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Colocaremos Jerusalém no centro de nossa alegria

Por David S. Moran

Em comemoração ao 56º aniversário da reunificação

Jerusalém (Yerushalayim, em Hebraico) é considerada o centro do mundo. O judaísmo sempre esteve ligado a Jerusalém. É ali que se concretiza a promessa divina ao patriarca Abrão, de transformar seus descendentes em um povo na Terra Prometida. Na Bíblia, Jerusalém é mencionada 669 vezes. No mundo todo os judeus nas sinagogas rezam voltados para Jerusalém e dizem “se te esquecerei, ó Yerushalayim, será esquecida a minha mão direita”. Nas cerimonias de casamento judeu, o noivo quebra um copo em recordação a destruição do Templo e também se diz “Colocaremos Jerusalém no centro da nossa alegria”. Também no final da reza de Pessach (a Páscoa) cada um se cumprimenta: “no ano que vêm em Jerusalém”.

Na foto vemos a Jerusalém reunificada. O plano da frente é do cemitério judaico do Monte das Oliveiras, onde Jesus previu a destruição da cidade, e as muralhas levantadas pelo Império Otomano, no Século XVI. No fundo se vê a Jerusalém que saiu das muralhas desde o séc. XIX e após 1948 declarada a Capital do Estado de Israel, reunificada após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Yerushalayim é atualmente a maior cidade de Israel, com 996.200 habitantes, dos quais 577 mil são judeus, 375 mil são árabes, sendo 362 mil muçulmanos, 13 mil cristãos, 3.500 cristãos não árabes e 10.500 sem religião mencionada. Os judeus ultraortodoxos (haredim) são 48% do total de judeus e 29% do total de habitantes. Dos homens haredim, na idade de 25 a 64, só 42,2% trabalham e das mulheres 73,8% trabalham. Esta é a razão de viverem em estado de pobreza. Geralmente, os haredim tem mais filhos do que o restante dos habitantes do país, mesmo dos árabe-israelenses, que tem mais filhos do que os judeus não religiosos (dados do Instituto Haredi de Pesquisas Politicas).

No bairro judeu da Cidade Velha (entre as muralhas) vivem apenas 3.250 judeus, constituindo apenas 10% do total de habitantes da Cidade Velha, que são 31.130.

Israel cedeu aos jordanianos, logo após a Guerra dos Seis Dias, a autonomia religiosa muçulmana sobre o Monte do Templo. Neste local se ergueu o antigo templo judeu que foi destruído duas vezes pelo Império Romano. Só depois de seis séculos, os muçulmanos construíram a Mesquita de Omar, em 690 da Era Cristã, sobre os vestígios de onde se ergueram os Templos. Isto para não poderem reconstruir o Templo. Hoje este lugar religioso é um centro de incitamento, terror e apoio a encrenqueiros contra israelenses e judeus. Isto tudo apesar de Jerusalém com este nome, ou com qualquer outro nome não ser mencionada no Al Quran, o livro sagrado do Islão. Até Israel formar o Estado Judeu, a Esplanada das Mesquitas não era importante para o Islão. O rei da Transjordânia, Abdullah, manteve contatos com Israel mesmo antes da Independência de Israel e ambas as partes eram contrários a intenção de internacionalizar Jerusalém. Em 20 de julho de 1951, o rei veio para manter negociação com Israel, mas quando pretendia rezar na Mesquita de Al Aqsa, foi morto por um terrorista árabe.

É incrível pensar que neste lugar, que tem maioria de população judaica desde a metade do Século XIX, ocorreram violentos combates durante a Guerra da Independência (1948) e judeus foram impedidos de ir ao local mais sagrado da religião, que é o Muro das Lamentações. A Cidade Velha permaneceu nas mãos dos jordanianos e desde então há um crescimento incrível nesta cidade. Quando eu cheguei à cidade, em 1968, em Jerusalém moravam 250 mil habitantes e eu a comparava a Taubaté. Hoje chega a cerca de 1 milhão de habitantes.

É triste ver a cada ano, que as forças de segurança de Israel têm que estar em prontidão, com milhares de policias para assegurar o Desfile das Bandeiras, que também passa pela Cidade Velha até o Muro das Lamentações, comemorando a reunificação da Capital do Estado de Israel. Em nenhum outro país isto seria concebível.

Jerusalém, Yerushalayim, Ir Shalom (A Cidade da Paz) e lá um dia comemoraremos a paz.

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