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ONG procura soldados judeus enterrados sob cruzes

O rabino Jacob J. Schacter, professor de história judaica da Yeshiva University, estava visitando um cemitério para soldados americanos na Normandia quando estranhou o fato de haver muito poucas sepulturas não-cristãs.

Essa percepção, em 2014, resultou em um projeto sem fins lucrativos que rastreia os túmulos de soldados judeus dos EUA erroneamente enterrados sob cruzes, para dar-lhes lápides com a Estrela de David.

A Operação Benjamin até agora substituiu as lápides de 19 soldados judeus dos EUA, e sete que estão enterrados em cemitérios na França, Bélgica e Luxemburgo, informou o Military Times.

A primeira identificação bem-sucedida do grupo foi a do soldado Benjamin Garadetsky, nascido Boruch Reigorodeczki na Ucrânia, que foi morto em 1944 em um bombardeio da Luftwaffe após o desembarque na França durante a ofensiva do Dia D.

O grupo atua em coordenação com a Comissão Americana de Monumentos de Batalha, a agência governamental responsável por sepulturas no exterior. A colocação de cruzes foi muitas vezes o resultado de erro administrativo em tempos de guerra, ou de soldados ocultando suas identidades judaicas durante uma guerra em que os nazistas executaram sumariamente os judeus.

A Operação Benjamin está trabalhando em outros 22 nomes. A organização tem um único pesquisador e muitas vezes contata fotógrafos em países onde há túmulos americanos para aprofundar suas pesquisas.

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Em 2020, durante a Semana Judaica de Nova York, Schacter explicou que os erros eram frequentemente cometidos no caos da batalha e que os soldados judeus costumavam remover de suas identificações a letra maiúscula “H” que os identificava como “hebraico”, no caso caíram em mãos inimigas.

“Esses judeus morreram para que pudéssemos permanecer vivos e livres. Lembrar deles por quem eles eram é o mínimo que podemos fazer”, escreveu. “Estar envolvido neste chesed shel emet, uma ‘verdadeira bondade’, é uma questão de hakarat hatov, reconhecer o bem que eles fizeram por nós e apreciar seus sacrifícios”.

Shalom Lamm, filho do falecido rabino Norman Lamm, presidente da Yeshiva University, descreveu uma cerimônia típica de troca de lápides, neste caso, do segundo-tenente Kenneth Robinson, enterrado em Ardenas, na Bélgica.

“Quando a lápide é substituída, o rabino Schacter repete uma frase para cada soldado que se tornou icônica”, disse Lamm. “’Segundo Tenente Robinson, em nome dos cidadãos da América, agradecemos seu serviço, e Kenny, em nome do povo judeu, te damos as boas-vindas. Apenas resume tudo perfeitamente. Estamos lá como uma nação agradecida e estamos lá como um povo orgulhoso”.

Fonte: JTA
Foto: Fundação Benjamin

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