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Israel combate o abuso do “Passaporte Aliá”

Em dezembro de 2020, o então ministro do Interior Aryeh Deri instruiu o diretor-geral da Autoridade de População e Imigração, Shlomo Mor Yosef, a não conceder um passaporte aos novos olim (imigrantes) que não se tivessem se estabelecido em Israel por um ano.

Com isso, Deri revogou tecnicamente uma lei aprovada por Avigdor Liberman e o seu partido Yisrael Beiteinu, quatro anos antes, que abria uma brecha para que dezenas de milhares de pessoas, a maioria da ex-União Soviética, pudessem receber um passaporte israelense sem imigrar para Israel.

O Ministério do Interior de Israel pretende reprimir o fenômeno conhecido como “Passaporte Aliá”, o que é uma má notícia para quem está de olho em um passaporte israelense para facilitar o acesso em tempos de pandemia.

No fenômeno conhecido como Passaporte Aliá, judeus emigram para Israel com base na Lei do Retorno, mas não pretendem ficar, procurar emprego, pagar impostos e enviar os filhos para o exército. Tudo o que eles querem é a cidadania israelense, um passaporte e uma fuga rápida para a Europa e a América do Norte.

Por muitos anos, Israel teve a política de conceder aos novos olim apenas um documento de viagem e emitir-lhes um passaporte israelense apenas um ano depois de se estabelecerem em Israel. A ideia por trás dessa política era impedir a emissão de passaportes israelenses para indivíduos que não estavam interessados ​​no Estado de Israel, mas queriam o passaporte para fins comerciais ou outros.

No início de 2017, apesar das advertências de profissionais do serviço público, o partido Yisrael Beiteinu apresentou uma emenda que possibilitava a obtenção de um passaporte israelense na chegada a Israel. Os resultados confirmaram os piores temores. Logo ficou claro que uma alta porcentagem de olim da antiga URSS em geral, e da Rússia em particular, estavam se aproveitando da nova legislação e chegavam em massa a Israel para obter um passaporte israelense e partir.

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Uma investigação do jornal Maariv, no final de 2020, mostrou que cerca de 40% dos olim da antiga URSS nos anos 2018-2019 deixou Israel logo após a chegada. Muitos deles saíram de Israel em menos de um mês. Entre os imigrantes russos, os números foram ainda piores: mais da metade deles que chegaram depois que a lei foi alterada deixaram Israel logo após a chegada e levaram seus passaportes com eles.

De acordo com um artigo recente do Haaretz, desde o início da pandemia em 2020, o Passaporte Aliá começou a incluir judeus de países ocidentais, principalmente Estados Unidos e França, que iniciaram o processo de aliá não porque desejam se estabelecer em Israel, mas porque um passaporte israelense facilitaria a entrada e saída do país para visitar familiares e amigos, apesar dos bloqueios relacionados ao vírus.

Tomer Moskowitz, o novo diretor da Autoridade de População e Imigração, disse ao Haaretz que em breve todos os que se candidatarem a fazer aliá terão que assinar um compromisso de viver em Israel permanentemente caso sejam aprovados. Para determinar se eles levam a sério a mudança para Israel, os candidatos deverão responder a questões como: Eles venderam suas casas e carros? Quais são os planos escolares de seus filhos? Eles deixaram seus empregos? Eles contrataram um contêiner para enviar seus pertences para Israel? Eles têm um lugar para morar em Israel? Eles matricularam seus filhos em uma escola em Israel? Eles têm um emprego em Israel? Eles abriram uma conta bancária israelense? Claro, cada resposta deve ser acompanhada de documentação adequada.

Os requerentes de aliá terão que assinar uma declaração em um formulário de três páginas, disponível em inglês, russo, espanhol, francês e português, na frente de um representante consular israelense: “Eu abaixo assinado, após ser avisado de que devo dizer a verdade e que, se não o fizer, estarei sujeito à punição estabelecida por lei, declaro que solicitei receber o status de ‘imigrante’ em Israel para me estabelecer em Israel imediata e permanentemente e fazer de Israel o centro da minha vida. Declaro também que todas as informações e detalhes que forneci em minha inscrição estão completos e corretos”.

“Vamos usar este novo formulário para ver se as pessoas realmente pretendem se estabelecer em Israel”, disse Moskowitz ao Ha’aretz.

Fonte: Jewish Press
Foto: Canva

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