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Lula avalia “esclarecimento” à comunidade judaica no Brasil

Assessores do presidente Lula disseram nesta quarta-feira que ele está considerando esclarecer sua recente declaração contra Israel à comunidade judaica brasileira.

No entanto, seus assessores dizem que não deve ser um pedido de desculpas pelas suas palavras, mas de explicação de seu discurso no qual comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza às do líder nazista Adolf Hitler.

Vários altos funcionários do gabinete de Lula disseram que o presidente brasileiro provavelmente se reunirá com líderes da comunidade judaica no Brasil na tentativa de fornecer-lhes explicações para o discurso que criou uma crise diplomática com Israel e levou a acusações de inversão do Holocausto e antissemitismo.

Alguns aliados chegam inclusive a defender que Lula consulte lideranças judaicas no Brasil, assim como fez nas eleições com os evangélicos, para avaliar o melhor tom para o esclarecimento.

Os assessores afirmaram que se o esclarecimento for dado, não será esta semana, e ele vai esperar para ver se a polêmica se acalma em breve e torna tal esclarecimento desnecessário.

Dos 513 membros do Parlamento brasileiro, 124 endossaram um pedido de impeachment de Lula devido aos seus comentários.

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No início desta semana, Lula chamou de volta o embaixador do Brasil em Israel depois que o ministro do Exterior de Israel, Israel Katz, convocou o embaixador para uma reprimenda pelos comentários de Lula. A reprimenda ocorreu no Museu Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém.

Durante a reunião, Katz mostrou a Mayer a lista de nomes de judeus assassinados no Holocausto, incluindo membros de sua própria família.

“Eu chamei você para o lugar que, mais do que qualquer outro lugar, testemunha tudo o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, entre eles meus familiares”, disse Katz. “A comparação entre a guerra justa que Israel está travando contra o Hamas e os horrores perpetrados por Hitler e pelos nazis é uma vergonha e um sério ataque antissemita”.

Katz também disse que Lula seria persona non grata em Israel: “Não perdoaremos e não esqueceremos: Em meu nome e em nome de todos os cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que ele peça desculpas e retire suas declarações”.

Segundo relatos, Lula explicou aos auxiliares que sua declaração faz parte de uma estratégia de colocar um freio no que considera uma “sanha assassina” de Israel em relação a civis palestinos.

O presidente brasileiro disse ainda acreditar que sua fala deve abrir espaço, nos próximos dias, para chefes de Estado de outros países também condenarem o governo israelense.

O líder do governo no Senado Federal, o judeu Jaques Wagner (PT-BA), disse que esteve com Lula e falou, “eu estou à vontade, porque eu estou neste partido há 45 anos, sou amigo do presidente Lula há 45 anos e tive a naturalidade de ontem visitá-lo e dizer, não tiro uma palavra do que vossa excelência disse, a não ser o final, porque, na minha opinião, não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de familiares perdidos naquele episódio, que era uma máquina da morte, com câmaras de gás”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Metrópoles e Israel National News
Foto: Wikimedia Commons

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