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Ministério pode fechar clínica de fertilização do Assuta

O Ministério da Saúde convocou a direção do Hospital Assuta para uma audiência, dizendo que, após uma série de confusões, está considerando fechar o departamento de fertilização in vitro (FIV) na unidade do hospital em Tel Aviv.

A discussão acontece alguns dias depois que foi revelado que um teste descobriu que uma criança nascida por meio de tratamento de fertilidade in vitro, em 2018, pode não estar geneticamente ligada ao pai.

O Ministério da Saúde disse que a convocação também foi motivada por um incidente no qual 13 óvulos fertilizados secaram. O ministério disse que nenhum dos incidentes foi relatado às autoridades em tempo hábil.

“Esses eventos e sua proximidade, bem como o fato de não terem sido relatados ao Ministério da Saúde, levantam preocupações de danos à saúde pública”, afirmou o ministério em comunicado. “Portanto, está sendo considerada a opção de ordenar o fechamento total ou parcial do departamento”.

O ministério disse que também nomeou um comitê para examinar a série de incidentes e as circunstâncias que levaram aos erros, bem como as regras e práticas gerais do departamento hospitalar. A audiência será realizada na quarta-feira, informou a TV Kan.

Em setembro passado, uma mulher descobriu que um embrião dela havia sido trocado na unidade de Rishon Lezion do hospital. Ela e o marido travaram uma batalha legal de meses para manter o bebê, que ela deu à luz em outubro, mas não tinha parentesco genético.

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O Ministério da Saúde também anunciou que estava considerando mudanças mais amplas nos procedimentos de fertilização in vitro em todo o país. O diretor-geral do ministério, Moshe Bar Siman-Tov, nomeou uma equipe para examinar os serviços de fertilização in vitro e “formular as medidas políticas necessárias”, afirmou.

Ele observou que a decisão de estabelecer uma equipe para examinar a questão seguiu discussões e processos que começaram “mesmo antes dos casos extraordinários recentes ocorridos nas duas unidades de fertilização in vitro do Assuta”.

O Ministério está examinando os tratamentos de fertilização in vitro em clínicas privadas com o objetivo de transferir suas atividades para centros médicos públicos.

Segundo o  Ministério, nos últimos anos, se registrou um aumento acentuado dos tratamentos de fertilização in vitro em institutos médicos privados, levantando a necessidade de “aumentar e garantir os mecanismos necessários para manter a qualidade e a segurança dos tratamentos neste sistema”.

O Ministério disse que entrou em contato com gerentes de unidades privadas de fertilização in vitro para examinar a transferência de atividades para unidades públicas “o mais rápido possível”. Os gerentes foram questionados se, a curto prazo, seriam capazes de lidar com o número de tratamentos de fertilização in vitro que estão enfrentando.

Um advogado dos pais que descobriram recentemente que eles podem não ser geneticamente relacionados ao filho disse ao site Walla que “mesmo antes do incidente ser publicado na mídia, o Assuta consultou um advogado. Então eles sabiam que havia um problema sério aqui e a falha em denunciá-lo foi ainda mais séria”.

O Assuta classificou as alegações como infundadas. “Não houve decisão de não denunciar ao Ministério da Saúde, e as alegações do advogado de abafá-lo são infundadas e difamatórias”, afirmou em comunicado.

O hospital admitiu que “em retrospectiva, o Assuta lamenta não ter envolvido o Ministério da Saúde na fase inicial de especulação”.

“A Assuta pretende atuar de forma transparente e em total cooperação com os profissionais do Ministério da Saúde para apurar a verdade”, afirmou.

Na quinta-feira passada, o ministério disse que foi informado do recente caso suspeito por um terceiro, e não do Assuta, e estava investigando.

O ministério disse que os pais e seus filhos foram submetidos a exames médicos no exterior quando foram informados da possível incompatibilidade com o DNA do pai.

Depois que a história foi divulgada, o hospital disse que recebeu o questionamento dos pais sobre o assunto no início da semana, mas acrescentou que o casal não queria realizar testes genéticos para confirmar a confusão. O Assuta observou que o teste genético realizado pelos pais não é válido em Israel e que só cooperará com os testes ordenados pelo tribunal, conforme a lei.

Fonte: The Times of Israel
Foto: Canva

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