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Mediadores egípcios se reúnem para firmar cessar-fogo

Mediadores egípcios mantiveram conversações, neste sábado, para firmar o cessar-fogo Israel-Hamas, enquanto os palestinos na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, começaram a avaliar os danos de 11 dias de conflito.

O sábado marcou o primeiro dia inteiro de uma trégua que encerrou a quarta guerra Israel-Hamas em pouco mais de uma década. No conflito, Israel desferiu centenas de ataques aéreos contra alvos em Gaza, enquanto o Hamas e outros grupos dispararam mais de 4.000 foguetes contra Israel. Mais de 250 pessoas foram mortas, a maioria delas palestinas.

Tanto Israel quanto o Hamas reivindicaram a vitória. Há uma expectativa generalizada de que o cessar-fogo vai durar por enquanto, mas que outra rodada de combates em algum momento parece inevitável. Questões subjacentes continuam sem solução, incluindo um bloqueio da fronteira entre Israel e Egito, agora em seu 14º ano, que está sufocando os mais de 2 milhões de residentes de Gaza e uma recusa do Hamas em se desarmar.

A luta começou em 10 de maio, quando militantes do Hamas em Gaza dispararam foguetes de longo alcance contra Jerusalém. O bombardeio aconteceu depois de dias de confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense no complexo da mesquita de Al-Aqsa. Táticas violentas da polícia no complexo e a ameaça de despejo de dezenas de famílias palestinas inflamaram as tensões.

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A guerra afastou ainda mais o principal rival político do Hamas, a Autoridade Palestina, apoiada internacionalmente, que administra enclaves autônomos na Samaria e Judeia. O Hamas se posicionou, cada vez mais, como um defensor de Jerusalém na opinião pública palestina.

Na sexta-feira, horas depois de o cessar-fogo entrar em vigor, milhares de palestinos gritaram, no complexo de Al-Aqsa, contra o presidente palestino Mahmoud Abbas e seu governo autônomo. “Autoridade Palestina, fora, fora”, gritaram, e “o povo quer que o presidente vá embora”.

Foi uma demonstração sem precedentes de raiva contra Abbas. O conflito também trouxe à tona profunda frustração entre os palestinos, seja na região da Samaria e Judeia, em Gaza ou dentro de Israel, sobre o status quo, com o processo de paz israelense-palestino praticamente abandonado por anos.

Apesar de seu status enfraquecido, Abbas será o ponto de contato para qualquer nova diplomacia americana, já que Israel e o Ocidente, incluindo os Estados Unidos, consideram o Hamas uma organização terrorista.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reunirá com Abbas e líderes israelenses em sua visita na próxima semana. Espera-se que Abbas levante demandas de que qualquer plano de reconstrução de Gaza passe pela Autoridade Palestina para evitar o fortalecimento do Hamas.

Enquanto isso, duas equipes de mediadores egípcios estão em Israel e nos territórios palestinos para continuar as negociações para firmar o acordo de cessar-fogo e garantir uma calma de longo prazo, disse um diplomata egípcio neste sábado.

O diplomata disse que as discussões incluem a implementação de medidas acordadas em Gaza e Jerusalém, incluindo maneiras de prevenir as práticas que levaram aos últimos combates. O funcionário não deu mais detalhes. Ele estava se referindo à violência na mesquita de Al-Aqsa e ao despejo previsto de famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.

Além disso, o Egito disse que enviaria um comboio de 130 caminhões com ajuda humanitária e suprimentos médicos para Gaza. O comboio deve entrar em Gaza no sábado.

Israel acusou o Hamas e o grupo militante da Jihad Islâmica de esconder o número real de combatentes mortos na guerra. O primeiro-ministro Netanyahu disse na sexta-feira que mais de 200 militantes foram mortos, incluindo 25 comandantes de alto escalão.

A Jihad Islâmica deu no sábado um primeiro relato das mortes dentro de suas fileiras, dizendo que 19 de seus comandantes e combatentes foram mortos, incluindo o chefe da unidade de foguetes no norte de Gaza.

Fonte: AP
Foto: DYKT Mohigan, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons (Guerra em Gaza, 2008-09)

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