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Os aiatolás do Irã querem destruir Israel

Por David S. Moran

Sou filho de sobreviventes do Holocausto e, inúmeras vezes, me perguntava como é que esta tragédia aconteceu. Por que judeus de países que ainda não foram ocupados pelos nazistas e seus colaboradores, não fugiram para lugares que seriam mais “seguros” e por que os países democráticos não correram desde o inicio da guerra para combater os nazistas e ajudar os judeus e outras minorias das garras do carrasco nazista?

A resposta simplista pode ser que o mundo era diferente do que é hoje e que a mídia não divulgava tudo que ocorria na devida rapidez. Que muitos judeus viviam em cidades e povoados distantes dos grandes centros e se preocupavam em sustentar a família e nos afazeres do dia a dia. Ademais, para onde podiam fugir e os sistemas de transporte não eram avançados como são hoje. Atualmente, tem o Estado de Israel, que os acolheria e defenderia na medida do possível.

Porque escrevo toda esta introdução? Pelo fato de que, atualmente, há um país que não tem litigio fronteiriço com Israel (está a mais de 2.000 km de distância), é também de minoria persa (que não são árabes) e mesmo no islão são minoria (os xiitas constituem cerca de 15% dos muçulmanos, os demais são sunitas). Por estes e outros motivos, Israel e Irã tinham boas relações, mesmo que não fossem declarados. O Irã votou a favor do Plano da Partilha e a fundação do Estado de Israel. Por pressão de países árabes, as relações eram meio sigilosas. Tanto é que o Irã exportava parte do seu petróleo através de um oleoduto que ia de Eilat até a cidade portuária no Mediterrâneo de Ashkelon. Por exemplo, o aeroporto de Teerã foi construído pela construtora Solel Bone, de Israel. Também os hotéis Hilton e Marriott, foram construídos pela Solel Bone, bem como o sistema de esgotos de Teerã. Tinham também relações na área da segurança e militar.

Tudo isto terminou, bruscamente, com a queda do Xá Pahlevi e a subida ao poder dos fanáticos clérigos xiitas, com Khomeini liderando-os. Ele estava asilado na França, veio com honrarias do governo francês a bordo de “tapete vermelho” da Air France. O fanatismo muçulmano dos aiatolás, que veem ameaça de democracias liberais como os Estados Unidos e Israel, levou o Irã a uma obsessão contra Israel e o pensamento de que o mundo muçulmano teria que aprovar esta atitude.

O regime clerical islâmico do Irã fala abertamente que tem como objetivo eliminar e erradicar Israel do mapa. É uma ameaça frontal por parte de um país membro da ONU contra outro país, também membro da ONU. Infelizmente, o Irã não fica só nas ameaças verbais, ele também age militarmente. Apoia e está atrás de proxies, como a Hizballah no Líbano, Jihad Islâmico e Hamas, em Gaza, os Houtis no Iêmen. Amplia sua influência para outros países, até na América Latina. A aliança dos “países no ostracismo” como o Irã e a Venezuela é bem conhecida. Estes vendem e compram petróleo e derivados e agora há extensão para países da Tríplice Fronteira, por onde entorpecentes e drogas podem livremente ser exportados e gerar muito dinheiro. Dinheiro que se junta ao comércio de drogas que o Irã tem no Líbano e na Síria e que alivia um pouco o sufoco que o Irã sente devido embargo comercial que os EUA e outros países impuseram ao regime dos aiatolás.

Nos dias atuais, tudo é flagrado e publicado. Diversas vezes, a mídia mundial trouxe ao conhecimento do público o objetivo declarado dos líderes do Irã em querer aniquilar o Estado de Israel. O regime dos fanáticos aiatolás não fica só em declarações. O Irã tenta transferir às fronteiras de Israel, na Síria e ao Líbano material bélico de alta precisão. Estas tentativas são abortadas pelas forças de defesa de Israel. Mesmo depois que devido ao terremoto ocorrido, recentemente, na Turquia e na Síria, o Irã teve permissão de levar a Síria material para aliviar o sofrimento da população síria, os aviões do Irã tentaram contrabandear material bélico as suas proxies, para que possam usá-lo contra Israel. O Serviço de Inteligência israelense, detectou estas tentativas e conseguiram destruí-las.

O povo iraniano não é contra Israel. Vivendo sob a ditadura clerical, tem dificuldade em se rebelar. Vive em condições opostas às fortunas que o seu governo despeja para obter bomba nuclear. Quando assinou um acordo com as cinco potências e a Alemanha, lhe foi permitido enriquecer urânio em até 20% e para fins pacíficos. Mas, desde o início, o Irã nem pensava em respeitar o acordo. Foi se aprimorando e, na semana passada, a Agência Internacional de Energia Atômica, revelou ao mundo que o Irã já tem urânio enriquecido em 84% (para chegar à bomba nuclear é necessário urânio enriquecido em 90%).

Mesmo com esta revelação, não se ouve críticas e protestos mundiais a altura desta ameaça, que não envolve só Israel. Se e quando o Irã tiver condições de preparar bomba atômica e o poder de lançá-la contra algum alvo, este poderá ser também na Europa. Esperar-se-ia protestos maiores da Europa e das Organizações mundiais. Quem age mais ativamente é Israel, que já fez alguns atos que atrasaram o projeto nuclear. Este é ajudado pelos Estados Unidos, mesmo em exercícios conjuntos, que visam coordenação em ataques contra as instalações nucleares iranianas. A Inglaterra tem boa cobertura do seu serviço de Inteligência, que ajuda nos dados necessários.

O resto do mundo praticamente está mudo e nada faz para obstruir o Irã deste caminho de destruição, se resolver agir no seu programa nuclear. O atual presidente do Brasil, Lula, conheceu bem o regime iraniano, quando recebeu, em 2009, e quando fez viagem e se encontrou com o então presidente Ahmadinejad, em 2010. Lula sabe que os iranianos não cumprem sua palavra e mesmo assim permite ao Irã expandir sua influência no continente sul americano. Recentemente, permitiu que submarinos e navios iranianos aportassem no Brasil. O que eles têm que fazer tão longe de seu território?

Setenta e oito anos após a terrível tragédia que o regime nazista trouxe ao mundo, assassinando dezenas de milhões de pessoas, destruindo cidades e mudando o mundo, parece que nada foi aprendido. Um outro regime fanático, dos aiatolás, ameaça um Estado e depois poderia ameaçar outros países. A maioria dos países do globo sentam de braços cruzados e nada fazem para impedir possível nova tragédia.

Foto: Defense Visual Information Distribution Service (Domínio Público)

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