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O terremoto e tremores secundários

Por David S. Moran

O maldito ataque surpresa da organização terrorista Hamas-Daesh (ISIS) contra Israel e o massacre promovido, deixou o país arrasado e certamente, depois deste terremoto, virão tremores secundários. Mesmo antes de constituir uma comissão de inquérito para saber (e consertar as falhas) o do porquê Israel foi tomada de surpresa e por que houve tanta demora para que o exército entrasse em ação, os comandantes militares assumiram a responsabilidade.

O primeiro foi o Tenente-General Herzi Halevi, comandante das Forças de Defesa de Israel, que disse: “o exército é responsável pela segurança do país e seus cidadãos. No sábado (7) de manhã, nos kibutzim e vilarejos ao redor da Faixa de Gaza não o fizemos e eu sou o responsável”. Na segunda-feira (16), em mensagem, o Chefe do Shabak (Serviço de Segurança Geral), Ronen Bar escreveu: “a responsabilidade é minha. Não conseguimos alertar suficientemente e antecipadamente para frustrar o ataque”. Na quarta-feira (18) o General Aharon Haliva, comandante do Serviço de Inteligência também assumiu a culpa em “não alertar antecipadamente o ataque e fracassamos”. Só uma pessoa não assume a responsabilidade e age como se nada tivesse acontecido, o premier Benjamin Netanyahu. Já em março quando o Ministro da Defesa, Yoav Gallant lhe trouxe um alerta, Netanyahu o despediu do cargo, que logo lhe entregou de volta devido a pressões.

O ataque da Hamas foi preparado. As forças armadas pegaram dos prisioneiros do Hamas e junto aos terroristas mortos, mapas e livretos do que deviam fazer: invadir escolas e centros comunitários, matar o quanto mais de civis e sequestrar. Trouxeram apetrechos para cobrir os olhos dos sequestrados, algemá-los, dar choques elétricos, usá-los como proteção e filmar tudo. Esta semana, apesar do intenso bombardeamento preciso da Força Aérea de Israel e de matar alguns comandantes da Hamas-Daesh, esta organização conseguiu lançar foguetes contra cidades em Israel. Pelo sistema de aviso e pela proteção do Domo de Ferro, relativamente há poucas vítimas.

O Tsahal (FDI) está preparado para entrada terrestre na Faixa de Gaza e decidido a exterminar a liderança da Hamas-Daesh. Foram chamados reservistas e centenas de milhares de soldados só estão aguardando a luz verde. Enquanto isto a Força Aérea está atacando quartéis-generais da organização terrorista, material bélico e entrada de túneis. Na Faixa de Gaza, o Hamas montou um “metrô” onde os terroristas podem se esconder e sair – à moda do vietcong – para atacar as forças israelenses. Pelos presos pegos, o FDI tomou conhecimento de que muitas casas foram preparadas com dinamite para explodir quando os israelenses chegarem.

Ao mesmo tempo, o Hamas-Daesh fracassou em tentar “colocar na dança” a Hizballah, os árabes-israelenses e os árabes da Judeia e Samaria. A Hizballah está pipocando com bombas diárias e tentativas de chegar às cercas da fronteira. O Tsahal imediatamente revida e mata os terroristas que tentam atravessar a fronteira.

Pode ser que o Irã não lhes permita ir mais além por pelo menos dois motivos. A reação de Israel em “achatar” a Dahia (bairro xiita e quartel general do Nasrallah) e o medo da reação americana, que já está presente com dois porta-aviões na costa do Líbano.

Numa demonstração ímpar de solidariedade, o Presidente Joe Biden visitou Israel por algumas horas e imediatamente voltou aos EUA. É o primeiro presidente americano a vir no meio de uma guerra. Nestes dias já estiveram aqui o Ministro da Defesa americano, Lloyd Austin, o Comandante do CENTCOM, Michael Kurilla e o Secretário de Estado Anthony Blinken.

