IsraelNotícias

Netanyahu recua após Levin ameaçar sair

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciaria uma suspensão temporária dos planos de revisão judicial em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, mas o ministro da Justiça, Yariv Levin, ameaçou renunciar, levando Bibi a abandonar a ideia.

Netanyahu, originalmente, pretendia aceitar o apelo do presidente Herzog para pausar o processo legislativo para permitir que conversas ocorressem com a oposição, de acordo com reportagem do Canal 13 que foi ao ar na quinta-feira. Levin, no entanto, ameaçou desistir se o processo fosse suspenso por um único dia.

Em uma breve declaração conjunta, Netanyahu e Levin classificaram a história como “notícias falsas”. O Canal 13 disse que confirmava sua reportagem.

Uma reportagem do Canal 12, no mês passado, afirmou que Netanyahu e Levin estavam em desacordo sobre aspectos da ampla reforma judicial, com Netanyahu ostensivamente tentando suavizar alguns elementos dela.

A reportagem afirmava que a condução “rígida” de Levin à legislação pegou Netanyahu de surpresa e que o primeiro-ministro estava ficando cada vez mais insatisfeito com a maneira como as propostas estavam sendo apresentadas. Essa afirmação também foi descartada pelo Likud como infundada.

Netanyahu apoiou repetidamente o pacote de reforma, pelo qual a independência e a autoridade do judiciário seriam restringidas, declarando publicamente que fortalecerá a democracia israelense, diante das críticas generalizadas de oponentes que argumentam que coloca quase todo o poder nas mãos da maioria política e constituiria uma mudança no sistema de governo de Israel.

Em um discurso na quarta-feira, Netanyahu denunciou os manifestantes antirreforma em Tel Aviv, comparando-os àqueles que atacaram uma cidade palestina após um ataque terrorista no domingo.

LEIA TAMBÉM

Pouco antes do discurso de Netanyahu, dois legisladores do partido de oposição Unidade Nacional, de Benny Gantz, e dois do Likud, de Netanyahu, emitiram uma declaração conjunta pedindo a todos os partidos que cheguem a um amplo acordo, embora não tenham especificado uma pausa no processo legislativo como pré-condição.

O Canal 13 disse, na quinta-feira, que a declaração dos parlamentares, inicialmente, seria assinada por outros legisladores, mas vários membros do Likud retiraram seu apoio no último minuto, temendo que a declaração fosse vista como marcando uma cisão dentro do partido governante e, portanto, uma vitória para os adversários.

Em outra manifestação contra a reforma, em Jerusalém, na noite de quinta-feira, a ex-ministra da Justiça Tzipi Livni acusou o governo de duplicidade e de fomentar o ódio.

Falando em frente à sede do gabinete do primeiro-ministro, Livni disse que com uma face o governo fala publicamente sobre unidade, enquanto com outra “derrama veneno”.

Referindo-se a Netanyahu, Livni disse: “Estamos aqui para impedir que o Estado seja vítima de alguém que se coloca antes dele”. Ela disse que a identidade de Israel estava em perigo e que os manifestantes estavam “lutando por sua alma”.

“Não é tarde demais” para formalizar a Declaração de Independência em uma constituição completa, sugeriu, “apesar de todos aqueles que estão tentando destruí-la”.

Falando por vídeo, o premiado autor israelense Yuval Noah Harari disse à multidão que o governo “pensa que somos idiotas, eles acham que não entendemos”.

“Sabemos muito bem o que eles estão fazendo. Eles querem poder desenfreado, querem tirar a liberdade, querem nos silenciar e nos dizer como viver”.

“Nós, israelenses, não somos bons escravos. Pare o golpe ou pararemos a nação”, ameaçou Harari.

Fonte: The Times of Israel
Foto: Noam Moskowitz (Knesset)

6 thoughts on “Netanyahu recua após Levin ameaçar sair

  • A obrigação do jornalista sem viés político é esclarecer o público, estou esperando isso desse site. Quanto aos esquerdistas, estes são hipócritas porque preferem a juristocracia dos juízes que se elegiam a si próprios e favoreciam o terrorismo, só queremos que a nomeação de juízes seja verdadeiramente como nas democracias ocidentais! Numa democracia o poder maior vem das eleições populares e a função do judiciário não é jogar no lixo as leis mas fazer cumprir as leis legisladas pelo Knesset!

    Resposta
    • SHMULIK

      EXATAMENTE O QUE EU IRIA ESCREVER APOS LER ESTE ATIGO TENDENCIOSO!! AVISO A REVISTA BRASIL: NOS LEITORES TEMOS A NOSSA OPINIAO BEM FORMADA, SEJA DE DIREITA, DE ESQUERDA, RELIGIOSA , PORTANTO QEREMOS TER UMA REVISTA BRASILEIRA NO MINIMO NEUTRA’ NAO TENDENCIOSA, INUMERAS VEZES TENHO RECLAMADO DE ARTIGOS E COMENTARIOS TENDENCIOSOS ESQUERDISTAS QUE TENTAM TAMPAR O SOL COM UMA PENEIRA. O GOVERNO DE ISRAEL FOI ELEITO POR UMA MAIORIA QUE ESTA CANSADA DE SER DOMINADA E PERVERTIDA POR POLITICAS ANTI JUDIAS E PRO ARABES QUE LEVAM O PAIS A UM PRECIPICIO! A ESQUERDA NAO QUE ACEITAR RESULTADO DAS URNAS E TENTA CRIAR CONFUSAO E ANARQUIA, PORTANTO OU VOCES PARAM COM ISSES ARTIGOS TENDENCIOSOS OU ESTARAO FADADOS A SEREM UM SIMPLES PASQUIM ESQUERDISTA.

      Resposta
      • Nurit

        So para lembrar: a direita está no poder há mais de 40 anos! Agora lembraram?

        Resposta
  • A Revista Bras.il tem, por princípio, a neutralidade. É por isso que publica artigos de opinião de blogueiros que são a favor do governo ou contra o governo, de direita ou de esquerda, de flamenguistas ou corintianos… Também aceita todos os comentários e críticas, desde que formulados com argumentos e respeito aos blogueiros e aos editores. Não responder significa aceitar, não necessariamente concordar, com os comentários. E, por fim, a opinião dos blogueiros não representa, necessariamente, a opinião dos editores da revista.

    Resposta
  • Pingback: Coalizão aceita negociar reforma judicial - Revista Bras.il

  • Pingback: “Vão para o inferno”, diz ministro para reservistas - Revista Bras.il

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo