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UNRWA, a agência que prolifera refugiados

Quando a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu, em dezembro de 1949, estabelecer uma agência dedicada a lidar com o meio milhão de palestinos que se tornaram refugiados após a Guerra da Independência, o Estado de Israel esteve entre os apoiadores entusiasmados da decisão. Durante anos, encorajou a existência da UNRWA, mesmo com a agência aumentando o número de refugiados para quase seis milhões nos últimos anos.

Em 1950, a Agência respondia às necessidades de cerca de 750.000 refugiados palestinos. Hoje, cerca de 5,9 milhões de refugiados palestinos são elegíveis para os serviços da UNRWA.

No entanto, ao longo dos anos, a UNRWA tornou-se uma agência problemática, e alguns diriam até prejudicial e desnecessária. Prejudicial não só para Israel, mas também, e talvez especialmente, para os próprios palestinos.

Com um orçamento de mais de US$ 1 bilhão, um terço dos quais provém atualmente dos Estados Unidos, a agência tornou-se uma organização altamente corrupta, um fator de incitação e uma organização que foi assimilada pelos mecanismos terroristas dos palestinos, especialmente na Faixa de Gaza.

Já em 2003, Israel publicou evidências de que a UNRWA estava ajudando agentes terroristas na Faixa de Gaza, entre outras coisas, contrabandeando armas nas ambulâncias da organização e permitindo aos terroristas que usassem as instalações de saúde e educação da agência.

Em 2009,  James Lindsay, que era o consultor jurídico da UNRWA, avisou: “A UNRWA não toma medidas para identificar e rejeitar terroristas das suas fileiras ou dos seus destinatários de serviços, e não toma medidas para impedir que membros de organizações como o Hamas se juntem ao seu pessoal”.

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“A UNRWA não realiza nenhuma verificação de segurança antes de contratar funcionários e não monitora o comportamento fora do horário de trabalho de seus funcionários para garantir o cumprimento das leis antiterrorismo da organização”.

A ONU tem uma agência internacional para os refugiados (ACNUR) que atua para assegurar e proteger os direitos das pessoas em situação de refúgio em todo o mundo, mas os palestinos são o único grupo de refugiados que tem uma agência dedicada somente a eles.

Juntamente com o desvio acentuado das atribuições que lhe foram conferidas e dado que a agência não transferiu um único refugiado para um assentamento permanente, não reduziu o número de refugiados e, de fato, continua durante 75 anos a manter os palestinos em campos de refugiados, não está claro por que a UNRWA continua a existir e por que o mandato da agência é renovado a cada três anos.

O massacre de 7 de outubro, pode marcar o fim do caminho da agência, pelo menos em Gaza. Depois de Israel ter publicado esta semana provas de que pelo menos uma dúzia de funcionários da UNRWA estiveram envolvidos no ataque do Hamas e no rapto de cidadãos israelenses, incluindo a manutenção de reféns em Gaza, um após o outro, todos os principais doadores da UNRWA anunciaram o congelamento do financiamento para a agência.

Sem o financiamento dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Itália, Suíça, Países Baixos, Finlândia, Alemanha e França, que juntos representam 90% do orçamento da agência, a UNRWA não seria mais capaz de existir.

“É chocante ver a suspensão do financiamento da agência em resposta às alegações contra um pequeno grupo de funcionários, especialmente à luz da resposta imediata da UNRWA, que rescindiu os seus contratos e apelou a uma investigação independente e transparente”, disse o comissário-geral Philip Lazzarini ontem à noite.

Com a suspensão do financiamento, Lazarini e muitos dos seus funcionários poderão ficar sem salários (no passado foi relatado que os salários dos funcionários representam um terço do orçamento total da UNRWA).

Fonte: Revista Bras.il a partir de Zman Israel
Foto: UNRWA

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