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Aliá, a mudança, a renovação: eu, você e Abraão

Por Mary Kirschbaum

“Ora, o Senhor disse a Abraão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoarei o teu nome; e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

Abraão sacrificou o que era confortável e familiar pela dificuldade e incerteza. Estava ele com 75 anos de idade, quando saiu com sua esposa, Ló, e todos os seus bens, de Ur e seguiu em direção a Canaã.

E o que fez com que nós, olim chadashim, largássemos nossas “certezas”, nossa “zona de conforto”, para vir para o desconhecido?

Ok, é a terra prometida? Terra do leite e do mel? Viemos, assim como Abraão por causa da nossa fé no Eterno?

Eretz Israel, segundo os cabalistas: “São os olhos de D’us!”

Mas ainda assim, os olim vieram por vários motivos: sionismo, problemas financeiros, etc. Mas acima de tudo pela mudança. A necessidade da mudança!

E é extremamente difícil a mudança. Sair do lugar onde nascemos, nossa “pátria mãe gentil”, onde apesar dos pesares, nos criamos, lutamos e construímos.

O que significa mudar? Dos vários significados desta palavra, como alterar, modificar, deslocar, mover, variar de residência… um deles acho mais interessante e significante: renovar.

E, segundo Martha Medeiros, “desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar”.

Mudar é o mesmo que estar vivo. Se permitir evoluir, aprender, conhecer coisas novas. Procurar a plenitude. Adquirir mais autoconfiança, se conhecer melhor.

E busca de novas oportunidades…

Aliás, sobre esta busca de novas oportunidades: um dos grandes motivos de se fazer aliá.

Por que a mesmice não agrega. A mesmice estagna, paralisa, interrompe.

Mas, mudar é desafiador. O grande desafio da mudança é o medo, mas aquele medo que nos remete a experiências passadas, o mesmo que nos assola por desconhecer o futuro.

Como seres humanos, temos a tendência de decidir ou agir buscando prazer, ou evitando a dor e portanto seguimos na nossa rotina, porque a mudança dói.

Mudar exige disciplina e novas competências que podem ser bem dificultosas, também pelo gasto de energia necessário para a mudança de hábitos.

Voltando a Abraão. D’us mudou seu nome para Abraão, pois trazia o significado do Plano Divino para ele. E assim, o Criador o faria não apenas pai de um único filho, mas sim de uma multidão.

Interessante pensar que um nome novo é dado a Abraão, como se ele tivesse nascido de novo, pois mudanças grandiosas aconteceriam com ele.

Abraão mudou, eu mudei, você mudou. Para Eretz, para renovar, para melhorar, para contribuir, para somar.

Estamos aqui, nos desafiando e encontrando nosso caminho. Difícil e necessário.

Am Israel chai!

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