Protesto em Bnei Brak contra “saque de cofres públicos”

Milhares de manifestantes antigoverno marcharam pela cidade de Bnei Brak, ontem, para protestar contra os planos do governo de alocar grandes somas de recursos para a comunidade ultraortodoxa, uma ação que recebeu críticas do Ministério das Finanças por ser insustentável a longo prazo.

Os manifestantes foram recebidos por moradores locais que montaram estações com comida e bebida, em cenas semelhantes a uma marcha anterior, há dois meses.

“Estamos marchando sobre Bnei Brak para deixar claro ao governo que ele está destruindo nossa casa, e em particular à liderança ultraortodoxa, que está com uma mão colaborando com a ditadura e com a outra saqueando os cofres, que o os burros estão fartos”, disse um comunicado dos organizadores antes do comício.

“Os burros que carregam o fardo do serviço e da economia acabaram sendo os otários que enchem os cofres públicos, que se tornou um fundo de suborno político para amigos de Moshe Gafni, do Judaísmo Unido da Torá e o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich” disseram.

Enquanto os manifestantes até agora se concentravam em se opor à reforma judicial planejada pelo governo, eles agora voltaram sua atenção para as enormes alocações de recursos aos partidos da coalizão no último orçamento.

As principais questões atacadas pelos críticos do governo foram a aprovação de NIS 13,7 bilhões em fundos discricionários, principalmente para a comunidade ultraortodoxa, e um polêmico fundo tributário que tiraria recursos das cidades mais ricas e os redistribuiria para as mais pobres.

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Um manifestante disse ao site Walla que o objetivo da marcha era divulgar a relação injusta entre diferentes comunidades em Israel.

“A manifestação não é contra o público haredi, mas contra sua liderança que perpetua a injustiça, o que a longo prazo não é bom para o país. Espero que Gafni volte para casa. Depois de 19 semanas nas ruas, depois de eu ter sido preso mais de uma vez, entendemos que a reforma visa atender também alguns setores. O governo permite essa injustiça”, disse.

Dos NIS 13,7 bilhões aprovados em fundos discricionários, cerca de NIS 3,7 bilhões devem ser gastos no aumento do orçamento para estipêndios em instituições de yeshiva haredi.

Cerca de NIS 1 bilhão é destinado a um programa de vale-alimentação promovido pelo líder do Shas, Aryeh Deri. Outros NIS 1,2 bilhão estão orçados para instituições educacionais privadas e não supervisionadas, que não ensinam disciplinas básicas como matemática e inglês. Fundos adicionais serão canalizados para educação ultraortodoxa, construção de edifícios religiosos e apoio à cultura e identidade judaica Haredi.

Fonte: The Times of Israel
Foto: Wikimedia Commons