As’ad, de 80 anos, em Jiljilya, norte de Ramallah, em janeiro de 2022.
As fontes familiarizadas com essas discussões dizem que as autoridades americanas deixaram claro, em termos inequívocos, que a tensão poderia torpedear a entrada de Israel no Programa de Isenção de Vistos. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, insistiu no mês passado que Israel poderia fazer “muito mais” para prevenir a violência contra os palestinos.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Haaretz
Foto: Revista Bras.il e Canva
