7 de outubro, agora no museu
Em uma nova exposição no museu “Anu”, são apresentadas obras de 25 artistas, referentes aos acontecimentos do 7 de outubro e à guerra, incluindo obras de alguns dos assassinados no sábado negro.
A curadora do museu, Orit Shuchem-Gover, diz que “a exposição procura testemunhar a explosão única de criatividade que surgiu na sociedade israelense desde o início da guerra”.
Na exposição, que é definida como “um espaço de dor, perda, memória, raiva e tristeza”, estão expostas obras de 25 artistas, incluindo aquelas criadas por artistas que vivenciaram os acontecimentos de 7 de outubro, e obras criadas antes mesmo do massacre, mas que assumiu um novo significado à luz dele.
Uma parede grafitada coma a palavra Pink é obra de Inbar Hayman, um grafiteiro, que foi assassinado na festa. Suas amigas dizem que a escolha do nome Pink (rosa) está relacionada ao seu amor pela cor que permite uma visão otimista do mundo. Além do graffiti, a exposição exibe um link para o clipe “Kash Li”, com letra de Hayman, composta por Patrick Sebag.
Outra obra exposta é de Avitar (Tari) Kipnis, assassinado junto com seu cuidador filipino Paul Vincent Castellavi. Sua parceira, Lilach Kipnis, inicialmente declarada desaparecida, também foi assassinada. Kipnis era um ativista na promoção da paz e ocupou uma posição central na associação “Paamonim”, que ajuda famílias a sair de dificuldades financeiras.
O fotojornalista Roi Idan, de Kfar Aza, foi assassinado em 7 de outubro com sua parceira Samdar. Seus filhos mais velhos, Michael e Amelia, se esconderam em um armário e foram salvos. A filha mais nova, Abigail, foi sequestrada para Gaza e voltou do cativeiro do Hamas após 50 dias. “Roi adorava fotografar eventos e acontecimentos, mas acima de tudo adorava fotografar a natureza”, citam seus familiares ao lado de um filme e vídeo sobre ele exibido na exposição.
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Ziva Yelin, do Kibutz Be’ri e curadora da galeria do kibutz que foi destruída no dia 7 de outubro, escreveu ao lado de seu trabalho na exposição: “O vermelho é pura emoção, poder emocional e hipnótico, paixão e amor das minhas paisagens de infância e dos personagens que pinto, assume um profundo significado de pertencimento e de conexão com o lugar onde vivo: com as estradas, com as árvores, com a menina que fui e ainda vive dentro de mim”.
Algumas das obras da exposição foram criadas antes de 7 de outubro, mas ganharam um novo significado depois dele. Uma delas é uma série de pinturas de postes de luz nos kibutzim que cercam Gaza à noite, do artista Avishai Flatek. A exposição mostra também o filme “Diário de Guerra”, realizado em colaboração com a “Local Witness”, e inclui 300 fotos tiradas por fotógrafos da imprensa, de 7 de outubro a dezembro.
“A exposição não conclui nada e nem sequer pretende fornecer uma perspectiva sobre o que tem acontecido na arte israelense desde 7 de outubro”, diz a curadora do museu. “Ela apenas procura fornecer um instantâneo e testemunha a explosão única de criatividade que surgiu na sociedade israelense desde o início da guerra. Sentimos que mesmo quando a guerra terminar, não será possível regressar à normalidade sem recordar e relembrar permanentemente a dor, a perda, a frustração, a raiva e a tristeza profunda”.
Os curadores da exposição são Carmit Blumenzon e Michal Hominer, e ela acontece até 1º de novembro de 2024.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Davar
Fotos: Wikimedia Commons