O presidente Biden deixou tudo, isto é, a campanha eleitoral para vir a Israel. Encontrou-se com alguns dirigentes e com a Comissão de Segurança. Esteve com alguns sobreviventes do massacre de sábado e se emocionou até as lágrimas por seus relatos. Biden se auto intitula sionista. Deu luz verde à operação de Israel contra o Hamas-Daesh. Pediu para abrir um corredor humanitário para mantimentos para a população da Faixa de Gaza e que não passe ao Hamas. O Presidente Biden disse que Israel não estará só, os EUA estão ao seu lado e sempre estarão. Os EUA fornecem a Israel material bélico. Terminou sua fala dizendo em inglês “Am Israel Chai” (o povo de Israel vive). Conhecendo a política americana atesto que nunca Israel teve um aliado tão amigável na Casa Branca como o presidente Joe Biden (“Sou Sionista”). Nem mesmo o artista do Donald Trump. Antes do Biden, veio o chanceler alemão, Olaf Scholz; na quinta-feira (19) o primeiro ministro inglês, Rishi Sunak e ainda por vir, o presidente da França Emmanuel Macron.

O Egito tem permissão de transportar 20 caminhões com alimentos por dia.

Os árabes gostam tanto dos palestinos que o presidente A Sisi advertiu que, se Israel fizer com que eles entrem no Sinai, será “casus belli”. A Península de Sinai tem 61 mil km² e apenas 600 mil habitantes. A Faixa de Gaza tem 365 km² e 2,2 milhões de habitantes. O rei Abdullah da Jordânia também não os quer, “já tenho demais deles”, e sabe do perigo que trazem. Até o próprio presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud (Abu Mazen) Abbas, disse no domingo (15) que: “Hamas com seus atos não nos representa e nem ao povo palestino”. Horas depois retirou o post, por pressão interna. Mas, sem dúvida a AP odeia o Hamas, bem como os outros países árabes que não permitem a presença da Irmandade Muçulmana no seu país.

O mundo espera que Israel os trate adequadamente, que lhes forneça alimentos, eletricidade, combustível e que os ataque “proporcionalmente”. Ninguém falou dos reféns israelenses e de sua libertação, principalmente dos idosos e das crianças. Nem da visita da Cruz Vermelha ou de outras autoridades da ONU, por exemplo. O escritor e jornalista inglês, Douglas Murray criticou na Talk TV a sua entrevistadora pelas perguntas, dizendo “só de Israel se espera reação proporcional … Israel é o único país do mundo que as nações proíbem de vencer a guerra”.

Por outro lado, há muitos que apoiam Israel, principalmente pessoas que aqui viveram ou visitaram, ou tiveram contato com israelenses e/ou a Bíblia. É o caso do lutador UFC, Michel Pereira ou do diretor Quentin Tarantino, que nos últimos anos vive em Tel Aviv com sua esposa israelense Daniela Pik entre outros.

Já estamos no 14º dia do terrível massacre e a cada dia sobe o incrível e inacreditável número de mortos. Segundo as autoridades já passamos de 1.400 mortos, 4.560 feridos e 203 sequestrados, entre eles 30 crianças, de 10 a 20 idosos e de 100 a 200 pessoas que não se sabe o seu paradeiro.

O Hamas cometeu pelo menos dois erros graves. Tentou organizar um levante geral, que incluísse a Hizballah, os árabes israelenses, os árabes da Samaria e Judeia, a Síria e os palestinos da Jordânia, contra Israel. Não conseguiu, apesar dos ataques desta organização que também é proxie do Irã. O segundo erro foi a brutalidade e os horrores cometidos pela Hamas-Daesh, que lhe tiraram o apoio de muitos países e não deixaram para Israel outra alternativa, senão destruí-lo de vez. Israel não pode viver o tempo todo sob ameaça do Hamas. Na guerra pela mídia, o Hamas quer mostrar Israel negativamente, como fez na quarta-feira com a bomba no estacionamento do Hospital Al Ahli. Logo, mesmo antes de contar o número de vítimas, o Hamas alegou que Israel matou 500 pessoas no hospital. Primeiramente, o hospital não sofreu danos, a bomba que a Jihad Islâmica lançou caiu no estacionamento. Na quinta-feira (19) a União Europeia revelou que morreram entre 10 a 50 pessoas. Mesmo isto é lamentável.

