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Israel proíbe entrada de palestinos para cerimônia conjunta

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, rejeitou o pedido de famílias israelenses e palestinas enlutadas para permitir que estas últimas participem de uma controversa comemoração anual no Dia Memorial de Israel.

Uma declaração do gabinete de Gallant disse que ele proibiria a entrada dos palestinos em Israel para a Cerimônia Memorial Conjunta Israel-Palestina, em 24 de abril, devido à “complexa situação de segurança” na região da Samaria e Judeia.

A declaração também citou o fechamento previsto de travessias com a Samaria e Judeia e a Faixa de Gaza durante o Dia da Memória (Yom Hazikaron) e o Dia da Independência, uma medida que Israel adota regularmente durante feriados nacionais e religiosos.

A decisão de Gallant foi criticada pela organização Combatants for Peace (Combatentes da Paz), que organiza o evento junto com a organização de famílias enlutadas Parents of Circle Family Forum.

“Gallant está assustado com a ameaça de demissão e caiu completamente na linha da loucura fascista e do silenciamento de vozes”, disse o representante da Combatants for Peace em um comunicado.

O grupo acusou a medida de violar uma decisão de 2019 do Supremo Tribunal de Justiça que anulou a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de negar permissões a dezenas de palestinos da Samaria e Judeia que planejavam participar do evento, citando motivos de segurança. O tribunal disse que não era legítimo barrar a entrada dos participantes por razões de segurança.

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“A cerimônia é como centenas de famílias enlutadas lembram de seus entes queridos e representa precisamente o outro futuro que é possível aqui, um futuro conjunto e otimista”, acrescentou.

Desde a primeira cerimônia em 2006, o número de pessoas que comparecem cresceu tremendamente.

O evento do ano passado foi dividido entre Tel Aviv e Beit Jala, depois de ter sido realizado online nos dois anos anteriores devido à pandemia do COVID-19. Os organizadores disseram que mais de 200.000 pessoas assistiram à cerimônia 2022, que foi transmitida ao vivo online em árabe, hebraico e inglês.

O evento deste ano também será transmitido online.

Ao longo dos anos, participaram como convidados importantes intelectuais e artistas como: Mubarak Awad, Yoni Rechter, Yehuda Ne’eman, Alon Oleartchik, Achinoam Nini (Noa), Mira Awad, Eva Illouz, Eliezer Yaari, Dr. Said, David Grossman, Sami Shalom Shitrit, Richard Gere e muitos outros.

A cerimônia foi profundamente controversa desde o seu início, especialmente entre o público israelense, com críticos acusando-a de legitimar o terrorismo e igualar os soldados mortos de Israel aos que os atacaram.

Apoiadores dizem que representa um esforço daqueles que mais perderam no conflito para dar sentido à morte de seus entes queridos, afastando-se da violência.

O evento também é controverso do lado palestino: alguns palestinos dizem que a cerimônia equipara os soldados israelenses aos palestinos oprimidos. Outros rejeitam qualquer diálogo com os israelenses.

A ONG foi indicada duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

Fonte: The Times of Israel
Foto: Partners for Progressive Israel

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