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Tikvá Museu Judaico, o novo museu de Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa firmou com a Associação Hagadá o protocolo que irá permitir a criação e instalação do Tikvá Museu Judaico de Lisboa.

O Tikvá, palavra que significa “esperança”, pretende ser um local de luz, apresentando a história da comunidade judaica em Lisboa e Portugal com foco nos momentos de convivência com a população maior, em especial entre os séculos XII e XV, que resultaram numa parceria benéfica e desenvolvimento em várias áreas. O Museu Judaico de Lisboa vai focar-se na história “luminosa” e de “convivência” do judaísmo português

A Associação Hagadá é uma associação de âmbito privado sem fins lucrativos fundada para criar, instalar e gerir o novo museu, que será construído perto da Torre de Belém e da Fundação Champalimaud.

Esther Mucznik, uma das principais impulsionadoras do projeto, descreveu como será o futuro Museu Judaico de Lisboa, que deverá abrir portas em 2024 para contar a história de uma comunidade com raízes em Portugal desde a época romana e características que lhe concedem “um carácter muito peculiar”.

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“O foco do museu vai ser a parte luminosa da nossa história, que também existiu e foi muito importante, entre os séculos XII e XV, quando podemos falar em convivência. Vamos insistir nesse aspeto positivo, porque, em primeiro lugar, é o período em que os judeus mais contribuíram para a nação portuguesa”, em várias áreas do conhecimento, como a medicina e a matemática. “Esse aspecto é o mais desconhecido da população portuguesa e estrangeira também, porque foi apagado, erradicado da memória coletiva. Queremos trazê-lo para o presente, porque marcou o país que somos hoje”, declarou Mucznik.

Outra mensagem importante é a de esperança, que faz parte do nome do museu, Tikvá, uma sugestão do arquiteto Daniel Libeskind. Para Libeskind, não existe nenhuma palavra que sintetize melhor o povo e a cultura judaicos. O arquiteto, conhecido como o arquiteto da memória e da esperança, foi responsável pelo projeto de outros museus judaicos, como o de Berlim, São Francisco e Copenhague, dos memoriais do Holocausto nos Países Baixos, Canadá e Estados Unidos da América e ainda pela reconversão do local do World Trade Center, em Nova Iorque.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, apontou que o Tikvá Museu Judaico de Lisboa será um projeto que irá contar a “história milenar de uma cultura, o seu percurso, a sua interação com as culturas e os poderes dos tempos”, valorizando e mostrando “a presença neste território de uma comunidade e a importância que tem a comunidade judaica”. A sua história “tem momentos de enorme violência e escuridão, mas que também teve momentos de luz”, afirmou, frisando que “será sobretudo um museu de luz” e esperando que, no futuro, se possa também olhar para o ato de assinatura do protocolo como um momento luminoso em que “se celebrou a diversidade, a inclusão, a convivência e a liberdade”.

O local do antigo projeto do Museu Judaico será transformado em memorial aos judeus de Lisboa

Fonte: Observador

Foto: Divulgação

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