Infelizmente, a mídia é tendenciosa e busca sensacionalismo. Veja o caso da Folha de São Paulo. Quando se refere ao governo de Israel, escreve o governo de Tel Aviv. O governo de Israel fisicamente se localiza em Jerusalém, queira a Folha ou não. A Folha não tem que reconhecer a existência de Israel, o Estado de Israel é um fato consumado com Capital milenar (fundada pelo rei David), em Yerushalayim, que é Jerusalém.

O Brasil que preside o Conselho de Segurança da ONU, apresentou proposta que não menciona a exigência da Cruz Vermelha visitar os israelenses sequestrados e tratar do seu estado de saúde. Só citava uma pausa humanitária para os palestinos de Gaza (que Israel lhes deu). A resolução brasileira não condenou o ataque covarde da Hamas-Daesh pelo massacre de sábado (7), nem falou do direito de Israel para autodefesa. A resolução não foi aprovada pelo voto contra dos EUA. A Rússia e a Inglaterra se abstiveram e outros 12 votaram a favor.

A linha política do atual governo brasileiro liderado pelo PT é bem conhecida e errônea. O PT quer a paz (Israel a quer mais), e atrás do porta-voz há um mapa que é formado pela Faixa de Gaza, Israel e Judeia e Samaria, toda ela com as cores da bandeira Palestina. Nas inscrições que portam membros do PT em manifestações há inscrições de “Do rio ao mar”). Mais explícito do que isto não pode. Os kibutzim que sofreram o massacre de 7/10, são aldeias comunitárias, socialistas. Em que país árabe ou muçulmano existe socialismo, pregado pelo PT. Nestes países há os muito ricos e a grande maioria de pobres. O PT tem que aprender geografia.

Frase do Secretário Geral da ONI, Antonio Guterres: “Fiquei horrorizado com a morte de centenas de cidadãos palestinos no ataque ao hospital, em Gaza e o condeno veementemente”.

Frase do Secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, em Israel na sexta-feira (13): “as atrocidades da organização terrorista Hamas são piores das que presenciei há 10 anos, das que fez Daesh (ISIS, ou Estado Islâmico)”. Ele foi comandante do Centcom.

Frase do Coordenador das Atividades do Governo nos Territórios, General Ghasan Alyan (druso), referindo-se ao Hamas: ” animais tem que ser tratados como animais”.

Foto: Captura de tela. Na TV, os avisos das cidades que estão sob alerta (Tel Aviv, Herzliya, Bnei Brak, Ashdod e Rishon LeTzon)

3 thoughts on “O terremoto e tremores secundários

  • Ana Lima

    Shalom,sou Brasileira e o PT não representa milhares de Brasileiros que entende o papel e a posição de Israel na História da humanidade,existe um grande número de Brasileiros que está orando e crendo que Israel nunca jamais perderá uma Batalha porque,Deus quando se apresentou ao Homem desde o início de sua História,ele se apresentou como o D’us de Abraão,Isaque,e Jacó e é no D’us de Israel que eu creio e ele nunca perdeu uma batalha nem abandonará o seu povo Israel porque ele é fiel para cumprir o que prometeu a Israel.

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  • Você esqueceu que esse Biden tão elogiado é o mesmo que mentiu para Golda Meir baixar as armas porque tinha visitado Nasser, ditador da Egito e garantiu cinicamente que ele não queria atacar Israel? Biden tem as mãos sujas de sangue judeu! E agora convenceu que, provavelmente, ficará conhecido como a Golda Meir de calças, Netanyahu. Na verdade, você não consegue se libertar do seu viés ideológico. Shabat Shalom!

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  • Eu quis dizer que Netanyahu, na minha opinião, ficará conhecido como a Golda Meir de calças porque tal como ela se deixou convencer pelo esquerdista hipócrita Biden que fortaleceu o maior inimigo de Israel dando 6 bilhões de dólares para o terrorismo fortalecer-se, e, qualquer pessoa que conhece minimamente os grupos terroristas sabem que a ajuda humanitária fica nas mãos apenas dos terroristas. Como Netanyahu pode desrespeitar as famílias dos sequestrados ao se curvar perante as exigências de Biden e esquecer de exigir a entrega dos sequestrados em troca da ajuda humanitária???

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